O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

quarta-feira, 1 de julho de 2020

MENSAGEM - ORATÓRIA VERSUS "ESCUTATÓRIA"

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domingo, 28 de junho de 2020

A EDUCAÇÃO, A FAMÍLIA E A SOCIEDADE - Texto 1

Livros, Página De Livro, Capa Do Livro

 Texto1/3 – Educação: conceitos básicos


Roberto Gameiro

Na visão do filósofo francês Edgar Morin (2000), a educação deve "curar a cegueira do conhecimento", "garantir o conhecimento pertinente", "ensinar a condição humana", a "identidade terrena" e a "compreensão", assim como preparar as pessoas para lidarem com as "incertezas" e promoverem uma "nova ética do gênero humano".

Neste primeiro texto, vou abordar alguns conceitos básicos importantes para a compreensão do contexto da educação, quais sejam: educação, ensino, inteligência emocional, aprendizagem, competência, conhecimento, informação e saber, e interdisciplinaridade. Espero que esta pequena revisão lhe seja útil.  

I - EDUCAÇÃO

É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. No dicionário “Aurélio”, encontra-se que “educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. Paulo Freire (2008) acrescenta que toda prática educativa seria, na verdade, um ato político; portanto, a educação seria uma prática eminentemente política.

II - ENSINO 

Corresponde, principalmente, às dimensões cognitiva e emocional, ao processo que favorecerá a aprendizagem de informações e conhecimentos. Praticado pelas escolas, com respaldo de conteúdo, forma, certificação, profissionais de educação, o ensino terá como consequência o desenvolvimento de proficiência intelectual. 

III - INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

De acordo com Daniel Goleman (1995), Inteligência Emocional é a capacidade que um indivíduo tem de identificar os seus próprios sentimentos e os dos outros, de se motivar e de gerir bem as emoções internas e nos relacionamentos. Segundo o autor, a inteligência emocional exige um conjunto de cinco habilidades: autoconsciência: capacidade de reconhecer as próprias emoções; autorregulação: capacidade de lidar com as próprias emoções; automotivação: capacidade de se motivar e de se manter motivado; empatia: capacidade de enxergar as situações pela perspectiva dos outros; habilidades sociais: conjunto de capacidades envolvidas na interação social.

IV - APRENDIZAGEM 

É assumida como atividade própria do sujeito, que se estabelece por meio de uma relação dialógica e dialética com os objetos de conhecimento, concreta e historicamente construídos pela humanidade, e com os outros atores sociais. O aprendiz aciona esquemas internos para apreender o mundo externo e construir representações cada vez mais complexas em relação aos objetos do conhecimento, em um processo pessoal e singular, ainda que mediatizado pelas interações socioculturais.

V - COMPETÊNCIA
 

É a capacidade do sujeito mobilizar recursos visando abordar e resolver uma situação complexa. O sujeito precisa mobilizar, pelo menos, cinco recursos na abordagem de uma situação complexa. São eles: conteúdos específicos, habilidades, linguagens, valores culturais e emoções; dependendo da situação, um recurso é mais exigido que outro, ou, muitas vezes, a falta de um deles pode bloquear todos os outros.


VI - CONHECIMENTO, INFORMAÇÃO E SABER


“O conhecimento é o resultado de uma experiência pessoal ligada à atividade de um sujeito provido de qualidades afetivo-cognitivas; como tal, é intransmissível, está sob a primazia da subjetividade; mas, é uma informação de que o sujeito se apropria. Desse ponto de vista, é também conhecimento, porém desvinculado do invólucro dogmático no qual a subjetividade tende a instalá-lo. O saber é produzido pelo sujeito confrontado a outros sujeitos, é construído em quadros metodológicos. Pode, portanto, entrar na ordem do objeto; e torna-se, então, um produto comunicável, uma informação disponível para outrem.” (Montiel,1985)

A mesma informação transmitida para dois sujeitos propiciará a construção de conhecimentos com características diferentes em cada um deles, na medida em que a construção de um novo conhecimento depende da interação que a nova informação terá com os conhecimentos prévios já existentes na memória de cada um deles. Por isso, o conhecimento é uma pertença do sujeito, ímpar nas suas particularidades. Quando, através da linguagem, você se propõe a “transmitir” um conhecimento, nesse momento ele volta à condição de informação e toma a forma de “saber”.


