O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

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sábado, 13 de dezembro de 2025

AS CRIANÇAS, A NARRATIVA E A IMAGINAÇÃO



Roberto Gameiro


É de Cecília Meireles (1901-1964) a frase: “Quando eu ainda não sabia ler, brincava com livros e imaginava-os cheios de vozes, contando o mundo”.


Todos sabemos como as crianças adoram ouvir histórias. Qual de nós não se lembra do quão prazeroso era escutar as histórias de vida contadas pelos mais velhos, e como a nossa imaginação navegava, emocionada, por possibilidades ora de mistério, ora de alegria, ou de tristeza, ou de esperança...


O período de vida que vai até os seis anos de idade é o que apresenta as maiores e melhores oportunidades para a aquisição das competências humanas; nele, os cérebros das crianças são como verdadeiras esponjas que absorvem com facilidade e retêm as informações que recebem. 


Muito apropriadamente, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda aos médicos que orientem as famílias a ler em voz alta diariamente para os pequenos, pois isso resulta no fortalecimento do vínculo familiar e da capacidade de aprendizado, com reflexos positivos até a vida adulta. 


E, ainda, que a escolha da hora de dormir é importante pois a leitura proporciona para a criança um adormecimento tranquilo (sem TV, tablet, celular ou computador), com a presença dos pais ao lado, num momento em que ela tem que se desligar do dia e entrar no mundo dos sonhos e fantasias.


Também a Academia Americana de Pediatria preconiza, há muito tempo, a importância da leitura em casa durante a infância, acrescentando que esse hábito pode aprimorar as habilidades da linguagem e ajudar no desenvolvimento da alfabetização.


Um estudo do Hospital Infantil de Cincinnati, localizado em Ohio nos Estados Unidos, e publicado em agosto de 2015 na revista “Pediatrics”, foi um passo largo para os estudos mais aprofundados que vieram depois.  


O estudo foi realizado com 19 crianças de 3 a 5 anos de idade usando imagens de ressonância magnética enquanto ouviam uma mulher lendo histórias, e demonstrou que em ambientes de leitura em casa, elas tinham maior atividade nas partes do cérebro que ajudam na compreensão narrativa e na imaginação visual.


Compreensão narrativa e imaginação visual... Vejam o cacife de ganhos para a formação da linguagem na criança. Enquanto ouve as histórias, ela, ao compreender a narrativa, “viaja”, através dos personagens, e dos cenários que cria na sua imaginação... Quanta riqueza na construção de novos conhecimentos nas memórias dos pequeninos!


Na área específica da Educação, vejamos o que consta da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) a respeito: “Na Educação Infantil, é importante promover experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois é na escuta de histórias, na participação em conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social.”


Não por menos, a palavra “histórias” aparece na BNCC exatas 79 vezes, ora como “objetivo de aprendizagem”, ora como “habilidade”. 


A criança que agora “ouve histórias”, daqui a pouco, estará “contando histórias”. A educadora Rosa Costa escreve no seu artigo “A importância e o desafio da contação de histórias no desenvolvimento infantil: o conto e o reconto”, que “A contação de história no desenvolvimento escolar e cognitivo favorece, aguça e ativa o conhecimento da criança por meio do imaginário, do criar e recriar, do conte outra vez. Faz a criança apropriar-se de um mundo mágico, com grandes possibilidades de viagem pelo mundo do encantamento, proporciona abertura de portas, permitindo um desenvolvimento linguístico a partir do enriquecimento do seu vocabulário, além de todo um contexto que envolve a reprodução da literatura ou contação de história vivenciada."(https://www.construirnoticias.com.br/a-importancia-e-o-desafio-da-contacao-de-historias-no-desenvolvimento-infantil-o-conto-e-o-reconto/   
   

Ressalte-se, também, que ao ouvir histórias, a criança aprimora a competência do “saber ouvir os outros”, capacidade que perpassa os campos do cognitivo e do emocional, partes integrantes e inter-relacionadas do processo de aprendizagem. E aqui, vale enfatizar, no campo das emoções, as cinco habilidades socioemocionais preconizadas por Daniel Goleman: autoconsciência, autorregulação, automotivação, empatia e habilidades sociais, estas envolvidas na capacidade de interação social. Tudo a ver com a contação de histórias, não é?


