MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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Roberto Gameiro
Frequentemente, temos de fazer escolhas. Nem sempre a escolha é fácil de ser feita, pois ela depende de diversos fatores a serem pesados e considerados, como o contexto, as circunstâncias desse contexto, dos seus possíveis efeitos colaterais (positivos e negativos), culturais, sociais, familiares, profissionais, espirituais ...
Toda escolha é uma tomada de decisão que pode impactar nossas vidas e a sociedade ao nosso redor, principalmente quando são constituídas de temas complexos e desafiadores; ainda mais se houver influências externas.
Alvin Toffler, escritor e futurista norte-americano, escreveu que “o futuro é constituído pelas nossas decisões diárias, inconstantes e mutáveis, e cada evento influencia todos os demais”.
Cada um de nós tem um sentido de vida construído e reconstruído ao longo dos anos, calcado especialmente no nosso caráter, na nossa personalidade e, consequentemente, nos princípios e valores que norteiam nossas posturas e ações. Qualquer tomada de decisão que nos leve a uma escolha precisa estar coerente com esse conjunto de atributos pessoais.
Tem de ser assim, por exemplo, quando escolhemos os nossos candidatos a funções eletivas como síndicos, conselheiros tutelares, diretorias de entidades representativas, vereadores, prefeitos, deputados, senadores e presidentes da república. Supõe-se que cada um deles, nosso escolhido, tenha princípios e valores equivalentes aos nossos e vai nos representar efetivamente no exercício do seu cargo.
Entretanto, nem sempre isso acontece. Não é raro acontecer que o nosso escolhido, eleito, passe a ser favorável a temas que contrariam o seu próprio plano de ação apresentado quando era candidato, e que nos levou a escolhê-lo, decepcionando-nos como nosso representante. Com certeza, vamos “pensar duas vezes” antes de escolher novamente esse indivíduo.
Escolhas nem sempre são fáceis. Elas constituem um aprendizado constante e imprevisível, difícil de se “acertar no alvo”.
Assim é em todos os setores da coexistência em sociedade. Seja na escolha do futuro marido, ou esposa; na escolha da profissão ou atividade laborativa; na escolha do melhor candidato a uma vaga de trabalho; na escolha do lugar ideal para realizar uma cirurgia etc.
Por isso, antes de fazer uma escolha, busque a maior quantidade possível de informações, faça pesquisas, pergunte, pergunte e pergunte. Não seja precipitado.
Quem faz escolhas, e todos nós fazemos, assume riscos. Mas esses riscos são inerentes à condição humana. Estamos sempre nos equilibrando entre uma escolha e outra, o que nos fortalece, nos faz crescer e propicia condições para que nos adaptemos aos inevitáveis desafios que teremos de enfrentar na vida.
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Roberto Gameiro
Às vezes, nas nossas pesquisas, encontramos mensagens que mexem com a gente, nos emocionam e nos fazem refletir.
Esta é uma delas. É um pouco longa, mas vale a pena.
“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo as muralhas do ódio… e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.”.
Parece que foi escrita hoje, não é?
Foi escrita por Charles Chaplin e utilizada na parte final do filme: “O Grande Ditador”, em 1940.
Ela nos leva, imediatamente, a uma primeira reflexão sobre como se encontra a sociedade de hoje e à necessidade de se equilibrar os avanços materiais com os bem-estares humanos.
Esse equilíbrio, necessário, é imprescindível para a garantia da longevidade do planeta e da raça humana.
É inacreditável que o homem que, por ganância econômica e financeira, está, dia a dia, destruindo a Terra, e encontra-se investindo fortunas em pesquisas para identificar planetas com características climáticas convergentes, como saída para o caos que ele mesmo está conscientemente preparando para o futuro.
Parece incrível, mas é fato.
Essa preocupação não existia em 1940.
Daqui a 100 anos, a maioria de nós, que vivemos hoje, não estará aqui. Mas nossos descendentes, com certeza, estarão. O que eles vão pensar de nós, que teremos permitido que o caos se instalasse progressivamente ao longo dos anos? Haverá tempo para “consertar” o estrago?
Refletir sobre os erros da humanidade no passado é importante para que não cometamos os mesmos equívocos que nos levaram, e, talvez, ainda nos estejam levando a enfrentar desafios e desastres climáticos, bem como situações de desassossego social. Os erros do passado são duro aprendizado para melhorar o presente e entregarmos um planeta melhor para nossos descendentes, evitando o caos que se vislumbra.
Que se vislumbra, ou que já está aqui?
O planeta já está dando respostas às ações danosas ao meio ambiente perpetradas pelo ser humano, algumas das quais já não podem mais voltar ao estado anterior. Ainda temos a chance, neste “mundo globalizado’, de atenuar, diminuir e, talvez, eliminar a possibilidade de danos futuros e viabilizar uma sociedade sustentável, justa e pacífica.
Para isso, há que haver muita colaboração entre países com ações que possam levar a soluções de curto, médio e longo prazos.
Nenhum de nós pode se excluir dessa jornada. Qualquer solução não poderá vir apenas “de cima para baixo”. Todos estamos “no mesmo barco”, e depende das providências individuais e coletivas em níveis local, regional, nacional e internacional.
A começar, obviamente, por otimizar o processo de formação e educação das crianças, adolescentes e jovens para que tenham visão crítica da grave situação em que o planeta se encontra, e sejam também protagonistas das mudanças necessárias.
