O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

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domingo, 19 de julho de 2020

SOBRE O BULLYING


Roberto Gameiro
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) divulgou, em abril de 2017, os resultados de um estudo feito em 2015, com estudantes de 15 anos, que aponta que 17,5% deles já sofreram bullying. Desse total, 7,8% disseram que são excluídos pelos colegas, 9,3%, alvos de piadas, 4,1%, ameaçados, 3,2%, empurrados e agredidos fisicamente, 5,3% têm suas coisas destruídas por colegas, e 7,9%, disseram ser alvo de rumores maldosos.

Não pense, entretanto, que o menino ou menina que está praticando bullying contra seu filho ou filha é um marginal ou candidato a marginal no futuro.
Na maioria das vezes, eles carecem de orientação e acompanhamento. Eles ainda não estão formados, assim como os seus. Enquanto são crianças e adolescentes, ainda não têm todos os setores do cérebro desenvolvidos a contento para discernir totalmente entre o certo e o errado e a controlar as emoções.
Não pense, também, que a culpa é dos pais deles. Não necessariamente. Os pais deles provavelmente querem o melhor para eles, e o melhor que pais desejam para seus filhos não passa pelo desrespeito aos outros, ou pela delinquência. Talvez, eles também estejam surpresos com as atitudes do filho ou filha.
Claro que há exceções, as quais devem ser identificadas e acompanhadas por profissionais habilitados nos campos da orientação educacional, da psicologia, da medicina e, também, no campo da assistência social.
Geralmente, as ações de bullying acontecem na escola, ambiente propício e adequado para a gestação e desenvolvimento das “novidades” biológicas e psicossociais características dessas faixas etárias. Nesse ambiente, eles estão se descobrindo e descobrindo os outros com quem convivem; os conflitos são inevitáveis e fazem parte do crescimento social e psicológico deles, na busca da formação de suas personalidades.
Por isso, a importância de se viver plenamente a compreensão, que desculpa as falhas dos outros, reconhecendo que o erro é inerente à condição humana. Mas, ao mesmo tempo, há que se proteger, com firmeza e doçura, a nossa prole, não abdicando da busca de diálogo com todos os personagens que fazem parte do dia a dia dos filhos.
Entretanto, nem toda desavença existente entre crianças e ou adolescentes é bullying.
Bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos, ligados à agressividade verbal, física ou psicológica, contra uma pessoa indefesa, que podem causar danos físicos  e ou  psicológicos às vítimas, sendo exercidos de maneira continuada por parte de um indivíduo ou de um grupo.   
Assim, tanto a família quanto a escola devem permanecer sempre atentas às possíveis mudanças de comportamento dos seus alunos/filhos. Os pais e os professores podem perceber essas mudanças. Geralmente, o menino ou menina que está sofrendo bullying apresenta depressão, ansiedade, baixa autoestima, isolamento, exclusão, perdas materiais, queda no rendimento escolar, entre outras.
Numa época em que a violência reinante na sociedade como um todo adentra as escolas públicas e privadas, deteriorando relacionamentos que envolvem alunos, professores, pais, coordenadores e diretores, haja vista as manchetes que vemos sempre na mídia, há que se buscar um denominador comum que reconstrua a paz nesses vínculos.
Façamos, cada um de nós, a nossa parte e fiquemos “de olho” nos nossos “tesouros”.

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 12/09/17.

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quarta-feira, 13 de maio de 2020

MENSAGEM: QUEM DEVE COLOCAR LIMITES NAS CRIANÇAS?

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quarta-feira, 25 de março de 2020

MENSAGEM: OS JOVENS, A CORRUPÇÃO E A VIOLÊNCIA URBANA

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domingo, 15 de março de 2020

GUARDA PARTILHADA?

Família, Divórcio, Separação, Antes


Roberto Gameiro

Na tarde do dia em que foram divulgados os resultados finais, um homem entra intempestivamente na escola e dirige-se à sala da direção, exigindo atendimento imediato.

O homem, um pai de aluno da escola, está exasperado, muito nervoso, descontrolado.