Publicado originalmente em 30/08/2020.


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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional  e em Design Instrucional. 



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sábado, 1 de novembro de 2025

VIVER ALÉM DA INSIGNIFICÂNCIA

              IMAGEM SEM DIREITOS DE AUTOR, ENCONTRADA NO SITE PIXABAY


Roberto Gameiro

Encontrei o texto abaixo, de autor desconhecido (1), na Internet, sob o título “Carta aberta para mim”.


“Cada um tem de mim exatamente o que cativou, e cada um é responsável pelo que cativou; não suporto falsidade e mentira; a verdade pode machucar, mas é sempre mais digna. Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com intensidade. Perder com classe e vencer com ousadia, pois a vida é muito para ser insignificante. Eu não desisto dos meus sonhos. O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos.”


Após ler essa mensagem, interessei-me em explorá-la um pouco, pois seu conteúdo tem muito a ver com o meu blogue: “O texto no contexto como pretexto.” (2)


De pronto, na primeira frase (Cada um tem de mim exatamente o que cativou, e cada um é responsável pelo que cativou), encontrei uma interessante relação com o diálogo do principezinho de “O Pequeno Príncipe” com a raposa a respeito do termo “cativar”. Acredito que você também teve essa percepção! Esse diálogo está no meu artigo “O valor de uma amizade”, que pode ser acessado logo abaixo em (Leia também).

 
Pois é; no diálogo com a Raposa em “O Pequeno Príncipe”, "cativar" é explicado como criar laços, tornar-se necessário um para o outro, e sair da superficialidade para uma relação única e especial.


O "cativar" não é um ato unilateral, mas um compromisso de mão dupla.
 

Essa frase inicial resume o sentido e situa a motivação do autor.  Por outro lado, ao afirmar que “a vida é muito para ser insignificante”, demarca o contexto contra o que é raso e, consequentemente, não significante, estabelecendo a verdade como inegociável e instituindo a honestidade como condição primeira para uma vida voltada para o bem.


É um convite para que tenhamos a coragem de sonhar e correr os riscos de viver nossos sonhos, assumindo o protagonismo existencial, em contraponto aos que se contentam em ser coadjuvantes dos sonhos dos outros.


 “Vencer com ousadia” significa, então, fazer mais do que se espera. Essa atitude de correr riscos faz com que uma história seja memorável e valha a pena ser contada e celebrada. 


Um texto num contexto como pretexto para a autenticidade.


REFERÊNCIA

(1) A autoria do texto tem sido eventualmente atribuída a Charles Chaplin e a Augusto Branco.
(2)  Gameiro, Roberto. O texto no contexto como pretexto, blogue, encontrado aqui


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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

MENSAGEM - EDUCAÇÃO OU DESEDUCAÇÃO?

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Algumas vezes, nas escolas, nos defrontamos com meninos e meninas indisciplinados, desrespeitosos com os professores, agressivos com os colegas, descumpridores das normas e regras, e, ao chamarmos e conversarmos com o pai ou a mãe, constatamos que os jovens são verdadeiras vítimas da deseducação que recebem dos pais. Esses casos não são tão raros quanto se possa imaginar (nas famílias e nas escolas). Além do exemplo de conduta, cabe aos pais conversar sempre com seus filhos acerca das (boas) posturas que devem ter individualmente e na coletividade. Mas não nos enganemos; há vários desses por aí. Que o digam os professores, coordenadores e seus assistentes e diretores de escolas públicas e privadas. Entretanto, felizmente, a maioria dos pais, além de ser muito cuidadosa com a formação em valores, é parceira da escola e não é conivente com malfeitos praticados pelos filhos; nem na escola, nem fora dela. 

