O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

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domingo, 3 de novembro de 2019

TEORIA VERSUS PRÁTICA DOCENTE: O XIS DA QUESTÃO

Academia, Acadêmico, Conselho, Negócios
Roberto Gameiro

Este artigo faz uma breve análise das dificuldades que os professores recém-formados têm para iniciar-se na profissão. 

Começo com uma pergunta: o que é mais importante: a teoria ou a prática?

Já se disse que “na prática, a teoria é outra”; prefiro a máxima que diz que “na prática, nada melhor do que uma boa teoria”. 

Paulo Freire fala em “práxis”; que pode ser entendida como uma relação direta entre teoria e prática, ou seja, o sujeito aplica a teoria na prática e esta o leva à reflexão que o remete de volta à teoria que é realimentada pela prática e se torna uma nova teoria, num ciclo virtuoso saudável que constrói novos conhecimentos que, ao serem comunicados, se tornam saberes. Acrescenta que o refletir por refletir ainda não é práxis pois a teoria em si não leva automaticamente à prática. Por outro lado, o fazer pelo fazer é simples pragmatismo. 

Quem conhece a teoria tem condições de saber como agir em situações novas não previstas e ainda não vividas na sua prática. Por outro lado, quem só conhece a prática, sem consubstanciá-la com a pesquisa, fica limitado em suas ações. 

No seu livro “Pedagogia da Autonomia”, de 1996, Paulo Freire escreveu: “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino [...] Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.”

Levando esta reflexão para a prática docente, por que será que as boas escolas exigem que os seus novos professores tenham, entre outras competências, geralmente, experiência de dois ou três anos na docência? Eles não foram formados nos cursos superiores de licenciatura e Pedagogia para serem professores?

Claro que há que se levar em conta que os recém-formados, em qualquer profissão, têm certa insegurança ao iniciar o exercício profissional. 

Mas por que em algumas outras áreas as empresas vão buscar os novos profissionais  diretamente nas  universidades, entre os formandos, e estes já saem com empregos garantidos?

Os professores e os pedagogos recém-formados geralmente saem da universidade com muita teoria na cabeça mas pouca, ou, às vezes, nenhuma prática, salvo raras e honrosas exceções. 

Os cursos de Pedagogia e de Licenciaturas têm a obrigatoriedade do “estágio” como forma de levar o futuro professor ao contato com a prática de sala de aula. Sabemos, porém, das dificuldades para o encontro de oportunidades de estágio, e estágio sério...

Quando começam a lecionar, muitos fazem uso de saberes decorrentes de suas vivências anteriores à formação superior e ao exercício da docência, como, por exemplo, quando davam aulas particulares ou ajudavam os colegas ou, ainda, como fruto da observação de seus professores do Ensino Fundamental e do Médio...

Aí está o xis da questão, não o único: levar a práxis docente para dentro dos currículos dos cursos de pedagogia e licenciaturas, aproximando as teorias estudadas de suas práticas decorrentes para dar mais segurança aos futuros profissionais.

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 17/11/18 sob o título “Teoria x prática docente”.

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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.

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domingo, 28 de julho de 2019

COMMODITIES – PRODUTOS, ATLETAS E (...) CIENTISTAS?


Mapa, Voo, Férias, Bagagem, Visto

Roberto Gameiro 

Commodities são produtos de origem primária, de qualidade e características uniformes, que não são diferenciados de acordo com quem os produziu. São produtos no seu estado natural, ainda isentos de processamento industrial, ou seja, que não foram modificados, mas têm alto potencial para a modificação, aperfeiçoamento e produção industrial e de alta tecnologia. Sete commodities (soja, óleos de petróleo, minério de ferro, carnes, celulose, açúcar e café) constituem 50% das exportações brasileiras. O Brasil é, portanto, um grande exportador de commodities nas áreas agrícola, mineral e ambiental.

Na área dos esportes, acontece atualmente um fenômeno parecido. O País, que foi um celeiro de grandes craques do futebol, reconhecidos como protagonistas em seus clubes e seleções, de um tempo para cá, tornou-se um exportador de atletas recém-formados e ainda carentes de aperfeiçoamento, mas com muito potencial para tal. Por mais esdrúxula que possa parecer a comparação, pode-se dizer que esses atletas são verdadeiros commodities. E isso não acontece apenas no futebol; vejam os casos de bons atletas de diversas modalidades que optam por ser treinados no exterior.

