O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

O SEGREDO DA ASCENSÃO NA VIDA


Atualizado em 18/11/2022


Roberto Gameiro



Certa vez, um professor meu, de Língua Portuguesa, propôs à turma a confecção de uma redação com o tema “O segredo da ascensão na vida é a perseverança”. Esse tema me tocou muito, e, desde aquele tempo de adolescência, tenho, quase que involuntariamente, refeito mentalmente essa redação, enfatizando aleatoriamente cada um dos significantes do seu enunciado.

Os termos que compõem o enunciado, “segredo”, “ascensão”, “vida” e “perseverança”, contêm, cada um isoladamente, conotações que justificariam uma redação específica.

Mas, quando os quatro são juntados, provocam e possibilitam reflexões que extrapolam em muito o somatório de seus significados individuais.

E, não raro, me vêm à mente analogias semânticas com a introdução na reflexão de novos significantes pertinentes ao tema.

Um desses termos é a “resiliência”.

Resiliência tem a ver com perseverança, tem a ver com ascensão, e tem a ver com vida.

Focando nos aspectos referentes ao exercício profissional, observo que para atingir metas (cada vez mais exigentes) e alcançar objetivos, não bastam mais somente aquelas habilidades-padrão que sustentavam as competências dos gestores e colaboradores, recursos como conhecimento do produto ou serviço e do mercado concorrencial, linguagem adequada ao tipo de cliente e à cultura local...

As metas são vistas por muitos executivos como verdadeiras bolas de neve, que vão aumentando progressivamente conforme periodicamente são alcançadas; e tem de ser assim mesmo; caso contrário, não se justificariam.

Há que se ter muita competência para enfrentar, e vencer, esses desafios.

Annelise Gripp, profissional da área de Tecnologia da Informação e Gestão de Equipes, escreveu no seu artigo "Resiliência: a competência que nos leva à excelência!" (1) que "Resiliência é a capacidade que temos de lidar com os problemas, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas, durante um tempo, sem perder o foco em alcançar o seu objetivo. Ou seja, resiliência é movimento que se faz de sair da zona de conforto, trabalhar, desenvolver, para alcançar uma meta e depois retornar ao estado natural. Como se fosse um elástico, que esticamos para amarrar alguma coisa e depois que usamos, ele volta ao seu estado normal, para ser usado novamente.".

Os teóricos definem “competência” como a capacidade do indivíduo de movimentar recursos para resolver uma situação complexa. Entre esses recursos estão as emoções e, muito ligada a estas, está a resiliência.

A resiliência, por óbvio, não nos remete apenas a metas. Ela deve ser fator presente em todas as posturas e ações que contemplem tomadas de decisão, das mais simples às mais complexas.

Não confunda, porém, resiliente com teimoso. Ambos são obstinados; o primeiro é organizado, flexível, sensato e focado; o segundo é, geralmente, desorganizado e inflexível, faltando-lhe bom senso e foco. 

Ser resiliente é não desistir diante de possíveis fracassos; é suportar efeitos colaterais nocivos; é ser proativo; é ter forte personalidade; é ser resistente a adversidades.

É, enfim, ser perseverante.

Você é resiliente?

Referência
(1) GRIPP, Annelise. Resiliência: a competência que nos leva à excelência". 2014, encontrado em  https://annelisegripp.com.br/resiliencia. Acessado em 18/11/22. 

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 27/11/18.

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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.

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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

VALORES PARA UMA VIDA CORRETAMENTE ÉTICA



Roberto Gameiro

Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.

Essa frase, atribuída a Mark Twain (1) e, também, a Jean Cocteau (2), pode servir de introdução a este texto.

Claro que não podemos entender como absoluto o significado da afirmação, concluindo que nada é impossível, que tudo é possível; se assim fosse, correríamos o risco de encaminhar nossas crianças e jovens, às vezes, por caminhos perigosos e fatais.

