O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

MARKETING EDUCACIONAL - MARCA, ATRIBUTOS E IMAGEM

Marketing, Negócios, Mercado, Estratégia

Roberto Gameiro

A American Marketing Association define marketing como sendo o processo de planejar e executar a concepção, a determinação do preço, a promoção e a distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizações (KOTLER e KELLER, 2005).

Referindo-se ao marketing educacional (marketing para instituições de ensino), Facó (2005), afirma que o marketing não abrange somente a comunicação comumente chamada de propaganda. Enfatiza que não se trata apenas de atrair novos alunos para as escolas e faculdades, mas envolve questões como produto, preço, promoção e ponto (os quatro “pês” do marketing). Define produto como sendo os serviços educacionais prestados, e preço como o valor monetário que é cobrado (de uma instituição que cobra uma mensalidade de valor elevado espera-se encontrar uma qualidade em seus serviços que seja superior à encontrada em outra que aplica uma mensalidade mais barata). Facó acrescenta que a promoção é o aspecto mais conhecido do marketing e forma a imagem da instituição para a sua comunidade; quanto ao ponto, refere-se à localização e aos modos de distribuição dos serviços.

 “Não existe marketing sem ações integradas nesses quatro aspectos. Dessa forma, devemos ter em mente que marketing é uma atividade bastante abrangente dentro de uma empresa ou instituição de ensino. (...) O administrador de uma instituição de ensino deve entender o que é marketing, tanto quanto um profissional de marketing deve compreender o que é educação” (FACÓ, 2005).

Segundo a definição da American Marketing Association (AMA), “marca é um termo, símbolo, desenho ou uma combinação desses elementos, que deve identificar os bens ou serviços de um fornecedor ou grupo de fornecedores e diferenciá-los dos da concorrência (KELLER e MACHADO, 2006).

As marcas podem sinalizar determinado nível de qualidade e, dessa maneira, consumidores satisfeitos podem facilmente optar novamente pelo produto. A fidelidade à marca proporciona à empresa previsibilidade e segurança de demanda (KOTLER e KELLER, 2005).

O que caracteriza uma marca, identificando-a para o público a que se destina, são os seus atributos. Esses atributos são associados à marca, diferenciando-a de outras marcas congêneres. Keller (2006) escreve sobre pontos de paridade e pontos de diferença, os quais constituem o que denomina de “conjunto de diferenciação”. Os pontos de paridade são aqueles atributos que qualquer marca precisa ter para estar no mercado oferecendo o produto ou serviço. Os pontos de diferença são associados a atributos que apenas uma marca tem, os quais não são encontrados nas marcas concorrentes.

Quando se abordam os princípios e os valores de uma escola, seja ela confessional ou laica, pode-se considerar a escola em si ou a rede a que pertence, como uma marca, e os próprios princípios e valores, como atributos dessa marca.

Por oportuno, lembro que “princípios são características perenes da organização, que, consequentemente, ela não se dispõe a mudar; são as crenças básicas, o “credo” da instituição, as motivações fundacionais, enfim, aquilo em que se acredita como justificativa da sua existência e que, se forem mudados, se perderá a razão de ser da organização, e que valores são características da organização que constituem virtudes, qualidades e méritos considerados importantes para o cumprimento da missão e para perenizar os princípios; devem ser preservados e incentivados, mas podem ser classificados numa escala entre extremos, como, por exemplo, centrais e periféricos.”. (COSTA, 2007)

A identidade é a forma como a organização pretende ser vista. Constitui-se fundamentalmente pela explicitação da Visão, da Missão e dos Princípios e Valores. A área do Marketing estuda, com mais ênfase, a imagem. A imagem é a forma como a organização é vista pelo consumidor dos seus produtos ou serviços.

A identidade organizacional tem relação direta com a cultura que forma o corpo da instituição ou de uma rede. Essa identidade é comunicada através dos serviços que são prestados pela instituição. À forma como os usuários dos serviços percebem os mesmos, positiva ou negativamente, podemos chamar de Imagem. Não adianta trabalhar uma imagem positiva se a identidade não a suporta ou não a comprova. Às vezes, constrói-se uma imagem altamente positiva por uma estratégia de marketing com um mix bem coordenado, porém, se a identidade não confirmar a imagem transmitida, não haverá fidelização.

De Toni e Schuler (2007) afirmam que a imagem é o que as pessoas pensam e sentem sobre o produto ou marca, sendo condicionada pela natureza do objeto bem como pela natureza do observador, e que são representações, impressões, convicções e redes de significados de um objeto armazenado na memória de forma holística.

Kotler e Keller (2006) analisam a imagem da marca tendo como referência o brand equity, o qual definem como sendo um valor agregado atribuído a produtos e serviços, e que pode se refletir no modo como os consumidores pensam, sentem e agem em relação à marca, bem como aos preços. Afirmam que na perspectiva da construção da marca, todas as opções de comunicação devem ser avaliadas em termos de sua capacidade de influenciar o brand equity, e que se devem diferenciar os conceitos de imagem e identidade. Definem identidade como sendo o modo como a empresa busca identificar ou posicionar a si mesma ou seu produto, e imagem, como o modo como o público vê a empresa ou seus produtos.

Farias (2005) ressalta a importância do gerenciamento da comunicação externa, pois permite uma visão não apenas verossímil da cultura e da identidade e pode otimizar o relacionamento da organização com os seus diversos públicos. Afirma, ainda, que a comunicação organizacional é moldada por impulsos externos e causa efeitos positivos ou negativos nos públicos externo e interno, em especial neste último. Esses inputs transformam-se na cultura organizacional, que se materializa na identidade corporativa e que reverbera por meio da imagem.

