MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO
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MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO
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Roberto Gameiro
Noutro dia, remexendo no meu “baú” de fotos e lembranças antigas, reencontrei um cartão, num papel datilografado e já amarelado, com uma mensagem dirigida a mim, que, mais uma vez, me emocionou sobremaneira.
Quando estava no meu segundo ano de magistério, eu lecionava “Língua Portuguesa” no curso que hoje seria a segunda fase do Ensino Fundamental.
A escola pertencia a uma congregação religiosa feminina, em que os princípios e os valores cristãos imperavam e norteavam todas as ações administrativas e pedagógicas, além de uma disciplina exemplar por parte de todos.
Eu mal havia terminado o curso de licenciatura em Letras Modernas e estava ainda aprendendo a ser professor, mas tive a sorte de começar num bom colégio e numa época em que os professores eram respeitados e valorizados pelos alunos, pais e comunidade escolar.
Era gratificante e prazerosa a atividade docente, trabalhando com adolescentes, meninos e meninas, amorosos e cumpridores das suas obrigações escolares.
Mas não deixava de ser uma jornada pesada e cansativa devido à extensa carga horária semanal de aulas, somada às preparações de planejamentos, relatórios e aulas, correção de provas e redações... Nesse sentido, nada diferente dos demais professores (à exceção das benditas redações! Rss)
Na minha carreira de professor e diretor escolar, como em qualquer carreira profissional, sempre houve momentos de alegria, de realização e de regozijo; mas, também, houve ocasiões de tristeza, de incompreensões e de chateações.
Pois foi nessa época, num “Dia dos Professores” que recebi a homenagem que mais me sensibilizou na minha jornada docente e administrativa.
Na ocasião, eu estava trabalhando, com os alunos das sétimas séries, o conteúdo “Orações coordenadas e subordinadas”. Aliás, esse sempre foi um dos temas que mais gostava de lecionar ...
Qual não foi a minha surpresa quando, ao entrar na sala para mais uma aula, os alunos de uma das sétimas séries me entregaram um cartão dobrado, com um decalque de crianças na capa, com uma página interna, na qual estava datilografada a seguinte mensagem:
Na sintaxe da vida, somos todos orações subordinadas que interdependem umas das outras. Todos nós exercemos o papel de subordinante e subordinada. A vida é um período composto por subordinação em que apenas “ELE” exerce o papel de oração principal. E, na nossa vida, a oração principal chama-se professor Roberto.
Não precisa ser um estudioso de semântica para perceber que a última frase é incoerente em relação à penúltima. Mas numa linguagem poético-metafórica como essa, o que vale é a intenção carinhosa dos estudantes em relação ao seu professor de “Português”.
Ao receber a mensagem, engasguei-me, e quase não tive palavras para agradecer. Acho até que meus olhos descarregaram algumas lágrimas rosto abaixo. Afinal, qual professor, no seu segundo “Dia dos professores”, recém formado, não ficaria emocionado com tal homenagem, espontânea, não esperada e sincera?
Os anos passaram e fui paraninfo e patrono de diversas turmas no ensino superior de Pedagogia, além de muitas placas comemorativas de metas alcançadas como diretor de escolas particulares; mas, nenhuma homenagem me sensibilizou tanto quanto essa.
Hoje, passada a emoção da época, percebo que a homenagem a mim prestada revela a interconexão e a interdependência das pessoas na vida, enfatizando que cada pessoa desempenha papel ora de sujeito, ora de objeto em relação aos outros, e que existe uma força maior que nos une, nos guia e nos fortalece.
Aqui está um bom tema para refletirmos com nossos filhos sobre nossas ações individuais e coletivas.
Que Deus nos abençoe e nos traga a paz.
Sempre.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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Roberto Gameiro
Vivemos nos construindo e nos reconstruindo. Como seres humanos, procuramos construir conhecimentos por meio das informações que recebemos constantemente nas nossas vivências com as outras pessoas, seja pessoalmente, ou através das diversas mídias que nos cercam por todos os lados; as boas e as más.
Neste texto, permito-me abordar em especial os inter-relacionamentos dialógicos, ou seja, através dos diálogos.
À medida que vamos convivendo com conhecidos, amigos e parentes, vamos conhecendo as suas posturas, suas formas de ver o mundo, seus assuntos prediletos, suas peculiaridades e suas aspirações. Daí, com o tempo, vamos nos adequando à forma de conversar com cada um deles para tentar tornar os diálogos frutíferos.
