O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

MENSAGEM - A PROVA É UM RETRATO DA PRÁXIS DOCENTE

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domingo, 23 de agosto de 2020

VIOLÊNCIA E BENEVOLÊNCIA - O BEM E O MAL


Direito, Falso, Intestino, Mau, Gancho

Roberto Gameiro


Jean-Yves Leloup, filósofo francês, escreveu no seu texto O poder do silêncio: “Acredita-se que o silêncio não combina com o poder, pois este tem se confundido com prepotência e violência (...) o verdadeiro poder do homem não consiste em atos de violência física. Quando um homem conquista o verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência. A violência é sinal de fraqueza, a benevolência é indício de poder.”. 

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O poder verdadeiro é próprio de homens fortes que não se deixam levar pela pretensão de tornar submissas as pessoas com quem convivem. Dão-lhes oportunidades de expressão e de ação livres de bloqueios e restrições. Sabem ouvir, não interrompem falas e argumentos; não são afoitos.

Homens fortes sabem que não são donos da verdade e que o diálogo é importante para a busca da melhor opção para cada iniciativa, para cada empreitada, para cada decisão. 

Homens prepotentes têm geralmente por trás da sua opressão e da sua tirania uma fraqueza no caráter e na personalidade que os impede de serem benevolentes para não perderem a “armadura” com que se protegem. 


A história da humanidade está cheia de homens fracos que chegaram ao poder fazendo uso da violência e assim submeteram povos a sacrifícios e cometeram verdadeiros genocídios. Mas como não há mal que sempre dure, muitos deles terminaram como vítimas do mesmo estigma.

Por outro lado, na nossa memória “pululam” exemplos de homens e mulheres que dedicaram e dedicam suas vidas a promover o bem, a enfrentar o mal e os maus, a proteger os vulneráveis, fazendo uso da palavra, dos bons argumentos, da sinceridade, da verdade, do convencimento dialogal. 

No processo de educação/formação das crianças e dos adolescentes, eles passam a ter conhecimento das histórias de homens fortes e de homens fracos; homens bons e homens maus. No regime democrático, há a possibilidade da alternância no poder de grupos políticos, o que é muito bom. Entretanto, dependendo da ideologia que está por trás dos que detêm o poder, os heróis podem virar vilões e os vilões podem virar heróis. 

As famílias na educação e as escolas na formação precisam estar bem sintonizadas para propiciar aos filhos e alunos opções para o bom discernimento das diversas facetas que caracterizam esta sociedade plural em que vivemos; eles precisam estar preparados para dizer “sim” ao bem e “não” ao mal; “sim” à benevolência e “não” à violência.

"Portanto, quem quiser amar a vida e ver dias felizes, refreie a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade; afaste-se do mal e pratique o bem; busque a paz e nela persevere. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e seus ouvidos estão atentos às suas orações, entretanto, a face do Senhor volta-se contra os que praticam o mal." (1Pedro3, 10-12)

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 27/10/19 sob o título de "Violência e benevolência". 

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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.


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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

MENSAGEM - A CREDIBILIDADE E O USO CORRETO DA LÍNGUA PORTUGUESA

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domingo, 16 de agosto de 2020

AS MARAVILHAS QUE SOMOS E QUE POSSUÍMOS

Família, Férias, Juntos, Lazer, Verão

Roberto Gameiro

Um grande amigo de Olavo Bilac lhe pediu, numa ocasião, que fizesse uma descrição do sítio que possuía para o anúncio de venda pois acreditava que se ele descrevesse a propriedade seria fácil vendê-la. Bilac, que conhecia bem o sítio e o amigo, atendeu ao pedido e redigiu: "Vende-se encantadora propriedade onde cantam os pássaros, ao amanhecer, no extenso arvoredo. É cortada por cristalinas e refrescantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.". Algum tempo depois, os dois se encontraram e Bilac perguntou se tinha vendido o sítio, ao que o amigo respondeu que depois da descrição que ele havia feito da propriedade, percebeu a maravilha que possuía e resolveu não mais vendê-la.