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Muitas vezes, nós pais acreditamos que só o nosso exemplo de vida basta para que os nossos filhos se contagiem e sigam uma vida correta e digna; isso, infelizmente, se dá cada vez menos devido à vida agitada, apressada, por vezes conturbada, que a sociedade atual nos oferece e exige; muitas vezes o exemplo apenas não basta. A “presença” é um valor importantíssimo para a boa formação das crianças e dos jovens. Não se trata, entretanto, de qualquer “presença”. Trata-se de uma presença que estabelece uma relação de confiança e transparência, que pratica a escuta ativa, que estimula a comunicação e as dimensões do cuidado e da ternura e é marcada por uma aproximação atenta e acolhedora.
Roberto Gameiro
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Roberto Gameiro
Noutro dia, remexendo no meu “baú” de fotos e lembranças antigas, reencontrei um cartão, num papel datilografado e já amarelado, com uma mensagem dirigida a mim, que, mais uma vez, me emocionou sobremaneira.
Quando estava no meu segundo ano de magistério, eu lecionava “Língua Portuguesa” no curso que hoje seria a segunda fase do Ensino Fundamental.
A escola pertencia a uma congregação religiosa feminina, em que os princípios e os valores cristãos imperavam e norteavam todas as ações administrativas e pedagógicas, além de uma disciplina exemplar por parte de todos.
Eu mal havia terminado o curso de licenciatura em Letras Modernas e estava ainda aprendendo a ser professor, mas tive a sorte de começar num bom colégio e numa época em que os professores eram respeitados e valorizados pelos alunos, pais e comunidade escolar.
Era gratificante e prazerosa a atividade docente, trabalhando com adolescentes, meninos e meninas, amorosos e cumpridores das suas obrigações escolares.
Mas não deixava de ser uma jornada pesada e cansativa devido à extensa carga horária semanal de aulas, somada às preparações de planejamentos, relatórios e aulas, correção de provas e redações... Nesse sentido, nada diferente dos demais professores (à exceção das benditas redações! Rss)
Na minha carreira de professor e diretor escolar, como em qualquer carreira profissional, sempre houve momentos de alegria, de realização e de regozijo; mas, também, houve ocasiões de tristeza, de incompreensões e de chateações.
Pois foi nessa época, num “Dia dos Professores” que recebi a homenagem que mais me sensibilizou na minha jornada docente e administrativa.
Na ocasião, eu estava trabalhando, com os alunos das sétimas séries, o conteúdo “Orações coordenadas e subordinadas”. Aliás, esse sempre foi um dos temas que mais gostava de lecionar ...
Qual não foi a minha surpresa quando, ao entrar na sala para mais uma aula, os alunos de uma das sétimas séries me entregaram um cartão dobrado, com um decalque de crianças na capa, com uma página interna, na qual estava datilografada a seguinte mensagem:
Na sintaxe da vida, somos todos orações subordinadas que interdependem umas das outras. Todos nós exercemos o papel de subordinante e subordinada. A vida é um período composto por subordinação em que apenas “ELE” exerce o papel de oração principal. E, na nossa vida, a oração principal chama-se professor Roberto.
Não precisa ser um estudioso de semântica para perceber que a última frase é incoerente em relação à penúltima. Mas numa linguagem poético-metafórica como essa, o que vale é a intenção carinhosa dos estudantes em relação ao seu professor de “Português”.
Ao receber a mensagem, engasguei-me, e quase não tive palavras para agradecer. Acho até que meus olhos descarregaram algumas lágrimas rosto abaixo. Afinal, qual professor, no seu segundo “Dia dos professores”, recém formado, não ficaria emocionado com tal homenagem, espontânea, não esperada e sincera?
Os anos passaram e fui paraninfo e patrono de diversas turmas no ensino superior de Pedagogia, além de muitas placas comemorativas de metas alcançadas como diretor de escolas particulares; mas, nenhuma homenagem me sensibilizou tanto quanto essa.
Hoje, passada a emoção da época, percebo que a homenagem a mim prestada revela a interconexão e a interdependência das pessoas na vida, enfatizando que cada pessoa desempenha papel ora de sujeito, ora de objeto em relação aos outros, e que existe uma força maior que nos une, nos guia e nos fortalece.
Aqui está um bom tema para refletirmos com nossos filhos sobre nossas ações individuais e coletivas.
Que Deus nos abençoe e nos traga a paz.
Sempre.
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Uma garota segurava em suas mãos duas maçãs. Sua mãe entrou e lhe pediu com uma voz doce e um belo sorriso: – Querida, você poderia dar uma de suas maçãs para a mamãe? A menina levanta os olhos para sua mãe durante alguns segundos, e morde subitamente uma das maçãs e, logo em seguida, a outra. A mãe sente seu rosto esfriar e perde o sorriso. Ela tenta não mostrar sua decepção, quando sua filha lhe dá uma de suas maçãs mordidas; a pequena olha sua mãe com um sorriso de anjo e diz: – A mais doce é essa! Muitas vezes, as aparências enganam, mas não nos culpemos, também apressadamente, por equívocos dessa natureza. Somos humanos e, portanto, incompletos. Estamos sempre em busca de aperfeiçoamento. Deus ainda não completou a sua obra em nós, assim como nos nossos irmãos.
Autorizadas, desde que com a inclusão dos nomes do blogue e do autor.