Vamos conhecer alguns deles.
Há os que só falam em doenças, médicos, exames, remédios, dores aqui e ali. Com esses, evite a pergunta trivial “Como você está?”
Há os que só falam de si o tempo todo para mostrar o quão competentes são, suas conquistas, suas realizações.
Há os que falam o tempo todo e não deixam você falar; quando você consegue uma deixa para falar, é perda de tempo porque eles não o ouvem; estão apenas esperando uma deixa sua para continuar a falar e falar e falar... Pior ainda, aqueles que o interrompem intempestivamente no meio de uma argumentação, não lhe permitindo completar um raciocínio.
Há os que só falam de um determinado assunto o tempo todo, seja futebol, política, governo ...
Há os que têm sempre uma fofoca para contar sobre alguém. Cuidado com o que fala para esses, pois para os outros ele vai fazer fofoca sobre você.
Há os que são desbocados e falam palavrões o tempo todo porque acham bonitinho e todos riem dos seus impropérios. Agem como adolescentes. Não seja muito constante com esses; seja forte, pois você corre o risco de fazer o mesmo nalgum momento.
Há os que não têm humildade e entendem que sabem de tudo e têm respostas para tudo. Muitos são verdadeiros parlapatões (1). A propósito destes, o filósofo Mário Sergio Cortella tem um texto bem apropriado: “Humilde é aquela pessoa que sabe que não sabe tudo, que sabe que outra pessoa sabe o que ela não sabe, que ela e outra pessoa saberão muitas coisas juntas, que ela e outra pessoa nunca saberão tudo o que pode ser sabido.”.
Há aqueles que quando lhe falam sobre João, você fica sabendo mais sobre eles mesmos do que sobre João. Cuidado com esses também.
Você conhece, ou já conheceu alguma figura dessas? Se sim, que tal deixar um comentário a respeito? É claro, sem identificar a pessoa.
É através da convivência, dos diálogos, com os outros que nos tornamos “pessoa”. Para isso, o ideal é que a alegria esteja sempre presente nos encontros, nos reencontros, na partilha, na convivência fraterna, no respeito mútuo. O afeto, o “sorriso nos lábios”, o brilho no olhar são fatores catalisadores de relações sadias, autênticas, amorosas, construtivas e sementes de reciprocidades promissoras. (este parágrafo, editado, consta também do meu artigo "Construindo um sentido para a vida".)
Nesse sentido, o diálogo, para ser frutífero, deve ser precedido por uma postura de abertura para ele. É um “saber ouvir” e saber quando falar, respeitando o tempo do outro. É o encontro da fala com a escuta, ou como diz Rubem Alves: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de 'escutatória'. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir”. E acrescentou, com a sabedoria que lhe era peculiar, que: "Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.”.
Lembremo-nos sempre de que a pedagogia de Jesus é feita através de diálogos.
Este é um bom tema para conversar com os filhos e alunos.
Vamos lá?
(1) Parlapatão - Característica de quem vive contando mentiras ou vantagens.
Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional.
Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
Roberto Gameiro
Circula pelas redes sociais um videoclipe com uma linda música “Onde está a fila para ver Jesus?” (Where’s the line to see Jesus?).
A autora, Becky Kelley, escreveu que há alguns anos, estando num shopping, na época de Natal, seu sobrinho viu crianças que faziam fila para ver Papai Noel, e perguntou-lhe onde estava a fila para ver Jesus, já que no Natal celebra-se o Seu nascimento.
Essa é uma daquelas perguntas desconcertantes que as crianças nos fazem às vezes e que nos levam a profundas reflexões acerca das nossas posturas.
Papai Noel é uma figura, uma personagem lendária, criada pelo homem, e retrata um bom velhinho que traz, no Natal, presentes para as crianças de bom comportamento. Faz parte do imaginário das crianças, e sua vinda é festejada no fim de cada ano, especialmente pelo comércio e pelas mídias. Apesar da intensa exploração comercial da figura, não deixa de ser uma mensagem de paz e amor num mundo tão carente de amorosidade. E as crianças se encantam com ele.
Entretanto, há que se considerar que à intensa valorização do Papai Noel, contrapõe-se um certo esquecimento do verdadeiro motivo da celebração do Natal: o nascimento de Jesus, filho de Deus, e que com Ele e o Espírito, constitui a Trindade Divina: Pai, Filho e Espírito Santo, um só Deus em três Pessoas.