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Essa historieta me fez refletir sobre como o amigo de Bilac estava fazendo mau uso da linda propriedade que tinha, não percebendo o quanto poderia usufruir de tudo aquilo. Foi preciso alguém “de fora” para fazer aflorar nele a percepção da maravilha que possuía; e a me perguntar: será que o poeta fez o texto com esse propósito? Se sim, mostrou-se realmente um grande amigo.

 

Desejar o que ainda não se tem e lamentar aquilo que já não se tem são outras características comuns dos seres humanos.

 

Ela também me fez pensar sobre como o mote que nos é trazido por esse contexto pode ser pretexto para nos ajudar no processo de educação dos nossos filhos enquanto são crianças e adolescentes. Embora não tenham ainda todos os processos cerebrais amadurecidos, trata-se do momento da vida em que o testemunho e o exemplo dos pais mais ficam guardados na memória deles. Cada um de nós tem registros de fatos ocorridos quando tínhamos aquelas faixas etárias, que nos vêm à mente até com uma certa constância; os bons e os não tão bons.


Saber dar valor e fazer bom uso do que se é e do que se tem através do cultivo da autoestima, da perseverança, da resiliência e da espiritualidade, são elementos indispensáveis nos nossos diálogos com os filhos para que possam crescer não apenas em estatura, mas, também, em sabedoria; esta, com o sentido de prudência, moderação, temperança, sensatez e, especialmente, reflexão.


Assim, talvez, ao longo da vida, eles terão menos motivos para lamentar o que eventualmente perderam, já não tenham ou já não sejam, num ciclo virtuoso de autovalorização e de percepção de que na vida passamos por inúmeros estágios de acertos e erros, de ganhos e perdas, de sucessos e fracassos, procurando, porém, não nos afastar do que nos move sempre para a frente: os sonhos, a esperança e, especialmente, a crença em Deus.


Cora Coralina escreveu: “A verdadeira coragem é ir atrás dos seus sonhos mesmo quando todos dizem que é impossível.”.


Conheça a sua realidade, usando a razão e a emoção, e valorize o que você tem; não apenas bens materiais, mas também as pessoas que você ama, os seus familiares e amigos, seu emprego ou sua atividade laborativa, os seus conhecimentos, competências e habilidades, a sua saúde e a sua espiritualidade. Tudo isso somado constitui a verdadeira riqueza que uma pessoa pode possuir.


“O que você tem, todo mundo pode ter, mas o que você é ... ninguém pode ser.”. Esta frase é atribuída a Costanza Pascolato e, também, a Clarice Lispector. Independentemente de quem a formulou, ela nos traz a mensagem de que nós somos seres únicos criados à semelhança do Criador para, com as nossas qualidades e as nossas limitações, colocarmo-nos a serviço do próximo, fazendo bom uso do que temos e, especialmente, do que somos. 


Vamos, portanto, nos colocar a serviço como verdadeiros Discípulos  Missionários  de Jesus Cristo, disseminando a Boa-Nova no tempo oportuno e inoportuno, como nos ensina o texto Bíblico.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

MENSAGEM - AS FALSAS INFORMAÇÕES E A CONSTRUÇÃO DE NOVOS CONHECIMENTOS

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domingo, 9 de agosto de 2020

QUAL A PRINCIPAL FUNÇÃO DO DIRETOR DE ESCOLA?




Roberto Gameiro

Muitas vezes, em conversas com crianças da primeira fase do Ensino Fundamental nas escolas que eu dirigia, vinha, de uma delas, a pergunta recorrente: o que faz o diretor da escola?


Devolvia a pergunta para elas e ouvia respostas como: dá bronca nos alunos, faz reuniões, manda professores embora, conversa com os pais, fica na porta da escola...

Uma delas, até me perguntou, certa vez, se eu não trabalhava; se só fazia reuniões...

Então, eu dava a elas a resposta de sempre: que a principal função do diretor é fazer com que todos na escola sejam felizes. 

A reação das crianças a essa resposta era de regozijo (muitas outras crianças já me tinham feito essa pergunta, recebendo a mesma resposta).

Depois de perceber a reação delas, eu perguntava: vocês são felizes aqui na escola? Se sim, levantem os braços. Geralmente, todas levantavam os braços com um sorriso encantador nos rostinhos.

