O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

terça-feira, 13 de novembro de 2018

QUANDO DIZER "SIM" OU "NÃO" AOS FILHOS?



Roberto Gameiro 
                            
                                            
Às vezes, nós, pais e mães, ficamos pensando sobre como está o nosso relacionamento com os filhos. E nos perguntamos se estamos falando “nãos” demais para eles. Isso pode nos trazer uma espécie de sentimento de culpa por estarmos, talvez, tirando deles a liberdade que merecem ter.

Podemos, então, refletir a respeito do “merecer ter” e do “poder ter”.  
             
O Papa Francisco, há alguns anos, assim se referiu às inúmeras formas de injustiça e violência que acontecem no mundo: “Como é possível que perdure a prepotência do homem sobre o homem? Que a arrogância do mais forte continue a humilhar o mais fraco, relegando-o às margens mais esquálidas do nosso mundo? Até quando a maldade humana semeará violência e ódio na terra, causando vítimas inocentes? Como pode ser ‘tempo da plenitude’ quando, diante dos nossos olhos, multidões de homens , mulheres e crianças fogem da guerra, da fome, da perseguição, dispostos a arriscar a vida para que sejam respeitados os seus direitos fundamentais?”.

Há os que dizem que o mundo não está nem mais nem menos violento do que sempre foi; que a diferença é que hoje, com o avanço tecnológico dos diversos meios de comunicação, ficamos sabendo imediatamente de tudo o que acontece no bairro, na cidade, no estado e no mundo.

As próprias pessoas ditas “do bem” veem-se enredadas em intrigas através das redes sociais que, muitas vezes, não têm limites de urbanidade e respeito. Pior: repassam informações possivelmente inverídicas, sem tomar o cuidado de buscar evidências de que aquilo seja verdade.

Sob o meu olhar, nunca se teve tanta facilidade e multiplicidade de meios de comunicação; nunca se usou a comunicação tão mal.

Entretanto, como já escrevi num outro artigo, no mundo há mais gente do bem do que do mal. Há, portanto, esperança.

Aqui, já se torna possível voltar ao questionamento proposto no primeiro parágrafo acima: estamos falando muitos “nãos” aos nossos filhos?

Nós pais temos naturalmente uma postura de proteção em relação à nossa prole. Essa postura nos leva à preocupação constante com o bem-estar deles. Entretanto, as maternidades não entregam os bebês às mães com um “manual” sobre como educar. Ainda bem que não o fazem. Cada filho é um. Eu tenho três; todos são “gente do bem”; mas nenhum é igual ao outro.

Quanto a dizer “sim” ou “não”, julgo ser muito importante a harmonia do casal; até porque, as crianças e os jovens, espertos como geralmente são, sabem exatamente a quem pedir cada coisa; eles sabem quem vai dizer “sim” e quem vai dizer “não”, pai ou mãe, de acordo com o tema do pedido.

Numa época como esta, em que vivemos, é conveniente darmos para os nossos filhos não simplesmente aquilo que merecem ter, segundo o nosso ponto de vista, mas aquilo que eles podem ter segundo a realidade que nos cerca, preservando a segurança deles e evitando, por óbvio, o materialismo e o consumismo exagerados.

Tanto no “sim” como no “não”, convém dialogar com os filhos acerca dos porquês daquela posição assumida pelos pais; é a presença parental que, então, se torna significativa na vida deles.
 
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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 30/08/16, sob o título "Quando dizer "não" aos filhos", e atualizada em 24/06/20.


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terça-feira, 6 de novembro de 2018