Deus criou o homem. O homem criou o Papai Noel. Apesar de esdrúxula a comparação, devido à distância valorativa que separa as duas afirmações, neste contexto, ela nos serve para auxiliar na reflexão.
É como se fôssemos ao aniversário de alguém e valorizássemos mais quem trouxe os presentes, do que o próprio aniversariante…
E mais; revela também, e reforça, a percepção do distanciamento que as pessoas estão tendo da espiritualidade, motor da fé que justifica e anima nossas vidas.
Miremo-nos nos exemplos de Zaqueu, que arriscou tudo para ver o Cristo, e nos três Reis Magos que vieram de longe para visitar Jesus.
Lembremo-nos, também, que o Papai Noel só aparece no Natal. Jesus está conosco sempre; ontem, hoje e sempre. Nas nossas mentes e nos nossos corações.
Nada contra o Papai Noel, mas… onde está a fila para ver Jesus?
Publicado originalmente em 25/12/2016
Veja o videoclipe clicando aqui.
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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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Roberto Gameiro
Noutro dia, encontrei, numa postagem do Facebook, esta parábola, cujo autor não consegui identificar.
“Um professor deu um balão para cada aluno que teve de o encher e escrever o seu nome. O professor então, misturou todos os balões. Os alunos tinham 5 minutos para encontrar o seu próprio balão. Apesar de toda a agitação, ninguém encontrou o seu balão. Naquele momento, o professor disse aos alunos para apanharem o primeiro balão que encontrassem e entregar à pessoa cujo nome estava escrito nele. Em 5 minutos, cada um tinha o seu próprio balão. Então, o professor disse: Esses balões são como a felicidade. Nunca a encontraremos se todos no mundo estiverem à procura só da sua. Mas, se nos preocuparmos com a felicidade dos outros, também encontraremos a nossa.”.
Com efeito, a prática de atos de gentileza e de solidariedade faz bem para quem pratica e para quem recebe, além de revelar que você está de bem consigo mesmo e, por isso, preocupado com o bem-estar dos outros.
Entretanto, ninguém pode dar o que não tem. Ao pensar no bem-estar coletivo, não podemos abdicar do nosso próprio bem-estar; ao contrário, o bem-estar coletivo é o somatório dos bem-estares dos indivíduos que compõem o grupo. Se reduzirmos o bem-estar do indivíduo, reduziremos, também, o bem-estar do coletivo.
Num avião, quando caem as máscaras de oxigênio, devemos colocá-las primeiro em nós e depois nas crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais. Primeiro, temos de cuidar de nós para que depois tenhamos condições de poder cuidar do outro e do grupo.
Os bem-estares individual e coletivo devem ser lastreados pelo ambiente num processo sustentável que permita o alcance do equilíbrio biopsicossocial.
A melhor forma de se alcançar esse equilíbrio entre o individual e o coletivo é a partir das práticas solidárias. Para sobreviver, precisamos, sem dúvida, uns dos outros. Quem pratica o bem, sem esperar recompensas, está plantando sementes de solidariedade cujos frutos tornarão o mundo melhor.
Clint Eastwood, cineasta americano disse certa vez: “Todo mundo fala sobre como deixar um planeta melhor para nossos filhos. Na verdade, deveríamos tentar deixar filhos melhores para o nosso planeta.”.
No site da ONG "Passo Amigo", encontrei este texto: "O psiquiatra e professor do Curso de Medicina da PUC Minas, Renato Diniz Silveira, explica que o bem acaba provocando o bem. Segundo ele, com a redução dos níveis de estresse e a sensação de renovação de energia, são atenuados problemas como insônia, gripe, depressão, resfriado, dor de cabeça e sintomas de fobia social. A solidariedade gera, então, energia, melhora a saúde e impulsiona a gente para o bem". (1)
Jesus Cristo nos deixou vários mandamentos. Entre eles, destacam-se o “Amor a Deus” e o “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”; neste, percebe-se que para amar ao seu próximo você precisa, antes, ter muito amor a Deus e por si mesmo, cujos parâmetros o orientarão, então, para o exercício do amor ao próximo.
Boas reflexões!
REFERÊNCIA
(1) PASSO AMIGO, ONG. Como um ato de solidariedade pode ajudar a Equoterapia. Encontrado em.
https://passoamigo.org.br/como-um-ato-de-solidariedade-pode-ajudar-a-equoterapia/ Acessado em 13/07/23.
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