E o que dizer da área científica? Quantos talentos, quantos projetos substancialmente importantes para a pesquisa e o conhecimento científico estão morrendo no nascedouro por falta de uma Política de Estado ampla, perene, consistente e bem planejada de financiamento? Não é de hoje que o Brasil tem exportado “diamantes brutos” nessa área, que optam por procurar reconhecimento e apoio no exterior (e muitos conseguem) para desenvolver seus planos e projetos de pesquisa na área das ciências, inclusive publicando-os em revistas especializadas e creditadas. Há, entretanto, uma boa notícia: revista de renome nacional publicou reportagem em março deste ano na qual informa: “Em sua quinta edição, lançada no fim do ano, a lista Highly Cited Researches (pesquisadores altamente citados) destaca 6.078 pesquisadores, em um universo estimado de 9 milhões de cientistas espalhados pelo mundo. (...) Atuam no Brasil 12 dos autores mais citados do mundo. São 11 brasileiros e uma portuguesa (casada com um brasileiro – a observação é minha). Trata-se de uma parcela ínfima do cenário mundial, o equivalente a 0,19%. Ainda assim, em anos anteriores, o elenco nacional era menor. Eram 3 ou 4 nomes. (...) De qualquer forma, o país ocupa a 32ª posição entre 60 nações.”. (acessado em 07/07/2019 em https//valor.com.br/cultura/6186949/brasil-sobe-no-ranking-mundial-da-ciencia).

Espera-se que tenhamos mais boas notícias nos diversos segmentos da sociedade ao longo dos próximos anos e que possamos, de forma sistêmica e organizada, mudar os desígnios do nosso país varonil, para aproveitarmos melhor as nossas possibilidades, as nossas potencialidades.

E isso se fará com fortes investimentos na Educação, especialmente na Educação Básica, que constitui, como o próprio nome diz, a base para a continuidade de uma boa formação nos níveis superiores de graduação e pós-graduação, de investigação, de extensão e de domínio e cultivo do saber.

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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular"  de Goiânia em 13/07/19 sob o título "Ciência e commodities".


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terça-feira, 28 de maio de 2019

O DESEMPREGO E AS MUDANÇAS


Publicado em 28/05/19
Roberto Gameiro

O Brasil tem hoje, segundo o IBGE, 13,4 milhões de pessoas sem ocupação. Esse número equivale a mais do que toda a população da cidade de São Paulo, ou ao somatório das populações das cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Curitiba.

Ainda de acordo com o IBGE, a população ocupada (91,9 milhões) caiu -0,9% (menos 873 mil pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2018.

 
É um momento muito difícil por que passa o mercado de trabalho no país, ocasionando, cada vez mais, dificuldades para acesso e ou recolocação. Não é fácil definir quais faixas etárias têm sido mais atingidas por essa verdadeira “hecatombe” empregatícia.
Os jovens, que já tinham o obstáculo da falta de experiência para acessar o primeiro emprego, e não tinham experiência por que não conseguiam o emprego, agora se juntam aos mais velhos, dispensados, que buscam recolocar-se aceitando novas funções e salários menores.
Difícil encontrar uma família que não tenha pelo menos um membro desempregado.
Esse fenômeno ocasiona mudanças que, como bolas de neve, vão mudando hábitos e posturas em todos os segmentos da atividade humana no país.
Haja mudança!
Segundo o “Institute for the future”, cerca de 85% dos empregos em 2030 ainda não foram inventados: o ritmo da mudança será tão rápido que as pessoas aprenderão momento a momento usando novas tecnologias, como a realidade aumentada e a realidade virtual, e, ainda, que a capacidade de obter novos conhecimentos será mais valiosa do que o próprio conhecimento.
Como se vê, além dos desafios inerentes à recuperação econômica para regressão do percentual de desemprego, há que se adicionar o desafio da adequação do mercado de trabalho às inovações tecnológicas e à consequente nova configuração das profissões.
Essa (nova) realidade, que inclui o incremento de iniciativas empreendedoras como forma de atividade profissional, traz novos contornos ao processo de formação dos nossos filhos. As demandas, agora, são outras. Fiquemos atentos.
Como dizia Heráclito lá pelo ano 500 aC, “nada é permanente, exceto a mudança”.

