Roberto Gameiro
Já se disse que a maioria das profissões atuais não existirá daqui a 10 anos; alguns preveem metade desse prazo. E sempre é bom lembrar, também, que a idade da pedra não terminou por falta de pedra, assim como, ao que tudo indica, a época do petróleo não vai terminar por falta de petróleo.
Não estamos apenas numa época de mudanças, mas numa mudança de época.
O avanço da tecnologia e das inovações tem mudado o modo de vida das pessoas assim como o mercado de trabalho. Se até há algum tempo ser qualificado para o trabalho decorria fundamentalmente de ser alfabetizado, já hoje decorre especialmente de dominar as tecnologias da informática e da automação e seus congêneres, com competências que, com o tempo, serão cada vez mais exigentes.
As funções mais qualificadas, mormente as de gestão e atendimento de pessoas, em todos os segmentos e níveis, estão demandando habilidades decorrentes de competências ligadas às ciências humanas, tais como solução de conflitos, liderança, criatividade, empatia e diversidade.
Por isso a importância da formação permanente, ou educação permanente, como forma de continuidade no mercado. Muitos profissionais, bem empregados em organizações sólidas, contentam-se com a sua formação inicial e, ao longo da carreira, só participam dos cursos, encontros, treinamentos, seminários e congressos oferecidos no âmbito restrito da própria empresa, sem buscar formação adicional como cursos de especialização, extensão, mestrado, ou ainda, doutorado. Quando eventualmente perdem o emprego, ficam perambulando pelos processos de recrutamento com um currículo que revela acomodação e, consequentemente, não ajuda, só atrapalha.
Por outro lado, louvem-se aqueles que, empregados, buscam uma formação complementar que lhes permita aprimorar seus conhecimentos profissionais, acrescentando novas competências e habilidades que os diferenciarão dos seus pares e os habilitarão para crescimento na carreira e no posicionamento no competitivo mercado de trabalho.
Essas premissas valem para qualquer área profissional, mas, especialmente, para gestores escolares e professores da Educação Básica. A escola, bem ou mal, está mudando; as metodologias e as técnicas de abordagem do "ensino" estão se adequando aos novos olhares e possibilidades de uma sociedade, por um lado, mais exigente em eficiência e eficácia, por outro, mais sensível às formas de relacionamento intramuros, até para compensar as limitações das famílias e a violência que caracteriza o "extramuros".
Mudança de época ou época de mudanças, o fato é que poucos vão conseguir manter-se na mesma profissão ou função a vida toda.
Publicado originalmente em 06/08/17
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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 06/08/2017.
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor
na área de “Gestão de escolas de Educação Básica”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.