Quero enfatizar, da frase, o que ela nos apresenta de incentivo às possibilidades que nos apresenta a vida e que, por vezes, por falta de ânimo, de crença em nós mesmos, de perseverança, de vontade forte, de princípios norteadores, de sentido de vida, deixamos de aproveitar.

Jung Mo Sung escreveu que “O ambiente social e cultural também está passando por profundas transformações. Os valores tradicionais ou modernos que vinham norteando a vida das pessoas e da própria sociedade estão sendo modificados ou até mesmo dissolvidos. Essa dissolução das referências culturais antes vistas como sólidas e as profundas transformações no campo econômico-social têm gerado, por exemplo, a banalização da violência, a exacerbação do consumismo e a busca, quase que obsessiva, do corpo e a beleza perfeitos.”. (Educar para reencantar a vida, 2007)

A história da humanidade está repleta de exemplos de homens e mulheres que, cada um à sua época e no seu contexto, fizeram a diferença – tanto para o bem como, infelizmente, para o mal.

As oportunidades podem surgir para todos e, tendo tido a pessoa uma boa formação, ela aproveitará e seguirá aquelas que, ao tempo em que contemplam seu projeto de vida, sejam corretamente éticas e agreguem valor social.

Estou falando de “gente do bem”. A nossa sociedade tem muitas pessoas do bem, com certeza em número muito maior do que as do mal. Felizmente. Há, portanto, esperança.

A formação das pessoas do bem se faz através de um processo de educação baseado em valores, na escola, na família, na igreja e na sociedade em geral.

Albert Einstein disse certa vez:  “Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele você conquistará o mundo.”.

Há que se orientar as crianças e os jovens para serem construtores de uma nova sociedade, mais solidária, mais justa, amorosa e sustentável; e fazê-lo sob as premissas do bom exemplo, do testemunho, da autenticidade e da vivência de valores.

Jovens autênticos, formados para o bem, serão cidadãos conscientes que contribuirão, com suas ações e posturas, para a melhoria da qualidade de vida de todos que com eles convivem.

Depende deles, depende de cada um de nós.

Um mundo novo não é impossível.

Vamos lá e façamos a nossa parte!

(1) Mark Twain – escritor e humorista norte-americano  (1835-1910) 

(2) Jean Cocteau – poetaromancista cineastadesignerdramaturgo e ator  francês  (1889-1963)

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 30/03/16, sob o título “Valores para a vida”.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A ADMIRÁVEL BELEZA DO "SABER OUVIR OS OUTROS"

Discussão, Telefone, Pote De Iogurte

Roberto Gameiro

Há muitos anos, numa noite chuvosa, estava eu saindo de um sanitário de posto de combustível de estrada, quando dei de frente com um senhorzinho que me olhou com um olhar de tristeza, abatido, debilitado, e me perguntou: “o senhor é sacerdote?". Rapidamente, respondi que não, segui em direção ao meu carro e parti. Até hoje, quando me lembro desse episódio, dói-me até a alma. Acredito que ao me perguntar se eu era sacerdote, ele procurava alguém que pudesse ouvi-lo, escutar com bondade as suas possíveis mazelas e, talvez, apaziguar o seu coração. Ora, mesmo sem ser sacerdote, eu poderia tê-lo ouvido e ajudado.



Rubem Alves (1933-2014), educador e teólogo brasileiro, escreveu no seu texto “A Escutatória”: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir”. E acrescentou, com a sabedoria que lhe era peculiar, que: "Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também”.

No processo de formação de nossos filhos, as competências ligadas à comunicação devem ocupar um espaço privilegiado, com ênfase na habilidade de saber ouvir os outros.

Nos relacionamentos pessoais, sociais e profissionais, a “escutatória” faz por merecer atenção tão ou mais importante que a “oratória”.

Que triste é a figura de uma pessoa que não lhe permite terminar a sua fala, a sua argumentação, e o interrompe intempestivamente. Pior se você for subordinado a essa figura, ou, ainda, se for seu marido ou sua esposa, companheiro ou companheira.  