 

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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

MENSAGEM - EU TIVE UM SONHO

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Eu tive um sonho. Sonhei que havia o bem e não havia o mal. Que havia o bom e não havia o mau. Que havia a verdade e não havia a mentira. Que todos se respeitavam e se ajudavam. Mas, no meu sonho, eu, pobre incrédulo, achava que só podia estar sonhando. Eu sempre procurei acreditar no lado bom das pessoas.  E agora que esse mundo se apresentava para mim, comecei a usufruir dele, me relacionando com as pessoas, sem medos, sem receios, um mundo ideal; mas, de repente, um barulho estridente foi tomando conta do ambiente, e aumentando, aumentando, até ... me acordar.  Eram as sirenes de viaturas policiais que chegavam para atender a uma ocorrência de violência numa casa vizinha. Eu tive um sonho. Que bom se tivesse sido verdade. Mas me acode a esperança de que sonhos podem se transformar em realidade. 















































 

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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

MORAL E ÉTICA EM CASA: EDUCAÇÃO OU DESEDUCAÇÃO?

 Família, Crianças, Pai, Mãe, Proteção


Roberto Gameiro


Certa vez, há muitos anos, viajando de ônibus em direção a um estado do Centro-Oeste, quando entramos na região, o motorista fez uma parada obrigatória num local em que o Órgão da Saúde aplicava a vacina contra a febre amarela nos passageiros ainda não vacinados. A vacina está recomendada nas ações de rotina dos programas de imunizações (Calendário Nacional de Vacinação) e deve ser aplicada em residentes de área com recomendação de vacina e em viajantes que se deslocam para essa área. 


Havia duas filas: uma para identificação e preenchimento do cartão com o registro da vacina, e outra para, com o cartão na mão, receber a vacina. Pois bem; terminada toda aquela movimentação, com as confusões inerentes, todos dentro do ônibus e em seus lugares, ao prosseguirmos a viagem não pude deixar de ouvir a conversa de dois homens sentados nos assentos de trás do meu. 


Eles contavam uma grande vantagem e riam ao mesmo tempo. Diziam que tinham passado apenas pela primeira fila, a do cartão da vacina, sem passar pela segunda fila para serem vacinados. E acrescentavam que agora eles tinham o documento que provava que eles estavam vacinados contra a febre amarela para apresentar na empresa em que trabalhavam. A um senhor que também ouvira a conversa e tentou, com toda educação, argumentar sobre o ilícito do ato que praticaram e sobre os malefícios que poderiam acontecer com a saúde deles mesmos, as respostas dos dois foram e são impublicáveis. 


Mais do que uma personalidade deturpada, atos como esse demonstram a fragilidade de caráter de indivíduos desse naipe. Acostumado a abordar assuntos ligados à educação de crianças e adolescentes, fiquei imaginando qual seria o tipo de educação em moral e ética que esses senhores poderiam dar a seus filhos e, especialmente, nos campos da religiosidade e da espiritualidade. Além do exemplo de conduta, cabe aos pais conversar sempre com seus filhos acerca das (boas) posturas que devem ter individualmente e na coletividade. Mas não nos enganemos; há vários desses por aí. Que o digam os professores, coordenadores e seus assistentes e diretores de escolas públicas e privadas.


Algumas vezes, nas escolas, nos defrontamos com meninos e meninas indisciplinados, desrespeitosos com os professores, agressivos com os colegas, descumpridores das normas e regras, e ao chamarmos e conversarmos com o pai ou a mãe, constatamos que os jovens são verdadeiras vítimas da deseducação que recebem em casa. Esses casos não são tão raros quanto se possa imaginar (nas famílias e nas escolas).


Entretanto, felizmente, a maioria dos pais, além de ser muito cuidadosa com a formação em valores, é parceira da escola e não é conivente com malfeitos praticados pelos filhos; nem na escola, nem fora dela. 