E aí, eu provocava sorrindo: então, se a minha principal função é fazer vocês felizes e vocês já são, eu posso ir para casa, não é? 

NÃOOOOOOO!    Respondiam   elas quase   em uníssono (parece que elas gostavam da brincadeira). E isso me deixava especialmente feliz.

E a conversa continuava...

Noutro dia, estive rememorando esses momentos marcantes e me detive nessa expressão: “a principal função do diretor é fazer com que todos sejam felizes na escola.”. 

Daí, me lembrei de uma frase de Alexandre Dumas, pai (1802-1870), romancista francês, que diz: “O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes.”.

Mas, que felicidade é essa quando se considera toda a complexidade das relações interpessoais que acontecem diariamente no universo que compõe a escola, ou seja, professores, alunos, pais, coordenadores, orientadores, técnicos, fornecedores, prestadores de serviços etc.? (Uma das escolas que dirigi tinha 3.800 alunos)

Não se trata, por óbvio, de uma felicidade advinda do fato de que cada um faz o que quer, fala o que lhe “dá na telha”, um laisser-faire desmedido, mas, sim, de um bem-estar decorrente de posturas humanizadas, de missão, princípios, valores, normas, regras e visão de futuro coerentes, justas, conhecidas, compartilhadas e assumidas por todos. 

Sabemos que é quase impossível satisfazer aos desejos, às expectativas e necessidades de todos.

Nem num grupo de 3, nem num grupo de 3.800.

Nesses contextos, a disponibilidade ao diálogo, o saber ouvir, o respeito ao posicionamento do outro (mesmo que você não concorde com ele), a presença significativa, a coerência nas posturas e atitudes, a comunicação efetiva e afetiva, a empatia, o cumprimento dos procedimentos normatizados, o propósito e o foco bem definidos, a flexibilidade, a descentralização, o empoderamento, a corresponsabilidade, a resiliência, a perseverança e, especialmente, a alegria do encontro, são quesitos que provocam a existência de ambientes promissores e realizadores de relacionamentos saudáveis e felizes. 

"É comum dizer-se que a função das escolas é preparar as crianças e os adolescentes para a vida. Como se a vida fosse algo que irá acontecer em algum ponto do futuro, depois da formatura, depois de entrar no mercado do trabalho. Mas a vida não acontece no futuro. Ela só acontece no aqui e no agora. Viver é aprender. É nisso que está a excitação do viver. Caso contrário, a vida é um tédio insuportável. A aprendizagem só pode acontecer no espaço-tempo em que a vida está sendo vivida. (…)"  Rubem Alves

O Professor Amaro França, no seu livro "Gestão Humanizada" (2019), acrescenta que "Uma das maiores necessidades intrínsecas ao ser humano é ser valorizado, compreendido e sentir-se amado, e, quando a escuta empática é vivenciada, cria-se uma atmosfera psicológica favorável à resolução do problema.". 

Numa escola com essas características, de relacionamentos humanizados, as crianças e os adolescentes sentem prazer em ir e estar. Não veem a hora de as férias acabarem para a volta às aulas. E, assim, se sentem felizes na escola e contagiam a todos. 

O ambiente de atitudes respeitosas aproxima a todos e tem o condão de até evitar, ou, pelo menos, diminuir o bullying.

Como são gratificantes essas conversas do diretor com as crianças e com os adolescentes no ambiente escolar. Além de nos trazer e nos sensibilizar com toda a energia que possuem, com o seu modo peculiar de conversar, com a ausência de filtros na comunicação e outras características dessas faixas etárias, trazem, também, a oportunidade de conhecermos melhor o próprio ambiente interno escolar, sobre os relacionamentos interpessoais, sobre o andamento dos procedimentos normatizados etc. E você não precisa fazer muitas perguntas. Elas são espontâneas, verdadeiras e sinceras, o que deve ser respeitado e valorizado com muito afeto e sigilo. 

Feliz o diretor e a diretora que têm essa possibilidade de aproximação com os estudantes. 