Então, o “saber ouvir” deve ser antecedido por uma atitude de predisposição a fazê-lo. Isso significa postura constante de abertura ao diálogo, na qual, ao “ouvir de verdade”, você procura se colocar no lugar do outro respeitando a individualidade dele, seus sentimentos, seus pontos de vista e seus argumentos (mesmo que você não concorde com eles).

Saber ouvir o outro é sinal de respeito, de bondade, de acolhida, de valorização do outro, de abertura ao diálogo franco e verdadeiro, constituindo característica positiva dos verdadeiros líderes, aqueles que conseguem fazer a diferença nos diversos segmentos da sociedade; ouvindo, completam-se, corrigem-se, aprimoram-se.

Como disse Mahatma Gandhi (1869-1948): “Não precisamos apagar a luz do próximo para que a nossa brilhe”.

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terça-feira, 13 de novembro de 2018

QUANDO DIZER "SIM" OU "NÃO" AOS FILHOS?



Roberto Gameiro 
                            
                                            
Às vezes, nós, pais e mães, ficamos pensando sobre como está o nosso relacionamento com os filhos. E nos perguntamos se estamos falando “nãos” demais para eles. Isso pode nos trazer uma espécie de sentimento de culpa por estarmos, talvez, tirando deles a liberdade que merecem ter.

Podemos, então, refletir a respeito do “merecer ter” e do “poder ter”.  
             
O Papa Francisco, há alguns anos, assim se referiu às inúmeras formas de injustiça e violência que acontecem no mundo: “Como é possível que perdure a prepotência do homem sobre o homem? Que a arrogância do mais forte continue a humilhar o mais fraco, relegando-o às margens mais esquálidas do nosso mundo? Até quando a maldade humana semeará violência e ódio na terra, causando vítimas inocentes? Como pode ser ‘tempo da plenitude’ quando, diante dos nossos olhos, multidões de homens , mulheres e crianças fogem da guerra, da fome, da perseguição, dispostos a arriscar a vida para que sejam respeitados os seus direitos fundamentais?”.

Há os que dizem que o mundo não está nem mais nem menos violento do que sempre foi; que a diferença é que hoje, com o avanço tecnológico dos diversos meios de comunicação, ficamos sabendo imediatamente de tudo o que acontece no bairro, na cidade, no estado e no mundo.

As próprias pessoas ditas “do bem” veem-se enredadas em intrigas através das redes sociais que, muitas vezes, não têm limites de urbanidade e respeito. Pior: repassam informações possivelmente inverídicas, sem tomar o cuidado de buscar evidências de que aquilo seja verdade.

Sob o meu olhar, nunca se teve tanta facilidade e multiplicidade de meios de comunicação; nunca se usou a comunicação tão mal.

Entretanto, como já escrevi num outro artigo, no mundo há mais gente do bem do que do mal. Há, portanto, esperança.

Aqui, já se torna possível voltar ao questionamento proposto no primeiro parágrafo acima: estamos falando muitos “nãos” aos nossos filhos?

Nós pais temos naturalmente uma postura de proteção em relação à nossa prole. Essa postura nos leva à preocupação constante com o bem-estar deles. Entretanto, as maternidades não entregam os bebês às mães com um “manual” sobre como educar. Ainda bem que não o fazem. Cada filho é um. Eu tenho três; todos são “gente do bem”; mas nenhum é igual ao outro.

Quanto a dizer “sim” ou “não”, julgo ser muito importante a harmonia do casal; até porque, as crianças e os jovens, espertos como geralmente são, sabem exatamente a quem pedir cada coisa; eles sabem quem vai dizer “sim” e quem vai dizer “não”, pai ou mãe, de acordo com o tema do pedido.

Numa época como esta, em que vivemos, é conveniente darmos para os nossos filhos não simplesmente aquilo que merecem ter, segundo o nosso ponto de vista, mas aquilo que eles podem ter segundo a realidade que nos cerca, preservando a segurança deles e evitando, por óbvio, o materialismo e o consumismo exagerados.