Atendido pela direção e pela coordenação, declara-se pasmo pelo fato de o filho ter sido reprovado e que, durante todo o ano, ele nunca foi informado pela escola de quaisquer problemas que seu filho pudesse ter nas aulas; nem sobre disciplina, nem sobre aproveitamento.

Chega, também, a esposa. Esta se mostra apreensiva e claramente incomodada com a situação.

Abrem-se os registros. Constata-se que o aluno constantemente não fez as tarefas de casa, esteve sempre em recuperação, não foi assíduo nem pontual, teve diversos casos de indisciplina durante as aulas, incluindo suspensões. Essas informações deixam o pai atônito: no seu entender, a escola foi realmente incompetente com ele.

Abrem-se as atas. Constata-se, então, que a mãe esteve presente na escola mais de uma dezena de vezes durante o ano, a chamado da instituição, para acompanhamento da situação de aproveitamento e de comportamento do menino; em várias das atas, assinadas por ela, a mãe pede encarecidamente à escola que não trate desses assuntos com o marido, e que ela mesma o fará. Fica claro que ela não o fez.

Vocês já viram esse "filme”?

Do artigo “Conflitos conjugais e seus efeitos sobre o comportamento de crianças”, de Ana Carolina Villas boas e outras, extraí, editando, que crianças expostas a altos níveis de conflito estão mais propensas a desenvolverem uma série de problemas emocionais e de comportamento durante a infância, entre os quais, baixa autoestima, pobre interação com pares, depressão e problemas de saúde, distúrbios de sono e problemas de comportamento exteriorizado e interiorizado. 

E, ainda, que em um estudo publicado recentemente, os resultados mostraram que a habilidade das crianças para resolver conflitos é aprendida em casa por meio da participação e da observação de situações de conflito na família e que a agressão das crianças frequentemente resulta da experiência de conflitos mal resolvidos. No que concerne à relação conjugal, duas dimensões foram consideradas de risco: a hostilidade entre o casal parental e a tentativa de um cônjuge minar o comportamento do outro. Sugiro a leitura do artigo completo em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672010000200009

Podemos, então, nos indagar se a mãe e a escola agiram de forma correta; se o pai agiu, em relação ao menino, durante o ano, de forma assertiva, e se os possíveis conflitos conjugais e ou parentais influenciaram na conformação da situação.

De qualquer forma, cabe uma pergunta: se até na separação judicial dos casais, a guarda, pela Lei, deve ser, preferencialmente, compartilhada, por que alguns cônjuges, vivendo juntos, não conseguem compartilhar a guarda e o acompanhamento dos filhos?

Vamos refletir e conversar a respeito?


Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 17/04/18 e atualizado em 03/03/21. 


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quarta-feira, 4 de março de 2020

MENSAGEM: NEM TODA DESAVENÇA É BULLYING

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domingo, 19 de janeiro de 2020

CRIANÇAS SEM LIMITES

Mãos, Proteger, Proteção, Pai, Família















Roberto Gameiro

Se os pais não colocarem limites nos filhos, quem vai fazê-lo? A Fonoaudióloga, a Pediatra, a Psicóloga, a Neurologista? Limites quem coloca são o pai e a mãe. É responsabilidade intransferível deles, junto da colocação de valores morais e éticos. A uma mãe, a um pai, deveria bastar um olhar, firme, sério, para fazer com que um filho, uma filha, se porte adequadamente em qualquer lugar: em casa, no clube, no shopping, no condomínio. Aos meus filhos, quando crianças e adolescentes, bastava um olhar da mãe, que eles chamavam de “olhar 43”, e pronto; tudo sob controle. 


Salvo casos comprovados de alguma patologia, que deverá ser acompanhada pelos profissionais citados, e outros, a verdade é que as crianças estão “deitando e rolando” sobre pais assustados que não sabem o que fazer para colocar limites nos filhos. E evitam tomar atitudes mais firmes para “não os traumatizar”. E procuram os consultórios na esperança de um “remedinho” que os faça acalmar.

