Publicado em 28/05/19
Roberto Gameiro
O Brasil tem hoje, segundo o IBGE, 13,4 milhões de pessoas sem ocupação. Esse número equivale a mais do que toda a população da cidade de São Paulo, ou ao somatório das populações das cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Curitiba.
Ainda de acordo com o IBGE, a população ocupada (91,9 milhões) caiu -0,9% (menos 873 mil pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2018.
É um momento muito difícil por que passa o mercado de trabalho no país, ocasionando, cada vez mais, dificuldades para acesso e ou recolocação. Não é fácil definir quais faixas etárias têm sido mais atingidas por essa verdadeira “hecatombe” empregatícia.
Os jovens, que já tinham o obstáculo da falta de experiência para acessar o primeiro emprego, e não tinham experiência por que não conseguiam o emprego, agora se juntam aos mais velhos, dispensados, que buscam recolocar-se aceitando novas funções e salários menores.
Difícil encontrar uma família que não tenha pelo menos um membro desempregado.
Esse fenômeno ocasiona mudanças que, como bolas de neve, vão mudando hábitos e posturas em todos os segmentos da atividade humana no país.
Haja mudança!
Segundo o “Institute for the future”, cerca de 85% dos empregos em 2030 ainda não foram inventados: o ritmo da mudança será tão rápido que as pessoas aprenderão momento a momento usando novas tecnologias, como a realidade aumentada e a realidade virtual, e, ainda, que a capacidade de obter novos conhecimentos será mais valiosa do que o próprio conhecimento.
Como se vê, além dos desafios inerentes à recuperação econômica para regressão do percentual de desemprego, há que se adicionar o desafio da adequação do mercado de trabalho às inovações tecnológicas e à consequente nova configuração das profissões.
Essa (nova) realidade, que inclui o incremento de iniciativas empreendedoras como forma de atividade profissional, traz novos contornos ao processo de formação dos nossos filhos. As demandas, agora, são outras. Fiquemos atentos.
Publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 29/08/2017. Atualizado no blogue em 28/05/19.
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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor
na área de “Gestão de escolas de Educação Básica”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br.