Tanto no “sim” como no “não”, convém dialogar com os filhos acerca dos porquês daquela posição assumida pelos pais; é a presença parental que, então, se torna significativa na vida deles.
 
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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 30/08/16, sob o título "Quando dizer "não" aos filhos", e atualizada em 24/06/20.


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terça-feira, 6 de novembro de 2018

A PARCERIA NECESSÁRIA ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA


Roberto Gameiro


Cada vez mais se torna importante o diálogo em família, entre pais e filhos, para que estes cresçam não apenas em estatura, mas, também, em sabedoria.
A palavra “sabedoria” tem diversas acepções indicadas nos dicionários. Entre elas, estão as de “grande conhecimento” e “erudição”; e, também, as de “esperteza”, “astúcia”, “manha”; não são essas as que pretendo no enfoque deste texto.
Aqui, me valho das acepções: “prudência”, “moderação”, “temperança”, “sensatez”, “reflexão”. Vejam quanta riqueza contida numa só palavra: “sabedoria”. E, também, quantas pistas para a condução das nossas conversas, das nossas posturas, das nossas ações com os filhos. Há uma relação intrínseca entre essas cinco palavras. Para definir uma, usam-se, por vezes, uma ou mais das outras; ou seja, uma é inerente à outra. No entanto, percebe-se claramente que há distinções objetivas entre elas, cada uma refletindo uma característica peculiar de uma formação sólida, de uma personalidade forte, de um caráter moralmente idôneo.
Caráter, personalidade, moral, ética, entre outras expressões, formam e definem um todo sistêmico que constitui o arcabouço para uma formação sadia, forte, resiliente e, em outras palavras, inteligente e virtuosa.
Esse arcabouço se constrói paulatinamente durante o processo de formação da criança, do jovem, e, não tenhamos dúvidas, do adulto também. Vivemos nos construindo e nos reconstruindo. Ainda bem que é assim. Isso nos permite renovar, enfrentar novos desafios, procurar novas oportunidades, enfim, viver plenamente!
Essa construção, essa reconstrução, são, então, permanentes. No caso das crianças e dos jovens, eles dependem, para isso, dos adultos com quem convivem em casa, na escola, no clube, no condomínio, ou seja, dos pais, dos demais familiares, dos professores, assim como dos amigos…
Epa! Chegamos num ponto importante: os amigos…. E as perguntas são inevitáveis. Quem são os amigos dos nossos filhos? Nós os conhecemos? Quem são seus pais? Nós os conhecemos? Qual o tipo de influência que esses amigos têm em relação aos nossos filhos? São perguntas para as quais precisamos ter respostas positivas. São respostas que se obtêm através da proximidade e do diálogo; principalmente do diálogo constante.
Adote seu filho antes que um traficante o faça. Todos conhecemos essa frase. É assustador imaginar que o nosso filho, a nossa filha, possam estar sob a influência de um traficante. Entretanto, isso é algo possível nos dias de hoje, tal a organização desses cartéis que se espalham pelo mundo e pelo país afora.
O exemplo de vida é, sem dúvida, um meio eficaz para inspirar pessoas. Muitas vezes, nós pais acreditamos que só o nosso exemplo de vida basta para que, como que por osmose, os nossos filhos se contagiem e sigam uma vida correta  e  digna; e isso, infelizmente, se dá cada vez menos devido à vida agitada, apressada, por vezes conturbada que a sociedade atual nos oferece e exige, dificultando a regularidade nas relações familiares; muitas vezes, portanto, o exemplo apenas não basta.
A “presença” é um valor importantíssimo para a boa formação das crianças e dos jovens. Não se trata, entretanto, de qualquer “presença”. Trata-se de uma presença que estabelece uma relação de confiança e transparência, que pratica a escuta ativa, que estimula a comunicação e as dimensões do cuidado e da ternura, enfim, que fortalece vínculos e é marcada por uma aproximação atenta e acolhedora.
Não é fácil criar filhos hoje. Nunca foi. As dificuldades atuais é que são diferentes das dos nossos pais. A cada tempo, houve os problemas inerentes à época.  Acrescentem-se, agora, as redes sociais no campo das relações, com seus pontos positivos e negativos, as drogas lícitas e as ilícitas que grassam entre os jovens sem distinção de classe social, sexo, cor, religião. Cremos, com  frequência, que os problemas do álcool e da droga só acontecem com os outros; nunca com os nossos filhos. Até que (….) acontece.
A família é o porto seguro que lastreia todas as nossas posturas e ações. Daí, reforço, a importância do diálogo constante dentro da família para que as crianças e os jovens se sintam fortalecidos para enfrentar os desafios que a vida inevitavelmente lhes trará. Façamos com que eles estejam preparados para dizer “sim” ao que é saudável e corretamente ético, e “não” àquilo que não agrega valor à vida, que denigre, que desestrutura.
Por isso, e por muito mais, a necessidade da parceria da família com a escola; esta, procura fazer a sua parte. Confiem na sua escola. Confiem nos educadores que trabalham diariamente com seus filhos.
Procurem sempre conversar com os educadores; não apenas quando são chamados. Os meninos e as meninas adoram perceber que seus pais têm e demonstram ter interesse pelo seu aproveitamento escolar e pelos seus relacionamentos (embora nem sempre explicitem isso).
É nosso desejo que esses nossos tesouros cresçam não apenas em estatura, mas, também, e principalmente, em sabedoria, caracterizada pela prudência, pela moderação, pela temperança, pela sensatez e pela reflexão.