Há crianças que ainda em tenra idade batem nos pais. Alguns acham isso até engraçado, e riem da atitude peralta da criança. Se isso não for coibido logo, essas crianças "peraltas e engraçadinhas”, quando adolescentes, vão continuar batendo, inclusive nos irmãos e nos amigos.  O ditado “é de pequenino que se torce o pepino”, desculpem a comparação, vale para essas situações. 

Não tem essa de chamar o filho de “amigo”, “amigão”. Filho é filho e não “amigão”. Pai e mãe não são amiguinhos dos filhos. São pai e mãe, e como tal precisam ser vistos e respeitados pela sua prole. Claro que o amor parental contém os atributos do afeto, da amizade, da ternura, componentes indissociáveis, mas sem que se abdique da autoridade inerente. Chamar os filhos dessa forma cheira a fuga da atribuição de colocar limites; “afinal, amigo é amigo”, nada mais.

Sempre é bom lembrar, entretanto, o que reza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis (...)”.

O movimento “Amor Exigente” tem uma frase bem apropriada: “meu filho, eu amo muito você, mas não posso concordar com o que você está fazendo”. Pena que alguns pais resolvam demonstrar o amor que têm pelos filhos colocando-se contra a escola quando esta toma alguma atitude mais firme em função de indisciplina e desrespeito. Educação se traz de casa; a escola é parceira no aprendizado e no reforço da educação que vem de casa.

Ora, se os pais não assumirem a responsabilidade por colocar limites nos filhos, quem fará isso no futuro: a polícia?


Publicado originalmente em 03/08/18.


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domingo, 20 de outubro de 2019

A EDUCAÇÃO DOS FILHOS APÓS A SEPARAÇÃO

Menino, Menina, Crianças, Irmão, Irmã

Roberto Gameiro

Certa vez, um amigo meu, recém-separado da esposa, me pediu dicas e no que se deve prestar atenção para a educação dos filhos.


Senti-me muito honrado com o pedido, o qual demonstrava a confiança do amigo em mim. Entretanto, essa confiança vinha acompanhada de uma responsabilidade inerente significativa. Até porque não sou especialista nessa seara que tem características próprias e ímpares em cada caso. Mas considerei que a minha experiência de vida como professor e diretor de escola poderia me ajudar a ajudá-lo.

Na minha reflexão, levei em consideração que hoje, salvo exceções, a guarda dos filhos é compartilhada; e que provavelmente a preocupação dele com a educação dos filhos era também a da ex-esposa. 

Assim, fazendo uma retrospectiva dos meus atendimentos de casos análogos na minha profissão, identifiquei três aspectos relevantes que valem para a educação dos filhos por casais que vivem juntos e, especialmente, pelos separados. Esses enfoques são “valores”, “presença” e “convivência”.

Por “valores” designo características que constituem virtudes, qualidades e méritos considerados importantes para orientar as posturas e decisões dos pais em relação à (boa) formação dos filhos. Então, sugeri que ele construísse com a ex-esposa um elenco de valores aceitos e vivenciáveis por ambos que servisse de norte para o dia a dia no relacionamento com os filhos. Dessa forma, eles teriam em que basear as decisões sobre a educação da prole (todos os casais deveriam ter esse elenco de valores definido). 

Por “presença” não me refiro a qualquer presença. Refiro-me, como tenho escrito em outros artigos, a uma “presença significativa”, aquela que se caracteriza por um diálogo participativo, interativo, olho no olho, a qual requer constância e confiança recíproca. Essa “presença” não deve acontecer apenas nos horários de visita, mas em outras oportunidades, especialmente aquelas promovidas pela escola. As crianças esperam ansiosas a presença dos pais nas suas atividades escolares. 

Por outro lado, a boa “convivência” dos ex-cônjuges na presença dos filhos constitui lastro essencial para o crescimento e formação deles na direção certa e segura. É lamentável quando os pais são separados e um dos cônjuges é o “bonzinho” que só diz “sim” para tudo, e o outro, geralmente aquele com quem a criança mora, é o que tenta colocar regras de conduta, entre as quais há, invariavelmente, por necessidade óbvia, a palavra “não”.