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sexta-feira, 11 de julho de 2025

O VALOR DO SILÊNCIO



Roberto Gameiro

Noutro dia, durante um processo de curadoria, encontrei uma frase, de autor desconhecido, que chamou a minha atenção:


“Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores do que o teu silêncio, e lembre-se de que alto deve ser o valor das tuas ideias, não o volume da tua voz. Falar sem pensar é disparar sem apontar.”


Você já teve a sensação de que, em certa ocasião, nalguma reunião, nalgum debate, nalguma conversa, perdeu uma ótima oportunidade para ficar calado?


Eu, já.

 
Foi uma experiência frustrante, mas que serviu de forte aprendizado para a vida. 


Em alguns momentos de um debate ou de uma conversa, permanecer em silêncio pode ser a melhor estratégia de convencimento. O nosso silêncio levará o outro a refletir e amadurecer as ideias e proposições em pauta. Quando o silêncio é bem utilizado, ele vale mais do que muitas palavras faladas.


A impulsividade é inimiga da boa comunicação; ela pode transformar oportunidade em oportunismo com todas as conotações pejorativas que ele carrega.
 

Expressar respostas e ideias exige que se dê ao cérebro o tempo necessário e suficiente para que as estruturas mentais organizem o pensamento de forma coerente com a temática envolvida e, principalmente, com o caráter e a personalidade do orador. 


Palavras faladas não voltam mais; o que se pode fazer é aguentar as consequências, os efeitos colaterais, arrepender-se da impulsividade assumida, e procurar, com cautela e se possível, consertar o estrago; e não repetir o feito.


Como escrevi acima, é aprendizado para a vida.


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sexta-feira, 30 de maio de 2025

IDENTIDADE E DIGNIDADE

 




Roberto Gameiro


– Qual é a sua identidade? A resposta poderia, talvez, ser o número da cédula de identidade; mas não é a essa identidade que me refiro.


Refiro-me a algo mais relevante do que um simples documento. Refiro-me àquelas características que nos distinguem e nos qualificam. À forma como nos vemos e como as outras pessoas nos veem. O nosso caráter, a nossa personalidade, a nossa visão de mundo e como nos inserimos nele.


As organizações são identificadas pela sua razão social, pela sua visão de futuro, pela sua missão, pelos seus princípios e valores. Estrategicamente, procuram fazer a gestão ancoradas nesses atributos como forma de adesão de todos os colaboradores para a consecução dos objetivos e das metas. E procuram disseminar essas informações para os seus clientes e fornecedores. É como elas (as organizações) se veem e como querem ser vistas.


Nós, seres humanos, temos a nossa identidade como tal, mas também temos a nossa identidade projetada nos diversos papéis sociais que desempenhamos. Eu sou o ser humano Roberto, que posso exercer diversos papéis sociais: diretor de escola, professor, sócio de clube, pai, avô, síndico…


Nem sempre a forma como nos vemos coincide com a forma como os outros nos veem. Mas, com a convivência e os relacionamentos mais chegados, acabamos por formatar algumas características próprias do nosso jeito de ser e de agir, o que passa a ser perfeitamente perceptível para as outras pessoas. Quantas vezes, diante de um fato acontecido, ouvimos alguém dizer: “isso só pode ser coisa do Fulano de Tal”. É a identidade “falando alto” e nos revelando para o bem, ou para o mal.


Por óbvio, não precisamos ser o que os outros querem ou preferem que sejamos. Temos de ser nós mesmos, baseados em valores saudáveis para projetar uma identidade real e defensável.


A identidade está diretamente relacionada à dignidade. A dignidade humana.


A dignidade humana, junto da soberania, da cidadania, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e, ainda, do pluralismo político, constitui um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito da República Federativa do Brasil. (CF, 1988)


O artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948) registra que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.


A dignidade é suportada pela identidade e vice-versa. São características das quais não podemos abdicar sob pena de perdermos o nosso sentido de vida. Ninguém tem o direito de se apoderar da identidade e ou da dignidade do outro, seja ele seu filho, seu pai, seu empregado, seu cônjuge, embora saibamos que isso acontece até com certa frequência, especialmente nas relações trabalhistas.