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Publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 29/08/2017. Atualizado no blogue em 28/05/19.


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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor na área de “Gestão de escolas de Educação Básica”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.


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segunda-feira, 18 de março de 2019

AS PROFISSÕES E A LÍNGUA PORTUGUESA

Grupo, Pessoal, Gabarito, Confirmando
Roberto Gameiro

Há algum tempo, com o intuito de colaborar com um jornalista de TV que insistia em falar “subsídio” com som de “subzídio” enquanto todos os seus colegas falam o termo corretamente, entrei no site da emissora para enviar o recado. Entretanto, após o registro do recado, tive de começar a preencher um longo questionário com: nome completo, endereço completo, RG, CPF, telefone, e-mail e respostas a uma série de perguntas. Só faltou pedir o número do meu sapato (rss). Desisti. E ele continua falando o termo de forma errada.



No “Aurélio”, encontramos uma das definições de “Profissão” como sendo “atividade ou ocupação especializada, e que supõe determinado preparo”.

O “determinado preparo”, acredito, refere-se aos conhecimentos inerentes ao exercício daquela profissão em particular.

Dá gosto dialogar com profissionais que conhecem profundamente os fundamentos, as práticas e as novidades do mercado relacionadas ao seu métier, à sua especialização.

Mas, mais do que isso, como é agradável conversar com quem sabe usar bem a língua portuguesa, sem cometer aqueles erros graves que nos “doem nos ouvidos”.

Há determinadas profissões em que a utilização correta da língua portuguesa acrescenta credibilidade às competências inerentes à ocupação respectiva.

Neste artigo, permito-me referir a profissionais da comunicação, inclusive professores. E começo homenageando esses profissionais pela importância que suas profissões agregam à sociedade como um todo, especialmente às crianças e adolescentes, que estão em fase de formação. Diariamente, nas suas diversas modalidades de atuação, comunicam-se com a população, pessoalmente ou por meio das mídias. Participam, portanto, do processo de educação dos jovens com informações que vão ser agregadas à cognição deles.

Mas, por mais competentes que esses profissionais sejam nas suas especializações, não há como aceitar erros crassos de fala e escrita de alguns poucos como, por exemplo, “previlégio” no lugar de “privilégio”, “subsídio (subzídio)” no lugar de “subsídio (subssídio)”, “de encontro a” no lugar de “ao encontro de”, “esteje” no lugar de “esteja”, “análize” no lugar de “análise”, “mal” no lugar de “mau”, “a” no lugar de “há”, “perca” no lugar de “perda”, “comprimento” no lugar de “cumprimento” etc.

Há um velho ditado que diz que “errar é humano, mas persistir no erro é burrice”. A língua portuguesa é bastante complexa e mesmo os que a usam habitualmente na sua profissão cometem erros que, quando os identificam, ficam sem graça e desconcertados; mas corrigem-se e não erram mais. 

Sempre que pudermos, vamos colaborar com os que necessitam de uma “ajudinha” em relação a esses termos corriqueiros. Sob pena, inclusive, de eles não gostarem.

Entretanto, há que se registrar que o nosso idioma é uma língua viva e, como tal, está sujeito a acomodações semânticas, ortográficas e fonéticas em função da repetição exaustiva da escrita ou da fala de determinados significantes, ou de reformas ortográficas. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a expressão “através de”, que, a partir do dicionário “Aurélio Século XXI” teve o seu significado ampliado para “por intermédio de”. Acredito que analogamente, com o tempo, será aceita a palavra “subsídio” com o som de “subzídio”; mas, por enquanto, essa pronúncia é errada.

E mais: talvez vocês se lembrem de que há muitos anos, quando nos aproximávamos, numa rodovia, de algumas cidades, encontrávamos à beira da estrada um grande outdoor com os dizeres: “Fique tranquilo. Aqui tem (e o nome de uma provedora de planos de saúde)”. Àquela época, teríamos de ler aquela palavra “tranquilo” com o som de “trankilo” pois deveria haver um trema no “u” para que ela pudesse ser lida corretamente, e não havia. Pois bem, após a reforma ortográfica, a palavra perdeu o trema e o que era errado, agora é certo. Durma-se com esse “barulho”.

Água mole em pedra dura...

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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 12/03/19 e atualizado em 22/02/20.

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