VII - INTERDISCIPLINARIDADE


A abordagem interdisciplinar reúne diferentes componentes curriculares num contexto mais coletivo no tratamento dos fenômenos a serem estudados ou, ainda, das situações-problema em destaque. É uma abordagem que exige compromisso do professor com a intercomunicação, ampliação e ressignificação de conteúdos, conceitos e terminologias. O trabalho integrado interdisciplinar alarga as possibilidades de compreensão, construção e recontextualização dos conhecimentos, dos saberes e dos fazeres e flexibiliza o fazer pedagógico, explicitando as formas de relação, de reciprocidade e de aproximação em diferentes áreas.


VIII - REFERÊNCIAS


FREIRE, Paulo. Pedagogia do compromisso: América Latina e educação popular. Indaiatuba, SP: Villa das Letras, 2008.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, c 1995. 

MONTEIL, Jean-Marc. Dynamique sociale et systèmes de formation. Paris: Éditions Universitaires, 1985.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortês; Brasília, DF: UNESCO, 2000


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quarta-feira, 24 de junho de 2020

MENSAGEM: DIZEMOS MUITOS "NÃOS" PARA OS FILHOS?

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domingo, 21 de junho de 2020

TOMADA DE DECISÃO




Roberto Gameiro

Jean Paul Sartre escreveu: "A escolha é possível, em certo sentido, porém o que não é possível é não escolher. Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei escolhendo. Contudo, viver é isso: Ficar se equilibrando o tempo todo, entre escolhas e consequências."


Vivemos tomando decisões. Seja nos aspectos pessoais, seja nos sociais e, especialmente, nos profissionais.

Quando usamos um medicamento, preocupamo-nos com os possíveis efeitos colaterais que esse uso poderá nos trazer. Essa também é a preocupação do médico que nos receitou o remédio, em função da doença que nos acomete. O diálogo entre o médico e o paciente a respeito desses possíveis efeitos é fundamental para a tomada de decisão quanto ao uso ou não daquela droga. Também a forma de administração (oral, retal ou intravenosa) é levada em conta nessas tomadas de decisão na conformidade dos possíveis efeitos colaterais. Geralmente, quando a doença é grave, os efeitos colaterais tornam-se mais “suportáveis” pelo paciente.

Analogamente, nas organizações, sejam elas educacionais, comerciais, industriais, bancárias ou de serviços, como gestores, estamos constantemente tomando decisões, algumas simples, outras complexas e outras muito complexas porque podem interferir até na própria viabilidade a curto, médio ou longo prazos do empreendimento. 

No complexo mercado da concorrência que vivemos hoje, as circunstâncias levam organizações a tomar decisões, muitas vezes amargas, para a sua “sobrevivência”, ou “manutenção”, ou até “crescimento” e “desenvolvimento”. Decisões mal tomadas podem trazer efeitos colaterais nocivos, especialmente se a empresa estiver na situação de “sobrevivência”.

Como exemplo de efeitos colaterais nocivos, vejam os casos de empresas que nos momentos de crise demitem colaboradores altamente qualificados que, quando o mercado voltar a crescer, farão muita falta e, pior, sua substituição será muito onerosa, incluindo o necessário investimento para desenvolvimento dos novos colaboradores. A melhor decisão poderia ter sido adequar as metas para a situação de “manutenção”, ou “sobrevivência”, não demitir, e ganhar a longo prazo. A Análise de Ambiente, também chamada de SWOT, é caminho certeiro para aprimorar esse processo, análise essa que deve ser feita de forma compartilhada envolvendo todos os escalões da instituição.