Felizes, também, os coordenadores, orientadores e professores que têm o privilégio do contato diário com essas crianças e da possibilidade de conduzir suas aprendizagens e vivências numa direção sadia de crescimento relacional. 


Alegria, amorosidade, bem-querer. Palavras mágicas!

Os seus filhos e os seus alunos são felizes na escola?
Que tal conversar com eles a respeito?

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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

MENSAGEM - O CREPÚSCULO E A GRANDEZA DO CRIADOR

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domingo, 2 de agosto de 2020

A EDUCAÇÃO, A FAMÍLIA E A SOCIEDADE - Texto 3

Professor, Biblioteca, Livro, Médico


Texto 3/3 – Os Professores 


Roberto Gameiro

I - Ofício do Professor
O ofício de educar requer dos professores, além de sua competência técnica específica, uma prática reflexiva, entendendo que o processo ensino-aprendizagem se constrói ao longo de situações vivenciadas nos espaços-tempos escolares, que desafiem os estudantes a pensarem, a pesquisarem, a se comunicarem e a se ajudarem entre si. Nesse sentido, sugere-se que o professor oriente e acompanhe o desenvolvimento de atividades propostas aos alunos, atuando, sempre que possível, na ZDP (zona de desenvolvimento proximal) dos estudantes. De acordo com Vygotsky (Paganotti, 2011), esta diferença entre a zona de desenvolvimento potencial e  a real dos alunos, se bem trabalhada, ou seja, com a interferência positiva  de um colega ou de um adulto, pode desenvolver com eficácia o potencial deles. 

O aluno deve ser o centro do processo ensino-aprendizagem. Deve ser desafiado continuamente a pensar sobre as suas aquisições de saberes e o conhecimento que constrói. 

Para que isso aconteça, é necessário que a prática do educador contemple momentos significativos no processo ensino-aprendizagem a fim de que o estudante seja estimulado e orientado a percorrer alguns “caminhos” que o remetam à metacognição. Que exista uma relação de confiança entre as partes, orientação e acompanhamento do rendimento escolar e a busca contínua, de ambas, para superar possíveis defasagens ou dificuldades de aprendizagem apresentadas.
 
Segundo Hadji (2001) "a regulação (ação do professor) e a autorregulação (ação do aluno) do conhecimento são partes integrantes do processo, assim como a avaliação processual e o feedback contínuo. Os ajustes serão feitos desde que o professor tenha indicadores de aprendizagem que o levem a promover retomadas de conteúdos e situações que favoreçam aos alunos regular a sua própria aprendizagem.".
 
Zabala (1998) enfatiza a importância de ensinar aos estudantes além dos conteúdos conceituais, também os procedimentais e os atitudinais, elaborando situações de aprendizagem, como por exemplo as sequências didáticas e os projetos a fim de favorecer a investigação e o desenvolvimento de habilidades diversas, para atuar com competência frente a uma situação inusitada. 

Acrescente-se a necessidade de cuidados especiais com os estudantes. Os relacionamentos intramuros devem ser caracterizados pela atenção humanizada, em especial para a acolhida, para o “saber ouvir”, para o “estar junto” e para a presença significativa. Dessa forma, o aluno vai assumir o sentimento de pertença à instituição e o de parceria com o professor, vai produzir mais individualmente, em grupos e em pares, e haverá mais empatias e menos conflitos.

II - Formação continuada dos Professores

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), zelar pela aprendizagem dos alunos é responsabilidade do professor. Portanto investir em sua formação continuada e no desenvolvimento de uma práxis que entende a aprendizagem como interação entre os sujeitos favorece aos estudantes a construção dos conhecimentos e o alargamento da visão de mundo.

A propósito da formação continuada dos professores, Paulo Freire escreveu: "A segurança com que a autoridade docente se move implica uma outra, a que se funda na sua competência profissional. Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta competência. O professor que não leve a sério sua formação, que não estuda, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa, não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe.". (Freire, 1996)

Nos dias de hoje, o professor que não cuidar continuamente do seu aperfeiçoamento através da participação em cursos, palestras, seminários, congressos etc., corre o risco de ficar fora do mercado de trabalho em curto prazo. A formação continuada, entretanto, é processo cuja responsabilidade não deve ser atribuída apenas à instituição em que se trabalha, mas também, e principalmente, aos próprios professores e colaboradores.