Tudo isso, sem descuidar da orientação dos filhos na direção de uma espiritualidade sadia e vitalizadora, respeitando a individualidade deles.

A situação fica complicada quando a separação não é consensual e há divergências entre os ex-cônjuges, o que dificulta a guarda compartilhada e as ações idem em relação à educação das crianças. Que bom seria se, conflitos à parte, os ex-cônjuges conseguissem privilegiar, juntos, os cuidados e a formação dos filhos, o que sei que é uma tarefa de difícil execução, mas não impossível.

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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 15/10/19 sob o título "Os filhos após a separação".

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domingo, 25 de agosto de 2019

AUMENTO DOS DIVÓRCIOS NO BRASIL


Roberto Gameiro

Nem tudo são flores na vida de casais.
A vida prega peças que pegam de improviso os cônjuges, que, muitas vezes, se veem despreparados para enfrentar e solucionar até pequenas pendengas do relacionamento.
Segundo o IBGE, o Brasil registrou um aumento no número de divórcios no período de 2004 a 2014 na ordem de 160% (130,5 mil em 2004, contra 341,1 mil em 2014). O número e o percentual de aumento são, sem dúvida, preocupantes e revelam uma mudança de comportamento dos brasileiros, fruto, entre outros motivos, da alteração da legislação que rege esse assunto e da mudança de mentalidade dos casais frente aos compromissos do casamento.
Interessante verificar casos de pessoas, homens ou mulheres, que no exercício profissional conseguem resolver os mais complicados problemas, inclusive de relacionamentos interpessoais, e na vida conjugal têm péssima performance; o contrário, também.
Um longo período de noivado, feito para que cada um conheça melhor o outro, nem sempre traz resultados satisfatórios. Conheço casos em que o casamento durou menos de um terço do tempo do noivado.
As brigas entre cônjuges, muitas vezes por motivos não relevantes, têm uma tendência de se transformar, por falta de abertura para o diálogo, numa “bola de neve”, acabando por constituir causas de separações.
E aí, eu pergunto: casais que se amam também brigam?
A resposta, óbvia, é sim!
Sem pretender oferecer receita para essas situações, parece-me que não se pode dar espaço para que o tempo em que permanece a desavença corroa ainda mais a relação, possibilitando pensamentos e fantasias que nada agregam ao relacionamento; apenas afastam mais.
Casais que se amam, normalmente ficam de “cara fechada” apenas por um período curto de tempo. Logo, um cônjuge ou outro, vai se achegando, se achegando, e pronto; tudo resolvido (ou, pelo menos, quase tudo); a vida volta ao normal.
Entretanto, as questões que provocam rusgas precisam ser conversadas para que se chegue a um denominador comum ou a um acerto. Os casais que não discutem seus problemas, suas queixas, suas mágoas, seus receios, medos e dúvidas, só vão aumentando as "pastas de arquivo morto", não havendo amor que consiga superar esse acúmulo.
Ora! Então, se sabem que tudo vai voltar ao normal depois de 4 ou 5 dias, uma semana, talvez, por que não encurtar racionalmente esse tempo, e resolver tudo imediatamente para não perder aquele tempo de relacionamento? Isso pode ser combinado entre os cônjuges, e, creiam, funciona!
Isso vale, também, para o relacionamento entre irmãos. Que tal discutir esse assunto com os filhos?

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Artigo publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 16/05/17.


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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

INDISCIPLINA NAS ESCOLAS

Classe, Sala De Aula, Professora

Roberto Gameiro

É de fácil constatação que a indisciplina dos estudantes em muitas das escolas públicas começa nos ciclos iniciais e vai progressivamente aumentando  conforme se desenvolvem as séries da Educação Básica.


Isso se deve em grande parte à desagregação de famílias e a consequente falta de orientação em valores morais e éticos. Deve-se, também, à violência que grassa ao redor das vivências sociais de muitas dessas crianças e adolescentes que passam a ser verdadeiras vítimas do ambiente em que convivem. Claro que não se pode generalizar a questão, sob pena de sermos injustos com aquela parcela de alunos disciplinados e famílias bem constituídas, cooperadoras e participativas.