A escravatura foi um exemplo claro dessa situação; o escravo perdia primeiro a sua identidade, e, logo em seguida, a sua dignidade como ser humano. E sabemos que, ainda hoje, há situações de verdadeira escravidão no Brasil e pelo mundo afora.


Jesus Cristo nos deixou um novo mandamento: que devemos nos amar uns aos outros como Ele nos amou. É isso. E ponto.


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Artigo publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 01/06/2016.

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sexta-feira, 14 de março de 2025

A IMPORTÂNCIA DAS NOSSAS RAÍZES ANCESTRAIS

Roberto Gameiro

Bert Hellinger, escritor, psicoterapeuta e padre alemão (1925-2019), escreveu:

“Atrás de mim estão todos os meus ancestrais me dando força. A vida passou através deles até chegar a mim. E em honra a eles eu a viverei plenamente.” 

De geração em geração, vão sendo construídas nossas identidades, cada uma das quais traz raízes culturais e sociais das que a antecederam. Eu tenho muito dos meus pais; os meus filhos têm muito de mim e da mãe deles. Os meus netos têm muito dos avós e dos pais. 

Hoje, eu não sou o mesmo que era ontem, assim como o rio que renova suas águas enquanto busca o oceano.

A conexão com as origens permite que cada um de nós se reconheça dentro de um contexto cronológico que compreende  a transmissão de valores histórico-culturais, tradições e elementos genéticos que constituem aquisições valiosas acumuladas de geração em geração.


No mundo de hoje, em que a globalização põe à prova constantemente as identidades individuais e coletivas, é mister o sentido de pertencimento a raízes ancestrais que propicia a compreensão de onde viemos e de quem somos e valoriza e resguarda o conjunto da produção cultural das gerações precedentes.

Princípios e valores saudáveis transmitidos ao longo das gerações fortificam a nossa cognição, o que resulta em tomadas de decisão e comportamentos alinhados com o legado familiar, possibilitando a construção de um sentido de vida que valoriza a amorosidade, o respeito e a solidariedade.

Há um provérbio Chinês que diz: “Esquecer os ancestrais é como ser um riacho sem nascente, uma árvore sem raízes.”

Portanto, reconheçamos e valorizemos nossas raízes ancestrais. Assim, manteremos intensa a chama das contribuições daqueles que nos precederam e fortaleceremos as identidades individuais e coletivas do nosso tempo.

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

A MEMÓRIA SABE MAIS DE MIM QUE EU


 

Roberto Gameiro


“A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo.” (1)


A memória humana tem características que constantemente nos surpreendem. Dizem que usamos apenas 10% da capacidade do nosso cérebro; e, ainda assim, temos um volume tal de informações armazenadas na nossa memória impossível de ser mensurado. Ela guarda aquilo que merece ser guardado; momentos importantes e expressivos das nossas vivências, aqueles que têm um valor especial para nós, são selecionados por ela e “salvos” para uso posterior, numa perfeita curadoria, e, incrível, não conseguimos saber o porquê. Na realidade, não sabemos exatamente o que sabemos, nem o quanto sabemos; mas os conhecimentos estão lá guardadinhos para serem recuperados a qualquer momento.


Essa ligação entre memória e conhecimento propicia-nos a capacidade de usufruir do que já aprendemos, e de embasar o enriquecimento da nossa cognição.


Conhecer as características de cérebro, mente, tipos de memória, informação, dados, conhecimento e saber é habilidade necessária para todos os que se pretendem pesquisadores, como forma de aumentar seus fundamentos teóricos para desenvolver uma práxis adequada ao nosso tempo.

 

Há três tipos de memória. A sensorial, a de curto prazo e a de longo prazo. Resumindo, a sensorial é a memória imediata ligada aos sentidos; a de curto prazo tem capacidade limitada e retém informações temporariamente; a de longo prazo tem a capacidade de armazenamento de informações por longo tempo, inclusive pela vida toda. Muito da memória de curto prazo se transfere para a de longo prazo. 