A PARCERIA NECESSÁRIA ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA


Roberto Gameiro


Cada vez mais se torna importante o diálogo em família, entre pais e filhos, para que estes cresçam não apenas em estatura, mas, também, em sabedoria.
A palavra “sabedoria” tem diversas acepções indicadas nos dicionários. Entre elas, estão as de “grande conhecimento” e “erudição”; e, também, as de “esperteza”, “astúcia”, “manha”; não são essas as que pretendo no enfoque deste texto.
Aqui, me valho das acepções: “prudência”, “moderação”, “temperança”, “sensatez”, “reflexão”. Vejam quanta riqueza contida numa só palavra: “sabedoria”. E, também, quantas pistas para a condução das nossas conversas, das nossas posturas, das nossas ações com os filhos. Há uma relação intrínseca entre essas cinco palavras. Para definir uma, usam-se, por vezes, uma ou mais das outras; ou seja, uma é inerente à outra. No entanto, percebe-se claramente que há distinções objetivas entre elas, cada uma refletindo uma característica peculiar de uma formação sólida, de uma personalidade forte, de um caráter moralmente idôneo.
Caráter, personalidade, moral, ética, entre outras expressões, formam e definem um todo sistêmico que constitui o arcabouço para uma formação sadia, forte, resiliente e, em outras palavras, inteligente e virtuosa.
Esse arcabouço se constrói paulatinamente durante o processo de formação da criança, do jovem, e, não tenhamos dúvidas, do adulto também. Vivemos nos construindo e nos reconstruindo. Ainda bem que é assim. Isso nos permite renovar, enfrentar novos desafios, procurar novas oportunidades, enfim, viver plenamente!
Essa construção, essa reconstrução, são, então, permanentes. No caso das crianças e dos jovens, eles dependem, para isso, dos adultos com quem convivem em casa, na escola, no clube, no condomínio, ou seja, dos pais, dos demais familiares, dos professores, assim como dos amigos…
Epa! Chegamos num ponto importante: os amigos…. E as perguntas são inevitáveis. Quem são os amigos dos nossos filhos? Nós os conhecemos? Quem são seus pais? Nós os conhecemos? Qual o tipo de influência que esses amigos têm em relação aos nossos filhos? São perguntas para as quais precisamos ter respostas positivas. São respostas que se obtêm através da proximidade e do diálogo; principalmente do diálogo constante.
Adote seu filho antes que um traficante o faça. Todos conhecemos essa frase. É assustador imaginar que o nosso filho, a nossa filha, possam estar sob a influência de um traficante. Entretanto, isso é algo possível nos dias de hoje, tal a organização desses cartéis que se espalham pelo mundo e pelo país afora.
O exemplo de vida é, sem dúvida, um meio eficaz para inspirar pessoas. Muitas vezes, nós pais acreditamos que só o nosso exemplo de vida basta para que, como que por osmose, os nossos filhos se contagiem e sigam uma vida correta  e  digna; e isso, infelizmente, se dá cada vez menos devido à vida agitada, apressada, por vezes conturbada que a sociedade atual nos oferece e exige, dificultando a regularidade nas relações familiares; muitas vezes, portanto, o exemplo apenas não basta.
A “presença” é um valor importantíssimo para a boa formação das crianças e dos jovens. Não se trata, entretanto, de qualquer “presença”. Trata-se de uma presença que estabelece uma relação de confiança e transparência, que pratica a escuta ativa, que estimula a comunicação e as dimensões do cuidado e da ternura, enfim, que fortalece vínculos e é marcada por uma aproximação atenta e acolhedora.
Não é fácil criar filhos hoje. Nunca foi. As dificuldades atuais é que são diferentes das dos nossos pais. A cada tempo, houve os problemas inerentes à época.  Acrescentem-se, agora, as redes sociais no campo das relações, com seus pontos positivos e negativos, as drogas lícitas e as ilícitas que grassam entre os jovens sem distinção de classe social, sexo, cor, religião. Cremos, com  frequência, que os problemas do álcool e da droga só acontecem com os outros; nunca com os nossos filhos. Até que (….) acontece.
A família é o porto seguro que lastreia todas as nossas posturas e ações. Daí, reforço, a importância do diálogo constante dentro da família para que as crianças e os jovens se sintam fortalecidos para enfrentar os desafios que a vida inevitavelmente lhes trará. Façamos com que eles estejam preparados para dizer “sim” ao que é saudável e corretamente ético, e “não” àquilo que não agrega valor à vida, que denigre, que desestrutura.
Por isso, e por muito mais, a necessidade da parceria da família com a escola; esta, procura fazer a sua parte. Confiem na sua escola. Confiem nos educadores que trabalham diariamente com seus filhos.
Procurem sempre conversar com os educadores; não apenas quando são chamados. Os meninos e as meninas adoram perceber que seus pais têm e demonstram ter interesse pelo seu aproveitamento escolar e pelos seus relacionamentos (embora nem sempre explicitem isso).
É nosso desejo que esses nossos tesouros cresçam não apenas em estatura, mas, também, e principalmente, em sabedoria, caracterizada pela prudência, pela moderação, pela temperança, pela sensatez e pela reflexão.