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 26/09/15.


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terça-feira, 30 de outubro de 2018

BNCC: EDUCAÇÃO INFANTIL

Desenhos Animados, Escola, Estrada


Roberto Gameiro

Começo este artigo com uma recomendação.

A revista “Nova Escola”, mantida pela “Fundação Lemann”, publicou um “Guia” para melhor entendimento da BNCC, sob o título: “BNCC NA PRÁTICA”. Trata-se de material de alto valor para ajudar os educadores na implementação da Base Nacional. Indico, especialmente, a análise que é feita sobre as “Competências Gerais”. Sugiro o acesso e o compartilhamento. Endereço: bncc.novaescola.org.br/

As abordagens indicadas na BNCC para a Educação Infantil baseiam-se nas mesmas 10 “Competências Gerais” que consubstanciam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento para toda a Educação Básica. 

Entretanto, enquanto no Ensino Fundamental as abordagens se distribuem entre as “Áreas do conhecimento”, “Competências específicas de cada área”, “Componentes curriculares” e as “Competências específicas de cada componente”, na Educação Infantil, devem ser assegurados seis “Direitos de aprendizagem e desenvolvimento” em cinco “Campos de experiências”, em cada um dos quais são definidos os “Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento”, organizados e distribuídos em três grupos por faixa etária. Essa é a estrutura pilar macro sobre a qual repousa todo o concerto sistêmico do documento.

Segundo a BNCC, os “Direitos de aprendizagem e desenvolvimento” (conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se) devem propiciar “condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural”. 

Observem que as palavras “situações”, “desempenho”, “ambientes”, “resolver” e “desafios” nos aproximam da definição de “competência” incluída na própria BNCC, especialmente no trecho que diz: “resolver demandas complexas da vida cotidiana”. Por isso usei aí acima a expressão “concerto sistêmico do documento”, caracterizado por uma “costura” interna que harmoniza todas as abordagens. Isso é muito bom. Traz confiabilidade.

Em novembro de 2019, a “Convenção Sobre os Direitos da Criança”, do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a infância) completou 30 anos de sua adoção pela Assembleia Geral da ONU. Do texto da convenção, extraí o que segue: “Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade... A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito”.

Embora com outras palavras, é bom constatar a conformidade da nossa BNCC com a convenção do UNICEF. 

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 30/10/18 e no "Portal UAI". Atualizado em texto em 05/02/20.