A memória de longo prazo tem tudo a ver com a formação do nosso caráter, da nossa personalidade, dos nossos princípios e valores; é ela que dá o tom para a formação e manutenção da nossa identidade pessoal. 


A esse volume de informações guardado na memória de longo prazo podemos chamar de “conhecimentos prévios”; são eles que “recepcionam” as novas informações que recebemos a todo momento e as acomodam entre eles fazendo o ajuste das interconexões que dão suporte à nossa cognição. É um maravilhoso universo que só Deus poderia criar.


Entretanto, cuidemos, porque se acreditarmos firmemente que uma informação falsa recebida é verdadeira, “enganaremos” o nosso cérebro, e essa informação vai “bagunçar” grande parte da nossa estrutura cognitiva, fazendo-nos pensar e agir em desacordo com o nosso caráter e nossa personalidade. 


Confúcio escreveu que “aprender sem pensar é tempo perdido”. 


Entretanto, consideremos que o que é falso para uns, pode ser realmente verdadeiro para outros, dependendo da ideologia de cada um. O que desconcerta alguns, cai como uma luva para outros. 


Aqui, nos ajuda William Shakespeare: “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”.


Referência

(1) Eduardo Galeano, no livro “Dias e noites de amor e de guerra”. [tradução de Eric Nepomuceno]. Porto Alegre: L&PM Editores, 2001.


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sábado, 1 de fevereiro de 2025

CONHECENDO E TRANSFORMANDO


Roberto Gameiro


Eduardo Galeano (1940-2015), jornalista e escritor uruguaio, escreveu: “A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhecê-la.”


Realmente, a afirmação do jornalista tem tudo a ver com a verdade. O conhecimento é a primeira competência que deve ser exercida para formar a base que norteará a construção de um plano de ação que tenha o objetivo de modificar uma realidade. Ninguém modifica ou transforma algo que não conheça profundamente. O conhecimento é o alicerce sobre o qual será erigida toda a estrutura pertinente; através dele, conseguimos determinar a origem, a natureza e as características dos possíveis problemas, assim como as eventuais oportunidades e soluções. Se não houver um alicerce profundo e forte, tudo pode desmoronar a qualquer momento, pois as nossas iniciativas poderão ser ineficazes e ou prejudiciais. 


Há que se ter, então, uma compreensão muito clara de com o que estaremos nos defrontando para viabilizar, reestruturar ou otimizar uma iniciativa empreendedora, a definição de uma carreira profissional, o projeto de formação e educação dos filhos, os princípios e valores familiares etc. Tudo depende de um planejamento estratégico meticuloso e eficaz. Não há lugar para amadorismos.

A literatura nos  apresenta  inúmeros  projetos bem-
-sucedidos de transformação que demonstram como o conhecimento é essencial e impactante para a mudança de uma realidade. O uso estratégico do conhecimento é forte instrumento para orientar na resolução de problemas em diferentes áreas de atuação.


A coisa é séria; estes argumentos podem ser aplicados qualquer que seja a ideologia que norteie as posturas e ações de um indivíduo, ou de um partido político, de um governo, de uma religião, de uma família, de uma escola etc.


Muitas vezes, interpretamos a realidade de forma distorcida, o que, obviamente altera a nossa percepção da verdade. Pior é quando essa interpretação vem acompanhada de aspectos emocionais que facilitam a transformação dela em conhecimento no nosso cérebro. Daí para diante, poderemos tomar iniciativas fundadas em base falsa e controversa até em relação ao nosso próprio caráter.


Por oportuno, quando se trata de conhecer a realidade de uma pessoa, devemos saber ouvi-la atentamente e considerar os seus pontos de vista, as suas crenças e valores, mesmo que sejam diferentes das nossas, e tentar compreender suas vivências e seu sentido de vida.


