O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

GUARDA PARTILHADA?

 Família, Divórcio, Separação, Antes


Roberto Gameiro


Na tarde do dia em que foram divulgados os resultados finais, um homem entra intempestivamente na escola e dirige-se à sala da direção, exigindo atendimento imediato.


O homem, um pai de aluno da escola, está exasperado, muito nervoso, descontrolado.


Atendido pela direção e pela coordenação, declara-se pasmo pelo fato de o filho ter sido reprovado e que, durante todo o ano, ele nunca foi informado pela escola de quaisquer problemas que seu filho pudesse ter nas aulas; nem sobre disciplina, nem sobre aproveitamento.


Chega, também, a esposa. Esta se mostra apreensiva e claramente incomodada com a situação.


Abrem-se os registros. Constata-se que o aluno constantemente não fez as tarefas de casa, esteve sempre em recuperação, não foi assíduo nem pontual, teve diversos casos de indisciplina durante as aulas, incluindo suspensões. Essas informações deixam o pai atônito: no seu entender, a escola foi realmente incompetente com ele.


Abrem-se as atas. Constata-se, então, que a mãe esteve presente na escola mais de uma dezena de vezes durante o ano, a chamado da instituição, para acompanhamento da situação de aproveitamento e de comportamento do menino; em várias das atas, assinadas por ela, a mãe pede encarecidamente à escola que não trate desses assuntos com o marido, e que ela mesma o fará. Fica claro que ela não o fez.


Vocês já viram esse "filme”?


Do artigo “Conflitos conjugais e seus efeitos sobre o comportamento de crianças”, de Ana Carolina Villas boas e outras, extraí que "crianças expostas a altos níveis de conflito estão mais propensas a desenvolverem uma série de problemas emocionais e de comportamento durante a infância, entre os quais, baixa autoestima, pobre interação com pares, depressão e problemas de saúde, distúrbios de sono e problemas de comportamento exteriorizado e interiorizado". 


E, ainda, que em um estudo publicado recentemente, os resultados mostraram que a habilidade das crianças para resolver conflitos é aprendida em casa por meio da participação e da observação de situações de conflito na família e que a agressão das crianças frequentemente resulta da experiência de conflitos mal resolvidos. No que concerne à relação conjugal, duas dimensões foram consideradas de risco: a hostilidade entre o casal parental e a tentativa de um cônjuge minar o comportamento do outro. Sugiro a leitura do artigo completo em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672010000200009 


Podemos, então, nos indagar se a mãe e a escola agiram de forma correta; se o pai agiu, em relação ao menino, durante o ano, de forma assertiva, e se os possíveis conflitos conjugais e ou parentais influenciaram na conformação da situação.


De qualquer forma, cabe uma pergunta: se até na separação judicial dos casais, a guarda, pela Lei, deve ser, preferencialmente, compartilhada, por que alguns cônjuges, vivendo juntos, não conseguem compartilhar a guarda e o acompanhamento dos filhos?


Vamos refletir e conversar a respeito?


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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 17/04/18, e neste blogue, em 15/03/20.

SE VOCÊ GOSTOU DESTE ARTIGO, veja outros posts de Roberto Gameiro em: http://www.textocontextopretexto.com.br.

Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional  e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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