Estamos, constantemente, em busca não apenas de novas teorias, nem apenas de novas práticas. Estamos em busca de uma práxis que signifique teoria que se aplica na prática e que, refletida, se torna nova teoria, e assim sucessivamente.

Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser tal modo concreto que quase se confunde com a prática. (Freire, 1996)

No processo pedagógico, trabalhamos no sentido de proporcionar às crianças e jovens oportunidades para que alcancem gradativamente a autonomia e, em consequência, passem a ser agentes do seu próprio desenvolvimento, como verdadeiros protagonistas da sua formação, tendo os professores como mediadores, orientadores, tutores. 

III - Novas Tecnologias – metodologias ativas – ensino híbrido

A utilização de novas tecnologias como facilitadoras das aprendizagens vem ao encontro das expectativas e necessidades desta nova geração, também chamada de geração do milênio ou geração da Internet, nascida numa época de grandes avanços tecnológicos e acostumada com a multitarefa. Agregam o tradicional ao contemporâneo, mudam a maneira de operacionalizar o processo de ensino e aprendizagem, relacionando-o aos meios de comunicação, à cultura, à socialização e à sociabilidade; contribuem para a formação de um sujeito crítico, interativo, sociável, solidário, mediador, empreendedor, enfim, um ser humano sério, comprometido, verdadeiro protagonista. 

A capacitação dos professores, pessoal de apoio e estudantes para o uso de novas tecnologias é passo importante para a utilização adequada e para se tirar o maior proveito possível dessas ferramentas de aprendizagem. Dê-se destaque especial ao treinamento dos estudantes, que, bem preparados, tornam-se relevantes auxiliares dos professores, principalmente daqueles que têm alguma dificuldade para operar novos instrumentos tecnológicos. 

Já há muito tempo, se ouve que o professor não é mais o “dono do conhecimento”, mas, entre o discurso e a prática, tem havido um abismo. Muitas escolas (e professores) continuam com o tipo de ensino tradicional herdado dos séculos anteriores, carteiras enfileiradas, e usando as possíveis tecnologias disponíveis simplesmente para substituir a lousa e o giz. 

A pandemia do corona-vírus trouxe a necessidade emergencial do uso das metodologias ativas baseadas em atividades online para substituir, embora ainda de forma não muito competente, as atividades presenciais. Esse fato fez com que a comunidade educacional (professores, coordenadores, gestores e mantenedores) se abrisse para a valorização do ensino híbrido, que já vinha sendo usado por poucas instituições no país. 

O ensino híbrido se caracteriza pela realização de atividades online, naquilo que a Internet proporciona maior eficiência e eficácia para a aprendizagem, e  atividades presenciais de aprofundamento, debates, detalhamentos, troca de experiências etc. com a presença dos professores (e monitores) junto dos alunos.

Uma das modalidades do ensino híbrido é a aula invertida; aliás, “aula invertida” não é novidade. Muitos professores, inclusive eu, já usavam essa metodologia há muito tempo. A “novidade” agora é que com a valorização do uso da Internet, com o EAD, com as novas plataformas de ensino e com as planilhas de apoio e ajuda, o estudo anterior à atividade presencial, que no passado era feito através dos livros didáticos, dos paradidáticos, das enciclopédias e outros, agora é realizado prioritariamente através de meios eletrônicos como vídeos, textos e podcasts, e o estudante pode acessá-los quando e onde lhe seja mais acessível e confortável. Parece que esse tipo de processo de ensino e aprendizagem, agora, veio para ficar, o que é bom. 

O que a tecnologia traz hoje (nas metodologias ativas)(1) é a integração de todos os espaços e tempos. O ensinar e aprender acontece numa interligação simbiótica, profunda, constante entre o que chamamos mundo físico e mundo digital. Não são dois mundos ou espaços, mas um espaço estendido, uma sala de aula ampliada, que se mescla, hibridiza constantemente. Por isso a educação formal é cada vez mais blended, misturada, híbrida, porque não acontece só no espaço físico da sala de aula, mas nos múltiplos espaços do cotidiano, que incluem os digitais. O professor precisa seguir comunicando-se face a face com os alunos, mas também digitalmente, com as tecnologias móveis, equilibrando a interação com todos e com cada um. (Moran, 2013)

Significa, então, que os professores, agora, têm, também, a necessidade de aprenderem a usar essas novas possibilidades instrucionais. É, também, mais uma responsabilidade e obrigação de atualização dos currículos e dos programas dos cursos de licenciatura e pedagogia. 