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 26/09/15.


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terça-feira, 30 de outubro de 2018

BNCC: EDUCAÇÃO INFANTIL

Desenhos Animados, Escola, Estrada


Roberto Gameiro

Começo este artigo com uma recomendação.

A revista “Nova Escola”, mantida pela “Fundação Lemann”, publicou um “Guia” para melhor entendimento da BNCC, sob o título: “BNCC NA PRÁTICA”. Trata-se de material de alto valor para ajudar os educadores na implementação da Base Nacional. Indico, especialmente, a análise que é feita sobre as “Competências Gerais”. Sugiro o acesso e o compartilhamento. Endereço: bncc.novaescola.org.br/

As abordagens indicadas na BNCC para a Educação Infantil baseiam-se nas mesmas 10 “Competências Gerais” que consubstanciam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento para toda a Educação Básica. 

Entretanto, enquanto no Ensino Fundamental as abordagens se distribuem entre as “Áreas do conhecimento”, “Competências específicas de cada área”, “Componentes curriculares” e as “Competências específicas de cada componente”, na Educação Infantil, devem ser assegurados seis “Direitos de aprendizagem e desenvolvimento” em cinco “Campos de experiências”, em cada um dos quais são definidos os “Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento”, organizados e distribuídos em três grupos por faixa etária. Essa é a estrutura pilar macro sobre a qual repousa todo o concerto sistêmico do documento.

Segundo a BNCC, os “Direitos de aprendizagem e desenvolvimento” (conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se) devem propiciar “condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural”. 

Observem que as palavras “situações”, “desempenho”, “ambientes”, “resolver” e “desafios” nos aproximam da definição de “competência” incluída na própria BNCC, especialmente no trecho que diz: “resolver demandas complexas da vida cotidiana”. Por isso usei aí acima a expressão “concerto sistêmico do documento”, caracterizado por uma “costura” interna que harmoniza todas as abordagens. Isso é muito bom. Traz confiabilidade.

Em novembro de 2019, a “Convenção Sobre os Direitos da Criança”, do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a infância) completou 30 anos de sua adoção pela Assembleia Geral da ONU. Do texto da convenção, extraí o que segue: “Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade... A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito”.

Embora com outras palavras, é bom constatar a conformidade da nossa BNCC com a convenção do UNICEF. 

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 30/10/18 e no "Portal UAI". Atualizado em texto em 05/02/20.


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terça-feira, 23 de outubro de 2018

ADULTOS AUTÊNTICOS. JOVENS SEGUROS


Roberto Gameiro

Cabe perguntar qual é aquele “modelo” de adulto que satisfaz a procura do jovem.

O engenheiro testa a composição da argamassa a ser usada na construção para saber se ela trará a segurança prevista em normas e necessária para a resistência e solidez da obra. Em outras palavras, ele testa para saber se pode confiar nela, se ela tem as características de que ele necessita; se não as encontra, vai procurar outras opções, outras possibilidades.


Ainda que possa parecer um tanto esdrúxula a comparação, acredito que possamos cotejar essa postura do engenheiro com a das crianças e jovens nas suas relações com os adultos, sejam eles os próprios pais ou (especialmente) os seus educadores.

Os jovens, em processo de formação, buscam encontrar modelos nos adultos com quem convivem e, quase sempre inconscientemente, testam-nos para saber se podem confiar neles, se eles lhes trazem a segurança necessária para a sua formação. Se não encontram nesses, vão, invariavelmente, buscar essa segurança noutras opções, noutras possibilidades nem sempre recomendáveis, como temos visto frequentemente no dia a dia e pela imprensa.

Entretanto, cabe perguntar qual é aquele “modelo” de adulto que satisfaz a procura do jovem.