Essa violência é levada de diversas formas para dentro das escolas públicas, o que torna os professores reféns de um ambiente inóspito que causa angústia e desestímulo.

Mas acreditem; não são apenas as escolas públicas que estão sofrendo desses males. Com nuances um pouco diferentes nas causas e nas consequências, também as escolas particulares padecem nas mãos de certo número de estudantes irreverentes e famílias não participativas que “sabem” de seus direitos, mas ignoram seus deveres.

Telma Vinha, pedagoga e doutora em educação, escreve que  “independentemente de a família desempenhar seu papel, a escola necessita educar seus alunos para a vivência em uma sociedade democrática e contemporânea. Não pode ficar esperando mudanças nas famílias, receber alunos ideais ou que já tenham determinadas características para achar que, assim, terá êxito em sua tarefa. O desafio é dar conta do que acontece dentro do espaço de sua responsabilidade, no que se refere tanto à construção da moralidade, quanto à aquisição do conhecimento.”.  

Entretanto, é significativo o nível de tensão existente no dia a dia de diretores, coordenadores, orientadores e professores, fruto desse fenômeno que atualmente aparece em muitas das relações escolares envolvendo escolas, famílias e estudantes.

Isso tem levado um grande número de professores a abandonar o magistério para procurar outras áreas de atuação profissional, além de desestimular a escolha do magistério nas opções de graduação em nível superior.

A erradicação desses males terá de ser feita através de um esforço competente de toda a sociedade, a partir das posturas e ações dos cidadãos, especialmente dos pais e ou responsáveis, bem como das escolas.

Há que se valorizar aqueles pais que são verdadeiros parceiros das escolas e dos educadores que cuidam de seus filhos, dando-lhes o apoio e o reconhecimento que eles fazem por merecer no exercício dessa nobre profissão.


Há que se valorizar, também, aquelas escolas que já perceberam que sua atuação não se restringe à aquisição de conhecimentos por parte dos alunos, mas extrapola esse quesito, movimentando-se também nos aspectos educacionais da formação em valores morais e éticos para a capacitação de cidadãos conscientes e participativos.


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Artigo editado e publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 29/01/19.

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

ADOLESCENTES E BORBOLETAS

Borboleta, Inseto, Verde, Azul, Distrito


Roberto Gameiro


Como disse Rubem Alves (1933-2014): "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.".

A mulher grávida é a síntese da beleza da natureza humana. Durante nove meses, um novo ser se constrói no ventre da mãe, e esta enfrenta esse período com um misto de alegria pelo amor que já nutre por aquele “serzinho” que está se formando, e tensão, pelo receio de que algo dê errado; e sofre por isso.


Esse ser nasce, cresce e se torna um adolescente. E aí, ele se torna “grávido de si mesmo”, como reflete o filósofo Mário Sérgio Cortella: “ele dará à luz ele mesmo em outro momento; alterações hormonais, dificuldades de humor, impasses no corpo e na mente e impaciência são algumas das características dessa fase”. Isso faz parte do ciclo de vida humana. Todos nós passamos por isso. 

Assim como a borboleta que vem da transformação da lagarta num processo que exige muito esforço e resiliência, os adolescentes enfrentam, ainda imaturos, momentos de transformações biológicas e psicossociais que lhes causam aflição e angústia. E sofrem por isso, assim como quem convive com eles. 

E por ser “fase”, esses momentos devem ser vistos como transitórios, como passagem de um estágio de maturidade para outro, mais aperfeiçoado. 

Para isso, precisam da ajuda dos adultos. Não adultos que se fazem de adolescentes para conquistar a simpatia dos meninos e meninas, mas adultos autênticos, conscientes de que são espelhos nos quais os jovens se miram na busca de segurança e de orientação positiva e assertiva. 

Mas não nos enganemos que, em função da “fase”, tudo seja permitido. O diálogo e a presença constantes dos adultos junto deles propiciam as condições para a busca do equilíbrio que não aceita o desrespeito, a agressão física ou verbal, o uso de drogas ou bebidas alcoólicas etc. Isso se faz especialmente na família, na escola e na Igreja. 


