O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

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terça-feira, 9 de outubro de 2018

O VALOR DA NOTA: PONTA DE "ICEBERG"



Roberto Gameiro

- Professor, essa atividade vale nota?

Você, com certeza, já ouviu ou até proferiu essa frase, não é?

Ela pode ser designada como uma espécie de "ponta de iceberg" que esconde toda uma cultura que caracteriza uma boa (ou maior) parte do estudantado brasileiro em todos os segmentos da educação.

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Estuda-se para “passar de ano” e não para aprender, construindo conhecimentos. Se a média mínima para aprovação é 5,0, estuda-se o necessário para obter 50% de aproveitamento, nada mais; após atingir essa “meta”, não há psicologia educacional ou técnica pedagógica que faça esse estudante se dedicar aos estudos dali para diante no ano letivo. Pior: além de não se dedicar aos estudos, passa a ser um forte candidato à indisciplina em sala de aula, contagiando negativamente os colegas. Afinal, “a aprovação já está ‘garantida’”.

Claro, felizmente, que essa postura não atinge todos os estudantes. Mas, com certeza, atinge um contingente representativo; que o digam os professores!

Quando o ENEM passou a resultar num ranking que indicava (erroneamente) para o público em geral a “qualidade das escolas”, especialmente na rede privada, e muitas faculdades e universidades ainda não valorizavam essa “nota” no vestibular, muitas escolas de Ensino Médio passaram a ser “reféns” da vontade dos seus alunos em fazer ou não as provas. Apesar dos insistentes pedidos dos professores para que os estudantes fizessem as provas, muitos destes não se inscreviam, ou, se se inscreviam, não compareciam, ou se compareciam não completavam os testes, especialmente as redações. O resto desta situação, todos conhecemos. O Enem não “valia nota”.

O ENEM só passou a ser levado a sério por aquele tipo de estudante quando as grandes faculdades e universidades públicas e privadas passaram a valorizar o seu resultado nos vestibulares. Afinal, agora, o ENEM “vale nota”. Inclusive fora do país.

O “Programa Internacional de Avaliação de Estudantes” (PISA), coordenado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e, no Brasil, pelo INEP, nos fornece subsídios interessantes. Quando estudiosos apontam os motivos de nossos estudantes irem tão mal nas provas do PISA, indicam problemas na formação e remuneração dos professores, na falta de infraestrutura adequada e outras causas, todas elas válidas. 

Entretanto, pouco se ouve falar a respeito deste fenômeno: a falta de interesse dos estudantes em provas e testes que “não valem nota” (o PISA não vale nota para passar de ano). Será uma causa ou uma consequência?

Está na hora de aprofundar o estudo dessa relação.

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terça-feira, 27 de março de 2018

O DESEJO DE TER OU SER






Roberto Gameiro

Certa vez, ouvi esta frase, da qual não consegui identificar a autoria: “o homem vive a desejar o que não tem, a fazer mau uso do que tem, e a lamentar o que já não tem”.

“Desejar”, “fazer mau uso” e “lamentar” podem perfeitamente caber numa análise consumista, caracterizada mais pelo “ter” e menos pelo “ser”.

No entanto, basta aprofundar um pouco a reflexão para encontrarmos essa “verdade” também nas posturas subjetivas do indivíduo humano; “desejo ser o que ainda não sou, desperdiço o que sou, e lamento não ser mais o que já fui”.

Claro que, mesmo estando nos campos do “ter” e do “ser”, nem sempre essas posturas podem ser consideradas negativas ou nefastas. O desejo de ter ou de ser o que ainda não se tem ou se é pode vir a ser combustível positivo para a busca da superação pessoal e da perseverança, desde que baseado em princípios e valores saudáveis.

Entretanto, vejam, a título de exemplo, os casos de muitos homens e mulheres públicos brasileiros que estão enxovalhados pela adesão a processos de corrupção. Acredito que muitos deles, quando entraram para a vida pública, tinham boas intenções e propósitos. Estando no exercício dos mandatos, porém, foram contaminados pelas “pressões”, “facilidades” e “demandas”, historicamente próprias desses locais, e deixaram-se perverter, certos da impunidade, que, aliás, ainda grassa no nosso país, apesar de operações como “Mensalão”, “Petrolão” e “Lava jato”. Será que eles se arrependem de não ser mais o que já foram, ou seja, “gente do bem”?

Se houver aqueles que se arrependem, não nos iludamos, porém, que todos se arrependam, pois há os maus-caracteres que não têm “conserto”.


Sigamos os exemplos daqueles que fazem bom uso do que têm ou são e nada têm a lamentar por já não ter ou ser.

Artigo publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 27/03/18.

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domingo, 7 de janeiro de 2018

ANALFABETISMO NO BRASIL

字母表 3D
Roberto Gameiro

Você já imaginou se quase toda a população da cidade de São Paulo fosse constituída de analfabetos?

Segundo o IBGE, a população estimada de São Paulo, em 2017, era de 12.106.920 pessoas. E segundo o mesmo IBGE, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-2016), divulgada no dia 21/12/17, o número de analfabetos (15 anos de idade ou mais) no Brasil era de 11.800.000 pessoas, ou 7,2% do contingente (no Pnad-2014, eram 13.200.000).

A comparação que faço pode parecer esquisita, mas o número, embora não seja novidade, assusta, pois a quantidade de analfabetos no país beira o número de habitantes da cidade mais populosa, já tendo sido maior. 

Assim como preocupa o fato de que na população com mais de 60 anos, o número é de mais de seis milhões de analfabetos, ou 20,4%; entretanto, numa análise simples, o fato de este contingente constituir mais da metade do total, mostra que estão aparecendo resultados positivos nos investimentos do país no processo de alfabetização da população mais jovem. Há esperança, portanto, a médio e longo prazos.

A pesquisa mostra, também, que, no Nordeste, a taxa de analfabetos entre os que têm 15 anos ou mais, 14,8%, é mais do dobro da média nacional (7,2%), enquanto no Norte é de 8,5%, no Centro-Oeste 5,7%, no Sudeste 3,8% e no Sul 3,6%.

Nesse contexto, a economia brasileira apresenta sinais de recuperação nesta passagem de 2017 para 2018, ao tempo em que o desemprego, a passos curtos, diminui gradativamente, mas longe de voltar a um patamar aceitável (12,2% até outubro). A recuperação, porém, não se apresenta uniforme em todo o território nacional; é mais lenta no Nordeste, justamente a região que tem mais analfabetos, e mais alentadora no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. 

Essa performance da economia influencia, por óbvio, a realização de novos projetos em Educação, por absoluta falta de verbas, ou de vontade política para fazê-lo, ou, ainda, por falta de competência de quem de dever.

País continental, com características regionais que desafiam cotidianamente os cidadãos e os governos, agravadas por um sistema de corrupção endêmico, resiliente e contumaz, o Brasil carece de mais iniciativas na área da Educação que sejam perenes, persistentes e competentes. Especialmente no campo da alfabetização.

Será que um dia o brasileiro vai ouvir a notícia de que o analfabetismo foi erradicado do país?

Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 07/01/2018.

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