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terça-feira, 23 de outubro de 2018

ADULTOS AUTÊNTICOS. JOVENS SEGUROS


Roberto Gameiro

Cabe perguntar qual é aquele “modelo” de adulto que satisfaz a procura do jovem.

O engenheiro testa a composição da argamassa a ser usada na construção para saber se ela trará a segurança prevista em normas e necessária para a resistência e solidez da obra. Em outras palavras, ele testa para saber se pode confiar nela, se ela tem as características de que ele necessita; se não as encontra, vai procurar outras opções, outras possibilidades.


Ainda que possa parecer um tanto esdrúxula a comparação, acredito que possamos cotejar essa postura do engenheiro com a das crianças e jovens nas suas relações com os adultos, sejam eles os próprios pais ou (especialmente) os seus educadores.

Os jovens, em processo de formação, buscam encontrar modelos nos adultos com quem convivem e, quase sempre inconscientemente, testam-nos para saber se podem confiar neles, se eles lhes trazem a segurança necessária para a sua formação. Se não encontram nesses, vão, invariavelmente, buscar essa segurança noutras opções, noutras possibilidades nem sempre recomendáveis, como temos visto frequentemente no dia a dia e pela imprensa.

Entretanto, cabe perguntar qual é aquele “modelo” de adulto que satisfaz a procura do jovem.

Será aquele que só diz “sim” e assim se contrapõe àquele que diz “não”?

Educar uma criança, um jovem, implica dizer “sim” ou “não”, dependendo da situação, das circunstâncias, dos princípios e valores que regulam as relações nas famílias e, inclusive, nas escolas.

Esse é um discernimento que é de difícil, ou impossível regulação, normatização. Na educação dos nossos filhos, dos nossos alunos, erramos algumas vezes, mas, ainda bem, acertamos mais do que erramos.

Nas famílias, esse discernimento fica, muitas vezes, comprometido quando os pais se separam. Nestas situações, dever-se-ia priorizar a boa formação da criança, do jovem, o que nem sempre acontece. Muitas vezes, o cônjuge de maior poder econômico financeiro só diz “sim”, deixando para o outro, geralmente o que tem a guarda, a incumbência de dizer os “nãos”; essa postura não tem contribuído para a boa formação dos meninos e das meninas. Felizmente, parece que essa não é a regra geral. Fica, entretanto, o convite para a reflexão.

Autenticidade; creio que essa é a palavra-chave que deve nortear as nossas posturas, as nossas ações como pais e como educadores nas relações com nossos filhos e nossos alunos; esse termo vem de “autêntico”, que significa: a que se pode dar fé, fidedigno, legalizado, verdadeiro, real, genuíno, legítimo.

Entendê-los, mas não pretender ser um deles. Compreendê-los para poder contribuir na sua formação, na construção da sua personalidade. Ser exemplo de justiça, de respeito, da verdade, de solidariedade e de amorosidade, levando-os para o bom caminho de uma religiosidade, de uma espiritualidade.

Para finalizar, lembremo-nos, sempre, das palavras do Papa Francisco: “Se nos comportarmos como filhos de Deus, sentindo-nos amados por Ele, a nossa vida será nova, cheia de serenidade e de alegria”.

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 28/04/16 sob o título “Jovens Seguros”.


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domingo, 14 de outubro de 2018

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: CURRÍCULO POR COMPETÊNCIAS

Inovação, Acho Que, Novo, Idéia



Roberto Gameiro

Phillipe Perrenoud, no ano 2000, publicou no Brasil o seu livro “10 novas competências para ensinar”. Nele, o autor trouxe uma definição de “competência” que tem sido utilizada com frequência pelos educadores, com pequenas adequações aqui e ali.


Dele, assumo a definição de “competência” como sendo a capacidade do indivíduo de mobilizar diversos recursos para resolver uma situação complexa. São, pelo menos, cinco os recursos a serem mobilizados na abordagem de uma situação: conteúdos específicos (informações/conhecimentos), habilidades, linguagens, valores culturais e emoções. Dependendo da situação, um recurso poderá ser mais exigido que outro, ou, muitas vezes, a falta de um deles poderá impedir todos os outros. Importante observar que “competência” é capacidade, e que “habilidade” é recurso.