Será aquele que só diz “sim” e assim se contrapõe àquele que diz “não”?

Educar uma criança, um jovem, implica dizer “sim” ou “não”, dependendo da situação, das circunstâncias, dos princípios e valores que regulam as relações nas famílias e, inclusive, nas escolas.

Esse é um discernimento que é de difícil, ou impossível regulação, normatização. Na educação dos nossos filhos, dos nossos alunos, erramos algumas vezes, mas, ainda bem, acertamos mais do que erramos.

Nas famílias, esse discernimento fica, muitas vezes, comprometido quando os pais se separam. Nestas situações, dever-se-ia priorizar a boa formação da criança, do jovem, o que nem sempre acontece. Muitas vezes, o cônjuge de maior poder econômico financeiro só diz “sim”, deixando para o outro, geralmente o que tem a guarda, a incumbência de dizer os “nãos”; essa postura não tem contribuído para a boa formação dos meninos e das meninas. Felizmente, parece que essa não é a regra geral. Fica, entretanto, o convite para a reflexão.

Autenticidade; creio que essa é a palavra-chave que deve nortear as nossas posturas, as nossas ações como pais e como educadores nas relações com nossos filhos e nossos alunos; esse termo vem de “autêntico”, que significa: a que se pode dar fé, fidedigno, legalizado, verdadeiro, real, genuíno, legítimo.

Entendê-los, mas não pretender ser um deles. Compreendê-los para poder contribuir na sua formação, na construção da sua personalidade. Ser exemplo de justiça, de respeito, da verdade, de solidariedade e de amorosidade, levando-os para o bom caminho de uma religiosidade, de uma espiritualidade.

Para finalizar, lembremo-nos, sempre, das palavras do Papa Francisco: “Se nos comportarmos como filhos de Deus, sentindo-nos amados por Ele, a nossa vida será nova, cheia de serenidade e de alegria”.

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 28/04/16 sob o título “Jovens Seguros”.


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domingo, 14 de outubro de 2018

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: CURRÍCULO POR COMPETÊNCIAS

Inovação, Acho Que, Novo, Idéia



Roberto Gameiro

Phillipe Perrenoud, no ano 2000, publicou no Brasil o seu livro “10 novas competências para ensinar”. Nele, o autor trouxe uma definição de “competência” que tem sido utilizada com frequência pelos educadores, com pequenas adequações aqui e ali.


Dele, assumo a definição de “competência” como sendo a capacidade do indivíduo de mobilizar diversos recursos para resolver uma situação complexa. São, pelo menos, cinco os recursos a serem mobilizados na abordagem de uma situação: conteúdos específicos (informações/conhecimentos), habilidades, linguagens, valores culturais e emoções. Dependendo da situação, um recurso poderá ser mais exigido que outro, ou, muitas vezes, a falta de um deles poderá impedir todos os outros. Importante observar que “competência” é capacidade, e que “habilidade” é recurso.

Mas, o que isso tem a ver com a “Base Nacional Comum Curricular”?

Tudo a ver.

“Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.” Essa é parte do texto de introdução da BNCC.

Alguma familiaridade com Perrenoud?

Bom sinal.

As competências, em número de dez, são a base da construção e do desenvolvimento do documento que agora serve de norte para a articulação da construção de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e formação de valores na Educação Básica, podendo e devendo sempre ser aperfeiçoado.

Do texto final, ressalto o que segue:

No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades.”

A BNCC não deve ser vista como um “engessamento” das possibilidades didáticas das escolas e dos professores. Deve ser vista, isso sim, como busca de garantia de orientação mínima de qualidade para assegurar o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais, e facilitar as abordagens metodológicas, ao longo do território nacional, visando proporcionar às crianças e aos adolescentes a aquisição das competências necessárias para enfrentar os desafios da vida.


Seja bem-vinda!

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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 09/10/18 sob o título "Currículo por competências".


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terça-feira, 9 de outubro de 2018

O VALOR DA NOTA: PONTA DE "ICEBERG"



Roberto Gameiro

- Professor, essa atividade vale nota?

Você, com certeza, já ouviu ou até proferiu essa frase, não é?

