Atualizado em 23/03/22
Roberto Gameiro
Muitas vezes, fazemos as perguntas erradas que por certo nos levarão a respostas erradas. O indivíduo humano é um ser de relações. Relações de vida. De vida em abundância.
Certa vez, quando garoto, consegui completar um álbum de figurinhas que prometia como prêmio uma máquina fotográfica. Comprei a última figura que faltava por um determinado valor e fui, com ar de vitorioso, retirar o meu “prêmio”. Foi quando constatei que tinha pagado pela tal figurinha “carimbada” uma quantia bem maior do que valia o objeto que “ganhei”; despendi mais do que recebi. Esse fato ficou marcado na minha trajetória de vida, constituindo um aprendizado significativo que, vez ou outra, me vem à mente.
A propósito, noutro dia, estive me fazendo algumas perguntas: quanto vale investir numa amizade? quanto vale ser útil para alguém? quanto vale investir num amor? quanto vale investir na educação de um filho? E percebi, logo no início da minha reflexão, que as respostas a essas perguntas nos remetem a algo muito mais relevante do que a um simples “valor”, e, rapidamente, substitui a expressão “quanto vale” por “qual a importância de”.
José Carlos Buch, advogado e escritor, escreveu no seu artigo que se encontra no Google sob o título A diferença entre valor e preço: "(...) a grandeza de uma pessoa pode ser traduzida como um ser humano de grande valor e não alguém que tem preço, não é mesmo? O valor nesse caso tem o sentido de estima, apreço, consideração, importância, caráter etc. e isso não pode ser precificado, pois trata-se de uma virtude, de um bem imaterial de quantificação inestimável e impossível de ser traduzida em números.".
Muitas vezes, fazemos as perguntas erradas que por certo nos levarão a respostas erradas ou equivocadas que nada terão a ver com o pretexto de origem do enunciado das questões. Saber perguntar é a forma mais objetiva de obter respostas condizentes com a motivação do questionamento. O valor semântico das palavras que compõem a pergunta determina a possibilidade de assertividade no significado da resposta. Saibamos, portanto, perguntar para podermos confiar na pertinência das respostas.
A importância de se investir numa amizade ou ser útil para alguém ou investir num amor ou na educação de um filho não está na relação do que "se despende para", com "o que se recebe por". Trata-se de algo muito maior. Quem gosta de ou ama alguém não se importa com mensuração dessa dedicação, nem com retribuição desta. A dedicação poderá ser maior do que a retribuição, ou ao contrário; mas não é isso que move o ser humano nessas situações. O indivíduo humano é um ser de relações. Relações de vida. De vida em abundância. Isso não tem preço, nem valor mensurável, mas é uma forma amorosa de ressaltar o valor do outro.
O Padre Fábio de Melo tem uma gravação que cabe bem nesse contexto de valorização do outro, seja por amizade ou por amor ou por utilidade. No vídeo “Ser útil e ser amado”, diz: “feliz daquele que tem ao fim da vida a graça de ser olhado nos olhos e ouvir a fala que diz: você não serve para nada, mas eu não sei viver sem você.”.
Veja o vídeo em: https://www.youtube.com/watch?v=osQMdw1xS3M
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas
áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e
adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.
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Porém, permanecem a fé, a paciepaci e o amor. Mas, o maior deles e o AMOR! ( I Cor.13).
ResponderExcluirBoa reflexão para esse periope de preparação para o Natal!