“Quando uma história começa a ter vírgulas demais, é porque está chegando a hora de colocar um ponto final.” (autoria desconhecida)
Pense num texto que relata um relacionamento que se inicia, seja ele familiar, amoroso, de amizade, ou profissional. Provavelmente, na introdução, esse texto conterá pontos de exclamação que ensejem as possibilidades de novos aprendizados, novos conhecimentos e emoções. Mas poderá, eventualmente, conter alguns pontos de interrogação, próprios de quem está ingressando numa seara ainda não conhecida.
Não estou falando de início alvissareiro e final duvidoso, ou indefinido, ou desfavorável, ou alegre, ou triste. Tudo na vida tem um começo, um durante e um final; a começar pela própria vida.
O excesso de vírgulas nos faz lembrar do possível uso abusivo de apostos e intercalações de textos, pausas, explicações demais, como tentativas de justificar a continuação de algo que já não tem sentido.
O ponto final, então, representa a necessidade de colocar um fim naquele nonsense.
A frase pode ser lida e interpretada no sentido literal; entretanto, está, também, ancorada num sentido figurado, pois se utiliza de sinais da escrita, vírgula e ponto final, para, metaforicamente, expressar uma situação que poderia ser caracterizada como “encheção de linguiça”.
Outrossim, essa situação não ocorre apenas em textos escritos. É o que tem acontecido, por exemplo, com muitas séries televisivas que não mereciam ter nem a segunda temporada, e outras que “nunca” terminam, “passando do ponto” e se estendendo mais do que o esperado com temporadas desnecessárias, causando cansaço nos espectadores.
A vírgula é o sinal mais usado na língua portuguesa escrita; indica pausas na leitura, separa elementos de uma frase, evita ambiguidades e torna informações mais claras, compreensíveis e de acordo com o sentido desejado por quem escreve.
“Mãe só tem uma” é diferente de “Mãe, só tem uma”. Vejam que o simples uso de uma vírgula mudou completamente o sentido da frase.
Daí, a profundidade semântica contida no texto que encima este artigo. Ele traz no seu bojo uma mensagem que desafia a nossa interpretação mental, extrapolando o sentido literal, e conduzindo-nos a uma analogia entre o sentido próprio e o figurado.
Renato Russo (1960-1996), cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista brasileiro, escreveu, lá na década de 1980: “se fala demais por não ter nada a dizer.”.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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