Ela pode ser designada como uma espécie de "ponta de iceberg" que esconde toda uma cultura que caracteriza uma boa (ou maior) parte do estudantado brasileiro em todos os segmentos da educação.

Este artigo já tem a sua versão editada e ou atualizada em PODCAST no SPOTIFY para sua comodidade ou para pessoas com deficiência. CLIQUE AQUI

Estuda-se para “passar de ano” e não para aprender, construindo conhecimentos. Se a média mínima para aprovação é 5,0, estuda-se o necessário para obter 50% de aproveitamento, nada mais; após atingir essa “meta”, não há psicologia educacional ou técnica pedagógica que faça esse estudante se dedicar aos estudos dali para diante no ano letivo. Pior: além de não se dedicar aos estudos, passa a ser um forte candidato à indisciplina em sala de aula, contagiando negativamente os colegas. Afinal, “a aprovação já está ‘garantida’”.

Claro, felizmente, que essa postura não atinge todos os estudantes. Mas, com certeza, atinge um contingente representativo; que o digam os professores!

Quando o ENEM passou a resultar num ranking que indicava (erroneamente) para o público em geral a “qualidade das escolas”, especialmente na rede privada, e muitas faculdades e universidades ainda não valorizavam essa “nota” no vestibular, muitas escolas de Ensino Médio passaram a ser “reféns” da vontade dos seus alunos em fazer ou não as provas. Apesar dos insistentes pedidos dos professores para que os estudantes fizessem as provas, muitos destes não se inscreviam, ou, se se inscreviam, não compareciam, ou se compareciam não completavam os testes, especialmente as redações. O resto desta situação, todos conhecemos. O Enem não “valia nota”.

O ENEM só passou a ser levado a sério por aquele tipo de estudante quando as grandes faculdades e universidades públicas e privadas passaram a valorizar o seu resultado nos vestibulares. Afinal, agora, o ENEM “vale nota”. Inclusive fora do país.

O “Programa Internacional de Avaliação de Estudantes” (PISA), coordenado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e, no Brasil, pelo INEP, nos fornece subsídios interessantes. Quando estudiosos apontam os motivos de nossos estudantes irem tão mal nas provas do PISA, indicam problemas na formação e remuneração dos professores, na falta de infraestrutura adequada e outras causas, todas elas válidas. 

Entretanto, pouco se ouve falar a respeito deste fenômeno: a falta de interesse dos estudantes em provas e testes que “não valem nota” (o PISA não vale nota para passar de ano). Será uma causa ou uma consequência?

Está na hora de aprofundar o estudo dessa relação.

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terça-feira, 2 de outubro de 2018

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: LUZ E SEMENTE

Iluminação, Japão, Luz


Roberto Gameiro 

A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é uma luz na entrada do túnel. Essa luz poderá ser forte o suficiente para iluminar a travessia tão esperada rumo à melhoria da qualidade da educação no Brasil, como poderá esmaecer ao longo do tempo, a depender da forma como venha a ser implementada.


É, também, uma semente que, se regada e tratada com os cuidados necessários, poderá  se transformar em catalisadora da busca da redução das desigualdades educacionais e promoção da equidade e qualidade das aprendizagens dos nossos estudantes.

Prevista na Constituição, na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e no PNE (Plano Nacional de Educação), além de esperada desde a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais, foi finalmente homologada no final de 2017.

Documento de governo, acreditado por uns e desacreditado por outros, contém, por óbvio, uma ideologia subjacente, apesar da forma participativa com que se pretendeu a sua confecção. Haja vista as candentes discussões acerca da inserção ou não de determinados enfoques na peça final. Mas precisa ser entendida como fonte aberta, sujeita a adequações e melhorias.

Paulo Freire escreveu: "A educação sozinha não transforma a sociedade; sem ela tampouco a sociedade muda". E educação de qualidade passa, insisto, pela valorização da atividade docente, dando-lhe os instrumentos necessários para o seu reconhecimento, desenvolvimento, aperfeiçoamento e melhoria salarial.