Mas, o que isso tem a ver com a “Base Nacional Comum Curricular”?

Tudo a ver.

“Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.” Essa é parte do texto de introdução da BNCC.

Alguma familiaridade com Perrenoud?

Bom sinal.

As competências, em número de dez, são a base da construção e do desenvolvimento do documento que agora serve de norte para a articulação da construção de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e formação de valores na Educação Básica, podendo e devendo sempre ser aperfeiçoado.

Do texto final, ressalto o que segue:

No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades.”

A BNCC não deve ser vista como um “engessamento” das possibilidades didáticas das escolas e dos professores. Deve ser vista, isso sim, como busca de garantia de orientação mínima de qualidade para assegurar o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais, e facilitar as abordagens metodológicas, ao longo do território nacional, visando proporcionar às crianças e aos adolescentes a aquisição das competências necessárias para enfrentar os desafios da vida.


Seja bem-vinda!

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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 09/10/18 sob o título "Currículo por competências".


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terça-feira, 9 de outubro de 2018

O VALOR DA NOTA: PONTA DE "ICEBERG"



Roberto Gameiro

- Professor, essa atividade vale nota?

Você, com certeza, já ouviu ou até proferiu essa frase, não é?

Ela pode ser designada como uma espécie de "ponta de iceberg" que esconde toda uma cultura que caracteriza uma boa (ou maior) parte do estudantado brasileiro em todos os segmentos da educação.

Este artigo já tem a sua versão editada e ou atualizada em PODCAST no SPOTIFY para sua comodidade ou para pessoas com deficiência. CLIQUE AQUI

Estuda-se para “passar de ano” e não para aprender, construindo conhecimentos. Se a média mínima para aprovação é 5,0, estuda-se o necessário para obter 50% de aproveitamento, nada mais; após atingir essa “meta”, não há psicologia educacional ou técnica pedagógica que faça esse estudante se dedicar aos estudos dali para diante no ano letivo. Pior: além de não se dedicar aos estudos, passa a ser um forte candidato à indisciplina em sala de aula, contagiando negativamente os colegas. Afinal, “a aprovação já está ‘garantida’”.

Claro, felizmente, que essa postura não atinge todos os estudantes. Mas, com certeza, atinge um contingente representativo; que o digam os professores!

Quando o ENEM passou a resultar num ranking que indicava (erroneamente) para o público em geral a “qualidade das escolas”, especialmente na rede privada, e muitas faculdades e universidades ainda não valorizavam essa “nota” no vestibular, muitas escolas de Ensino Médio passaram a ser “reféns” da vontade dos seus alunos em fazer ou não as provas. Apesar dos insistentes pedidos dos professores para que os estudantes fizessem as provas, muitos destes não se inscreviam, ou, se se inscreviam, não compareciam, ou se compareciam não completavam os testes, especialmente as redações. O resto desta situação, todos conhecemos. O Enem não “valia nota”.

O ENEM só passou a ser levado a sério por aquele tipo de estudante quando as grandes faculdades e universidades públicas e privadas passaram a valorizar o seu resultado nos vestibulares. Afinal, agora, o ENEM “vale nota”. Inclusive fora do país.

O “Programa Internacional de Avaliação de Estudantes” (PISA), coordenado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e, no Brasil, pelo INEP, nos fornece subsídios interessantes. Quando estudiosos apontam os motivos de nossos estudantes irem tão mal nas provas do PISA, indicam problemas na formação e remuneração dos professores, na falta de infraestrutura adequada e outras causas, todas elas válidas. 

Entretanto, pouco se ouve falar a respeito deste fenômeno: a falta de interesse dos estudantes em provas e testes que “não valem nota” (o PISA não vale nota para passar de ano). Será uma causa ou uma consequência?

Está na hora de aprofundar o estudo dessa relação.

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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.

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