E evita suicídios!

Como disse Rubem Alves (1933-2014): "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.".

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 26/06/18.


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terça-feira, 21 de agosto de 2018

EDUCAÇÃO E CORRUPÇÃO


Roberto Gameiro

Aristóteles, no livro I da sua “Retórica”, no capítulo 12, escreveu que as pessoas cometem injustiça quando pensam que a ação se pode cometer e ser cometida por elas ou porque entendem que seu ato não será descoberto, ou, se o for, que ficará impune, e, se for punido, a punição será menor do que o lucro que esperam para si mesmos ou para aqueles de quem cuidam.
Esse texto foi escrito mais de trezentos anos antes de Cristo, e caracteriza muito do que temos visto no Brasil de hoje nos mundos político, social, jurídico e empresarial.

Embora não possamos e nem devamos generalizar, assustam-nos as notícias que recebemos relatando os malfeitos, os processos, os indiciamentos, as delações, as prisões, de pessoas que deveriam ser exemplos de boa conduta e compostura.

Parece até que o texto bíblico Miquéias foi escrito hoje ((Mq 7, 3-4):
Essa gente tem mãos habilidosas para praticar o mal: o príncipe exige, o juiz se deixa comprar, o grande mostra sua ambição. E assim distorcem tudo. O melhor deles é como espinheiro…O dia anunciado pela sentinela, o dia do castigo chegou: agora é a ruína deles.
Aqui está o busílis: como educar as crianças e os jovens para a justiça, num ambiente de notícias de injustiças, de corrupção e de mentiras?

A boa formação dos nossos filhos se dá fundamentalmente nos ambientes em que vivem, entre eles a família, a escola e a igreja. Nestas searas, o bom exemplo e o testemunho são muito relevantes. Essa formação também é influenciada pelas vivências com os amigos e, especialmente, pelas redes sociais.

A imprensa escrita, falada e televisiva, no exercício de suas funções, divulga, diariamente, os fatos que acontecem nas diversas esferas da sociedade, os bons e os maus, o que, obviamente, é absorvido pelos jovens; nem todos terão o bom senso de separar o “joio do trigo”, deixando-se influenciar mais pelo mal do que pelo bem.

Não podemos deixar nossos filhos à mercê dessa triste realidade nacional de corrupção, à qual se soma a violência urbana. Isso aumenta a responsabilidade dos adultos no sentido de ajudá-los através do diálogo, do bom exemplo e da proximidade constantes.
Entretanto, se você mente, furta pequenos objetos, fura filas, usa as filas preferenciais ou exclusivas sem ter direito, ultrapassa com seu carro em faixa contínua, para em fila dupla, transita pelo acostamento ou faixa de ônibus, passa em farol vermelho, não para em faixa de pedestres, excede os limites de velocidade, estaciona em locais proibidos para você como vagas especiais, dirige após beber, falsifica documentos ou assinaturas, compra CDs e DVDs piratas, pratica suborno ativo ou passivo, não paga impostos devidos, bate o ponto ou assina lista de chamada de colega, utiliza o WiFi do vizinho ou faz “gato”, não declara compras na alfândega, compra votos, cola ou passa cola nas provas, joga lixo pela janela ou nas ruas, não agradece favores, não cumprimenta as pessoas nem no elevador, não ajuda quem necessita, não cede seu lugar para um idoso ou uma gestante, não devolve o troco vindo a mais, não respeita seus pais, enfim, não evita nem assume seus erros e quer levar vantagem em tudo, você está dando péssimos exemplos de corrupção para as crianças e adolescentes. Tenha certeza de que você será cobrado por isso por eles mesmos quando forem adultos.
Seja, como adulto, digno, autêntico, honesto, verdadeiro. Isso não constitui diferencial a ser agradecido. Isso é obrigação de todo cidadão.

Precisamos preparar os jovens para terem participação ativa e honesta nos destinos do país, não se acomodando, mas intervindo positivamente nas realidades local, regional e nacional, para contribuir com a melhoria da qualidade de vida de todos.

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 18/06/17.