(*) Artigo adaptado baseado no “Apêndice A” da dissertação de mestrado de Roberto Gameiro (Gameiro, 2007)

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REFERÊNCIAS 

COSTA, Eliezer Arantes da. Gestão Estratégica: da empresa que temos para a empresa que queremos. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

DE TONI, Deonir; SCHULER, Maria. Gestão da imagem: desenvolvendo um instrumento para a configuração da imagem do produto. 2007. Porto Alegre, 2005. 268f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005.

FACÓ, Marcos Henrique. A essência do marketing educacional. In: COLOMBO, Sônia Simões (org.). Marketing Educacional em Ação: estratégias e ferramentas. Porto Alegre: Artmed/Bookman, 2005.

FARIAS, Luiz Alberto Beserra de. Comunicação Organizacional: identidade e imagem corporativas fortalecendo marca e produto. Disponível em: < http://www.comunicacaoempresarial.com.br  >. Acesso em: 20 set. 2005.

GAMEIRO, Roberto. Princípios dominantes na escola católica de educação básica. Dissertação de Mestrado, Fumec, 2007. Disponível em http://www.fumec.br/anexos/cursos/mestrado/dissertacoes/completa/roberto_val_gameiro.pdf. Acesso em 05/01/2019

KELLER, Kevin Lane; MACHADO, Marcos. Gestão Estratégica de Marcas. São Paulo: Pearson, Prentice Hall, 2006. 289 p.

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2005.

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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

PRECISA-SE DE PROFESSORES!

Quadro Negro, Quadro De Giz, Conselho

Roberto Gameiro

O Brasil precisa de professores; precisa urgentemente de mais bons professores; precisa manter os professores atuais; precisa resgatar o respeito e a dignidade dos professores; precisa melhorar a remuneração dos professores, especialmente nas redes públicas estaduais e municipais.

O país está perdendo bons professores, alguns dos quais preferem outras opções de trabalho, no Uber por exemplo, a ter de enfrentar a baixa remuneração, a falta de condições de trabalho e a violência intramuros.

O “Censo da Educação Superior”, divulgado em agosto de 2017 pelo Instituto Nacional de Estudos e Estatísticas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), traz informações relevantes que corroboram estes alertas e provocam a necessidade de ações urgentes para resolvê-los a curto e médio prazos.

O “Censo” faz uma análise diacrônica 2006/2016. Revela, por exemplo, que no país, nesse período, o número de cursos presenciais de licenciatura aumentou apenas 4% (de 6.436 para 6.693); informa, também, que o número de matriculados em licenciaturas presenciais aumentou de 873.774 alunos para 880.167 – menos de 1%); que do total de matriculados em licenciaturas, 44,4% estão no curso de Pedagogia, o que denota a falta de interesse pelo magistério do sexto ano em diante.

Nesse lapso de tempo que vai de 2006 a 2016, segundo o IBGE , a população do Brasil aumentou em cerca de 18 milhões de pessoas. Observa-se, entretanto, uma estagnação no número de matriculados em cursos de licenciatura presenciais, o que significa proporcionalmente menos professores para suprir as demandas. (https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/)

Os futuros profissionais fogem das licenciaturas e preferem outros tipos de graduação, os “bacharelados” por exemplo, cujas matrículas aumentaram, no período considerado, de 3.172.620 para 5.549.736 (75%).  

A crise já está instalada. Faltam professores nas redes públicas, os estudantes estão sem aulas de determinadas disciplinas e não sabem se os seus professores ainda estarão com eles amanhã.

Pessimismo? Não!

Realismo? Sim!

Socorro!
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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 20/02/2018.


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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O FUTURO DO EMPREGO



É de Platão (428-347 aC), filósofo do período clássico da Grécia Antiga, a frase: “Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida”.

Essa mensagem ilustra bem o que o mundo e, especialmente o Brasil, passa neste momento histórico.

Um jornal paulista de grande circulação publicou, recentemente, uma reportagem sobre as transformações no mercado de trabalho, com dados provenientes, entre outros, do Fórum Econômico Mundial e da Consultoria McKinsey, em relação ao uso da automação.

No Brasil, segundo o diário, quase 16 milhões de pessoas serão afetadas, até 2030, na medida em que suas funções serão desempenhadas por robôs.

Outras vagas serão criadas, mas, com certeza, exigirão competências mais apuradas.

Os dados são alarmantes e já nos fazem antever uma grande crise que está por vir e que afetará significativamente o mercado, especialmente aqueles indivíduos com baixa escolarização e que, consequentemente, exercem funções mais simples, menos qualificadas.

O nosso país tem hoje cerca de 12 milhões de analfabetos (15 anos de idade ou mais) e um número parecido de desempregados e já vive uma grande crise envolvendo esses grupos.

Há que se alfabetizar essas pessoas, incluída aí a alfabetização digital, e treiná-las para exercer funções mais qualificadas. E isso inclui os mais velhos (acima de 60 anos), que constituem metade dos analfabetos, devido ao aumento da longevidade.

Entretanto, corremos contra o tempo e os nossos governos não têm sido competentes o suficiente para se antecipar às crises.

Vamos esperar que uma nova crise se instale para aí então descobrir o que é importante para todo esse contingente?

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Artigo publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 30/01/2018.


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