Enfim, não podemos ignorar nem subestimar os problemas, desafios e obstáculos  que eventualmente encontraremos na utilização do conhecimento; eles devem ser enfrentados e superados se quisermos atingir as metas projetadas. 



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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

MENSAGEM - CONHECIMENTO E SABER - SEGURANÇA E LIBERDADE

   MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO

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Conhecimento e saber são constituintes de um concerto humanístico que pode trazer, além de felicidade, a conquista de bens materiais. O que quero ressaltar é a importância que têm o conhecimento e o saber nas nossas vidas, bem como a percepção de segurança e liberdade que nos trazem para enfrentar os desafios cotidianos. Por oportuno, vale recordar a diferença entre conhecimento e saber. O conhecimento é uma pertença do indivíduo, construído no seu cérebro através da inserção das informações que recebe no dia a dia. Quando você se dispõe a comunicar um conhecimento, ele volta à condição de informação e toma a forma de saber. Entretanto, cuidemos, porque conhecimento e saber podem ser usados para o bem, assim como para o mal.
 

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sexta-feira, 25 de outubro de 2024

LEVANDO VANTAGEM EM TUDO?


Roberto Gameiro


Dois amigos reuniram-se numa tardezinha para uma “cervejinha”.


Um deles, notando  que  o  outro estava  com a barba por fazer, brincou com ele dizendo:


- Você  sabia  que  tombou  um  caminhão  ali na avenida Marginal carregado com giletes?


O amigo deu uma risadinha demonstrando que entendeu a “indireta” e justificou o porquê de não ter “feito a barba”.


Até aí, trata-se de um diálogo até corriqueiro e uma licença metafórica jocosa em que se faz uma comparação subjetiva para se referir a algo de forma indireta.


Mas, então, há que se perguntar: - qual é esse “algo” a que o diálogo está se referindo?


Resposta: o hábito de muitos brasileiros de saquear cargas de veículos acidentados.


O diálogo sugere que o amigo perdeu uma boa chance de obter giletes de graça. Não significa, porém, que esses personagens fariam isso.


As imagens desses saques correm o mundo e tornam-se triste e vergonhosa representação de falta de decoro e decência de alguns, que contamina a forma como o mundo vê o nosso país.


Essa é uma ação criminosa que se soma a inúmeras outras que, infelizmente, estamos acostumados a ver nos noticiários diários.


No ranking do “Índice Global da Paz” de 2024, divulgado recentemente pelo “Institute for Economics & Peace” (Instituto de Economia e Paz), os três países mais seguros do mundo são, na ordem decrescente, a Islândia, a Irlanda e a Áustria”. Nesses países, nenhum cidadão entenderia a indireta que o conteúdo inicial deste texto traz.


Nesse ranking, o Brasil está na vergonhosa 131ª posição. Igual à da pesquisa anterior.


Rui Barbosa, quando Senador, em dezembro de 1914, escreveu: “A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem: (...) semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, (...) promove a desonestidade, promove a venalidade (...)” E mais: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”.


Como se percebe, essa situação é antiga.


Os cidadãos virtuosos, honestos, honrados, idôneos, especialmente os que são pais e professores de crianças e adolescentes, estão se sentindo impotentes para enfrentar essa falta de vergonha que grassa pelo país afora. Os princípios e os valores saudáveis que devem reger a vida em sociedade estão sendo destruídos pela desonestidade e pela corrupção, desestimulando os indivíduos a lutar contra essas influências deteriorantes que trarão danos também às próximas gerações.


Há que se buscar a transformação desta sociedade, cada um de nós fazendo a sua parte, para consertar o estrago que já foi feito por esta e pelas gerações anteriores, com perseverança e muita resiliência. Assim, talvez um dia, possamos nos orgulhar, como povo, da virtude, da honradez, do decoro e da honestidade. Aqui dentro e pelo mundo afora.

 

“O negócio é levar vantagem em tudo. Certo?”


- ERRADO!!


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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional  e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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