Moran (2019) ainda complementa: "O papel docente mais relevante é ajudar os estudantes a aprender de forma profunda, ampla, experiencial, reflexiva. O docente será cada vez mais um orientador, um tutor e um mentor. Um orientador dos caminhos mais interessantes para aprender, das estratégias que fazem mais sentido para cada estudante e para os diversos grupos. Ele será um tutor que ajudará nas dúvidas mais significativas (as básicas a tecnologia o fará), a problematizar, a trazer outros pontos de vista."

Entretanto, há que se propiciar condições para todos os alunos e professores, das escolas privadas e públicas, terem acesso à Internet de boa qualidade e aos equipamentos. Um desafio para as redes e escolas privadas e um “grande desafio” para os governos federal, estaduais e municipais. 

(1) O texto entre parênteses é meu.

IV - Referências

BRASIL. Presidência da República. Lei 9394 de 20 dez. 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.


HADJI, Charles. Avaliação Desmistificada, Porto Alegre: Artmed, 2001.


MORAN, José. Ampliando as práticas de mentoria na educação, 2019. Disponível em:  http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2019/08/mentoria_Moran.pdf


MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas, 2013. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acessado em 29/07/2020.


PAGANOTTI, Ivan. Vygotsky e o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal. Revista Nova Escola, 2011 Disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/1972/vygotsky-e-o-conceito-de-zona-de-desenvolvimento-proximal. Acessado em 29/07/20.


ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.


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quarta-feira, 29 de julho de 2020

MENSAGEM - A IDENTIDADE "FALA ALTO" E NOS REVELA


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domingo, 26 de julho de 2020

ADOLESCENTES E BORBOLETAS

Borboleta, Inseto, Verde, Azul, Distrito


Roberto Gameiro


Como disse Rubem Alves (1933-2014): "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.".

A mulher grávida é a síntese da beleza da natureza humana. Durante nove meses, um novo ser se constrói no ventre da mãe, e esta enfrenta esse período com um misto de alegria pelo amor que já nutre por aquele “serzinho” que está se formando, e tensão, pelo receio de que algo dê errado; e sofre por isso.

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Esse ser nasce, cresce e se torna um adolescente. E aí, ele se torna “grávido de si mesmo”, como reflete o filósofo Mário Sérgio Cortella: “ele dará à luz ele mesmo em outro momento; alterações hormonais, dificuldades de humor, impasses no corpo e na mente e impaciência são algumas das características dessa fase”. Isso faz parte do ciclo de vida humana. Todos nós passamos por isso. 

Assim como a borboleta que vem da transformação da lagarta num processo que exige muito esforço e resiliência, os adolescentes enfrentam, ainda imaturos, momentos de transformações biológicas e psicossociais que lhes causam aflição e angústia. E sofrem por isso, assim como quem convive com eles. 

E por ser “fase”, esses momentos devem ser vistos como transitórios, como passagem de um estágio de maturidade para outro, mais aperfeiçoado. 

Para isso, precisam da ajuda dos adultos. Não adultos que se fazem de adolescentes para conquistar a simpatia dos meninos e meninas, mas adultos autênticos, conscientes de que são espelhos nos quais os jovens se miram na busca de segurança e de orientação positiva e assertiva. 

Mas não nos enganemos que, em função da “fase”, tudo seja permitido. O diálogo e a presença constantes dos adultos junto dos adolescentes propiciam as condições para a busca do equilíbrio que não aceita o desrespeito, a agressão física ou verbal, o uso de drogas ou bebidas alcoólicas etc. Isso se faz especialmente na família, na escola e na Igreja. 

E evita suicídios!

Como disse Rubem Alves (1933-2014): "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.".

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