Depende de todos nós, que atuamos na Educação Básica, acreditarmos na sua validade e nos debruçarmos no estudo de suas nuances e pertinências, dando-lhe as inerentes e necessárias contribuições regionais ou locais, o que já se percebe por iniciativa de órgãos oficiais, redes, consultorias e assessorias educacionais.

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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 28/09/18 sob o título "BNCC- Luz e semente".


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terça-feira, 25 de setembro de 2018

MENTIRA E VERDADE


Roberto Gameiro

Começo com uma pergunta simples.

Você já mentiu?

No caso de a sua resposta ter sido “não”, eu pergunto novamente: você realmente nunca mentiu?

A reflexão sobre “mentira e verdade” para a formação dos nossos filhos precisa passar, antes de mais nada, por um autoexame das nossas posturas em relação a esse tema.


E, aqui, nos vemos, muitas das vezes, numa situação “espinhosa”.

Como formá-los para a verdade se, por exemplo, seu filho atende ao telefone e diz:

-Pai! É o “Fulano de Tal”!

E você diz: “Diga que não estou”.

Alguém vai dizer: “Essa é uma mentirinha inocente”.

“Mentira inocente” continua sendo uma mentira. Adjetivada, mas mentira.

E, então, o que fica, numa circunstância como essa, para a formação da criança? Ela, provavelmente, vai pensar: “então, existem “mentiras inocentes” que eu posso dizer e “mentiras não inocentes” que eu não posso dizer”. Entretanto, como o pai vai explicar para o filho qual o limite entre uma e outra? 

Não existem “meias mentiras”, nem “meias verdades”. Ou é mentira, ou é verdade.

E de pouco adianta o recurso do “faça o que eu digo; não faça o que eu faço”; essa é uma postura autoritária que está fora de uso e, com certeza, mais afasta do que aproxima pais de filhos.

Difícil, não é?

Acredito que a expressão-chave para situações assim é “bom senso”. Mas, o que é “bom senso”?

Descartes escreveu no seu “Discurso sobre o Método:
“Inexiste no mundo coisa mais bem distribuída que o bom senso, visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem. (...) isso é antes uma prova de que o poder de julgar de forma correta e discernir entre o verdadeiro e o falso, que é justamente o que é denominado bom senso ou razão, é igual em todos os homens; (...) Pois é insuficiente ter o espírito bom, o mais importante é aplicá-lo bem. As maiores almas são capazes dos maiores vícios, como também das maiores virtudes, e os que só andam muito devagar podem avançar bem mais, se continuarem sempre pelo caminho reto, do que aqueles que correm e dele se afastam”.

No “Aurélio”, encontramos que “bom senso” é a aplicação correta da razão para julgar ou raciocinar em cada caso particular da vida.

Aplicar corretamente a razão, julgar de forma correta e discernir entre o verdadeiro e o falso, entre a mentira e a verdade, agir sob a égide da justiça, devem ser norte para os pais no processo de formação dos seus filhos. O dia a dia, entretanto, nos lança desafios que só a presença significativa, a proximidade, o diálogo constante, a gratidão, o olho no olho, a sinceridade, a assunção das próprias fragilidades e limitações humanas, podem resultar em educação de verdade.

Educamos nossos filhos através do uso da razão e da emoção, às vezes exagerando numa ou noutra.

Entretanto, há que se buscar o equilíbrio no exemplo e no testemunho baseados nos valores familiares, dos quais não podemos nos afastar.

“Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo”. (Efésios 4,25)


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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

ATENTADO! COMO EXPLICAR ÀS CRIANÇAS?

Crianças Brincando, Criança, Crianças


Roberto Gameiro

Após esse atentado contra um candidato à presidência do Brasil, ocorrido no dia 06 de setembro de 2018, fico me perguntando, e isso me angustia, como ficam as cabecinhas das crianças, nossos filhos e alunos, diante dessa barbárie.

Nos últimos anos, as nossas crianças têm se afastado gradativamente mais e mais dos contos de fadas e das fábulas que povoavam o imaginário infantil até então. Da mesma forma, as brincadeiras de antigamente têm sido substituídas pelo sedentarismo e atração representados pelos computadores e smartphones.

