O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

A ESCOLA COMO VÍTIMA




Roberto Gameiro

O assassinato de dois meninos numa escola particular de Goiânia em outubro de 2017, com mais quatro estudantes feridos, repercutiu em nível nacional e internacional, deixando-nos estarrecidos com tal barbárie cometida por um estudante de 14 anos de idade.

Passado o primeiro choque proveniente da notícia, o fato passou a ser objeto de muitas reportagens pela mídia e tema obrigatório nas redes sociais. E, como sói acontecer em ocasiões como essa, começaram a aparecer os “iluminados” que se atribuem o direito de apontar culpados.

A busca por “culpados” tende a ser, então, o principal assunto da preocupação dessas pessoas, deixando para segundo plano a dor de todas as famílias envolvidas e dos agentes educacionais da escola.

E é para a escola que eu direciono o foco deste texto, fazendo uma análise genérica que não necessariamente tem a ver com este caso. Ser professor, coordenador, orientador educacional/disciplinar, diretor de escola, hoje em dia, tornou-se profissão de risco, seja em escolas públicas, seja em particulares. Esses profissionais vivem sob tensão como que esperando quem, onde e o que acontecerá no momento seguinte, fruto do descompasso vivencial que norteia as atitudes dos personagens atuantes na escola, especialmente os alunos e, pasmem, os pais.

É constitucional a responsabilidade da família pela educação dos filhos. Todos sabemos, também, que à escola cabe fazer a gestão das aprendizagens dos jovens, levando-os a adquirir as competências delas decorrentes. No entanto, de há muito, a escola tem sido instada a atuar como protagonista também na educação das crianças e adolescentes, por omissão nesse mister de muitas famílias.

Em função dessas posturas, a escola e, principalmente, os professores, passam a ser considerados responsáveis por tudo. É uma total inversão de valores. Esse é um dos porquês de a escola brasileira falhar; uns abdicam de suas responsabilidades e culpam os outros pelos males decorrentes.

Está mais do que na hora desses pais assumirem por completo a educação dos filhos e tornarem-se parceiros dos professores, respeitando-os e valorizando-os.

(Siga-me)

Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 29/10/17.


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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor na área de “Gestão de escolas de Educação Básica”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br


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4 comentários:

  1. Um fato triste e inacreditável como este acontecido em Goiânia nos conduz a refletir sim, sobre as obrigações atualmente impostas à escola. Muitas famílias delegam por completo a educação de seus filhos exclusivamente às escolas. Cobrando valores familiares que deveriam vir de casa. Questões emocionais, psicológicas, comportamentais, são também, muitas vezes deixadas de lado pelos pais ou passadas integralmente para a responsabilidade escolar. Excelente texto, Roberto!

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  2. Christian de Oliveira Moura4 de dezembro de 2017 às 10:57

    Sr. Roberto. O pior que é verdade. As pessoas estão mais preocupadas com a mídia.

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  3. Maria Carmen Tavares Christóvão4 de dezembro de 2017 às 10:59

    Prezado Prof. Roberto Gameiro. Acredito que a saúde da sociedade brasileira dependa de uma profunda valorização da Educação. A Finlândia é resultado dessa revolução. Com um forte investimento em educação e valorização da docência transformaram o país que ocupa hoje os melhores rankings internacionais em todas as áreas. Una delas me admira: o sexto país mais feliz do mundo. Parabéns pela reflexão.

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  4. Muito pertinente essa reflexão sobre o momento que vivemos nas escolas, Professor Roberto. Essa tensão por que passamos diariamente explica a grande quantidade de professores adoecidos e afastados do seu trabalho. Infelizmente não vejo nenhuma luz no fim do túnel, principalmente enquanto a educação não for prioridade para nossos governantes. Um grande abraço!

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