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quarta-feira, 11 de julho de 2018

ESCOLA, LOCAL DE PAZ

Braço Amigo Amizade Gesto Saudação Mão Mem

Roberto Gameiro

A cena grotesca se desenrolava à vista de todos, menos das crianças, que ainda não haviam saído das salas. As duas mães, agarradas uma à outra, estapeavam-se, com xingamentos e ameaças. As pessoas presentes, estupefatas, não conseguiam acreditar no que viam. Não demorou muito para que as outras mães e educadoras interviessem, separando uma da outra.

O fato, inédito e único, aconteceu no pátio da escola no momento em que os pais entram para buscar seus filhos no final das aulas.

O que leva duas jovens senhoras, mães devotadas, de classe média alta, normalmente bem-educadas e postadas, a se engalfinhar para resolver problemas de relacionamento entre os filhos, crianças com menos de seis anos de idade?

Crianças que nos dias seguintes estavam alheias à animosidade entre as respectivas mães, só não sendo totalmente tranquila a relação, menos pelo problema que levou à desavença, mais pelas recomendações maternas de distanciamento.

Como deveria agir a professora no relacionamento com as mães e com as crianças, após o acontecido, mantendo o equilíbrio que levasse todas as partes à paz?

O caso foi parar na polícia. E lá prosseguiu com desfecho que desconheço.

Mas, e na escola? Que providências a direção deveria tomar em relação a esse caso?

Direção de escola não é polícia, muito menos juiz. Escola é local de paz e de formação, inclusive para os pais em situações extremas como essa. Coube, então, aproximar as partes para buscar a pacificação e o relacionamento entre as duas pelo menos tolerável, preservando as crianças: isso aconteceu após a mediação.

À época, as redes sociais, como as conhecemos hoje, ainda engatinhavam. Imaginem se fosse hoje; talvez alguém tivesse gravado em vídeo a cena esdrúxula e divulgado na Internet.

A natureza humana é um mistério.

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 10/07/18.

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terça-feira, 6 de março de 2018

FAROESTE DOCENTE

Tiro de Light'N

Publicado em 06/03/18
Roberto Gameiro

Mas, o que é isso? Em que mundo estamos?

Do jeito que as coisas vão, em breve os currículos das licenciaturas deverão ser “enriquecidos” com disciplinas como “Tiro ao Alvo” e “Uso, manutenção e limpeza de armas de fogo”, entre outras. Na mesma onda, ao concluírem o curso, os licenciados provavelmente farão jus a, além do anel de formatura, um cinturão com uma grande fivela, uma cartucheira e um ”trintoitão”, ou uma automática, para usar por baixo do jaleco (ou por cima). 

“O que dá pra rir dá pra chorar...” já dizia a música de Billy Blanco (1924/2011). 

Essa ideia de os professores portarem armas para se defender e defender os alunos de atiradores solitários está, por enquanto, neste mês de março de 2018, apenas na cabeça do presidente americano e dos cartéis dos fabricantes de armas que o apoiam (e o elegeram). 

Entretanto, se isso vingar por lá, podemos esperar que, consequentemente, algum grupo de “iluminados” daqui também defenderá a ideia para ser implantada no nosso país varonil. E, provavelmente, alegarão que “se lá foi necessário, aqui, mais ainda”. 

Há uma máxima na Medicina que diz: “suprima a causa que o efeito cessa”. 

Tanto lá como cá, a violência que atinge as escolas tem causas já muito bem diagnosticadas, mas, por motivos e pesos diferentes, essas causas são de difícil supressão, pelo menos, a curto prazo. 

Os nossos professores têm sido vítimas de governos incompetentes em todos os níveis que não honraram o mandato que o povo lhes outorgou, e de uma geração de pais em que muitos delegam para a escola atribuições que constitucionalmente a eles pertencem. 

Está mais do que na hora de se prestigiar os professores, dando-lhes o valor e o apoio que fazem por merecer, assim como fizeram países vencedores como o Japão, onde dizem que o Imperador só se curva diante de um professor.

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Artigo publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 06/03/2018.

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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor na área de “Gestão de escolas de Educação Básica”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br


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