A Academia Americana de Pediatria, recentemente, recomendou aos médicos que indiquem às crianças brincadeiras livres e espontâneas, especialmente ao ar livre. Uma revista de grande circulação acaba de publicar uma reportagem sob o título “Brincar é o melhor remédio”, com abordagens muito significativas.

Essa é, também, a preocupação dos educadores da Educação Infantil, que se esmeram em trazer as crianças para hábitos saudáveis de relacionamentos interpessoais, priorizando o lúdico como base para a aquisição das competências inerentes àquelas faixas etárias.

Ocorre que aqueles mesmos instrumentos que encantam as crianças e os adolescentes no sentido contrário ao desejo de pais e educadores trazem, também, as notícias desse mundo violento em que vivemos,  especialmente no Brasil, além de exibir jogos participativos de perseguições e mortes. E os pais nem sempre conseguem perceber e evitar essa prática dos filhos. Nem os professores.

As crianças, como nós, adultos, estão vendo as cenas do atentado pelas telinhas dos celulares e pelos telejornais.

E, aí está o ponto-chave: acostumados a ver violência nos jogos eletrônicos, pode ser que não se espantem com a violência do atentado, pois o fato se aproxima dos enredos aos quais estão habituados.

O que assusta é que se observa uma espécie de anestesia tomando conta dos cidadãos, adultos, que já não se aperreiam diante dos atos de violência que acontecem diariamente no nosso país.

Entretanto, precisamos preservar as crianças e os adolescentes, sem, no entanto, aliená-los da vida em sociedade. Esse equilíbrio não é fácil de ser feito.

É momento de muito diálogo com os filhos e alunos. E de reflexão acerca da forma como os estamos educando.

Pelo menos, um fato teve mérito ao longo do episódio. Não houve linchamento do agressor em meio ao público, o que revela bom senso, ou atuação rápida das autoridades presentes no local. Espero que tenha sido o discernimento das pessoas, que não se deixaram levar para a barbárie.



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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br


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Escola, Volta Às Aulas, Schulbeginn

Roberto Gameiro


A estudante do sexto ano do Fundamental respondera, na pesquisa docente aplicada pela escola, que o melhor professor da turma dela era o de Português. Ao ler aquela resposta, o professor ficou muito feliz; mostrava que seus esforços para ser um bom professor estavam sendo reconhecidos.

O problema foi a resposta dela à pergunta seguinte: - por quê? Ela respondeu: - porque ele “encina” bem; assim mesmo: “ensina” com “c”. Esse fato aconteceu há muitos anos. Até aqui, nada a estranhar; nós professores, vivemos situações análogas cotidianamente.  Entretanto, atualizando o cenário para os dias de hoje, continuamos a encontrar nossos estudantes com desempenho raso em termos de competências de aprendizagem.

É o que demonstram os resultados do IDEB (Índice de desenvolvimento da Educação Básica) que são usados como parâmetros para mensurar a qualidade da educação no Brasil e definir políticas públicas, que foram divulgados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do MEC, no início de setembro de 2018, referentes a 2017.

Os resultados são preocupantes. Enquanto o desempenho de 7 a 10 é considerado “adequado”, de 4 a 6, “básico” e de 0 a 3, “insuficiente”, a escala revela que, tanto em Português quanto em Matemática, estamos no “básico” no 5º ano, e no “insuficiente” no 9º ano, e, pasmem, no 3º ano do Ensino Médio também. Em nenhum segmento conseguimos sequer resvalar no “adequado”.

Nalguns índices, ao invés de avançar, estamos dando passos para trás. Não bastassem os resultados pífios dos estudantes brasileiros na avaliação internacional PISA, realizada a cada três anos pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), recebemos agora essa “pancada” numa avaliação genuinamente nacional.

Fica a esperança de que a correta aplicação das orientações advindas da “Base Nacional Comum Curricular (BNCC)” traga resultados gradativamente melhores ao longo dos próximos anos, e que consigamos estabelecer e desenvolver estratégias de valorização, treinamento e aperfeiçoamento dos professores, adequando suas práxis às novas exigências metodológicas que priorizam a transversalidade e a interdisciplinaridade.

Que a perseverança e a resiliência nos acompanhem nessa jornada.


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