O exemplo acima é relevante também no campo da educação, no que se refere aos professores, coordenadores, orientadores e auxiliares. Cada escola possui a sua identidade, representada pela sua missão, pela visão de futuro, pelos princípios e valores, e, no caso das confessionais, pelo Carisma, que são exaustivamente trabalhados com seus colaboradores para atingir suas metas e objetivos educacionais; e   procura formá-los ao longo do tempo oferecendo a participação em encontros, cursos, workshops, seminários, congressos etc. Isso forma uma equipe. Numa equipe todos os integrantes são membros preciosos que precisam ser mantidos, preservados, valorizados e cativados. Perder qualquer deles num momento de crise causa um retrocesso difícil e demorado para ser compensado na contratação posterior de um substituto.
  
É de Alvin Toffler (1928-2016) a frase: “O futuro é construído pelas nossas decisões diárias, inconstantes e mutáveis, e cada evento influencia todos os outros.”.

Afinal, todos queremos que nossas decisões tragam muitos efeitos positivos em qualquer segmento em que estejamos.

Artigo publicado originalmente em 01/12/17 e atualizado em 20/06/20. 


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quarta-feira, 17 de junho de 2020

MENSAGEM: PROFESSORES - VERDADEIROS GESTORES DAS APRENDIZAGENS


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sábado, 13 de junho de 2020

CONSTRUINDO UM SENTIDO PARA A VIDA


Roberto Gameiro
Educar as crianças e os jovens é uma nobre missão e um grande desafio que pais e educadores enfrentam no seu dia a dia nesta sociedade globalizada em que os relacionamentos se tornam cada vez mais complexos, as individualidades prosperam e costumes antes muito valorizados deixam de sê-lo, contribuindo para uma certa anestesia social, um descompromisso com o outro, um descompasso relacional.
Por isso, é sempre bom valorizarmos, priorizarmos e enfatizarmos aquelas posturas que dão norte saudável aos relacionamentos e contribuem positivamente para que a vida seja mais leve, mais agradável e com mais qualidade.
Jung Mo Sung escreveu que é preciso assumir um sentido para a sua vida para que as coisas e pessoas possam ser “organizadas” dentro de sua visão do mundo. Sem um sentido último da vida, nós não conseguimos estabelecer uma certa direção para a nossa vida. E acrescenta que é por isso que pessoas que não encontraram o sentido para a sua vida se sentem perdidas e têm muita dificuldade em articular os fatos e experiências da sua vida. (Educar para reencantar a vida – 2007)
A alegria é a força que contagia as pessoas e melhora os ambientes,  tornando-os lugares de aconchego, ternura, carinho, e valorizando as maravilhas da criação e da cultura humana, exaltando os acontecimentos que aquecem o coração e conduzem à paz.
Paulo Freire acrescenta que “a minha abertura ao querer bem significa a minha disponibilidade à alegria de viver. Justa alegria de viver, que, assumida plenamente, não permite que me transforme num ser “adocicado”, nem tampouco num ser arestoso e amargo.”. (Pedagogia da autonomia – 2000)
A amorosidade é, também, tema recorrente em Paulo Freire, que relacionando amor e diálogo,  escreveu:
Sendo fundamento do diálogo, o amor é, também, diálogo. (…) Ao fundar-se no amor, na humildade, na fé nos homens, o diálogo se faz uma relação horizontal, em que a confiança de um polo no outro é consequência óbvia. Seria uma contradição se, amoroso, humilde e cheio de fé, o diálogo não provocasse este clima de confiança entre seus sujeitos. (Pedagogia do Oprimido – 1987)
Mas, por que relacionar “alegria“, “amorosidade” e “diálogo” com “sentido de vida”?
Sentido de vida não se “busca”. Sentido de vida se constrói. Para se construir um projeto de vida deve-se sonhar, planejar e viver em um movimento dinâmico de construção e reconstrução de si mesmo.
Nada disso se faz sem a necessária alegria que deve estar sempre presente nos encontros, nos reencontros, na partilha, na convivência fraterna, no respeito mútuo, ou seja, nos diálogos. O afeto, a alegria, o "sorriso nos lábios", o brilho no olhar são fatores catalisadores de relações sadias, autênticas, amorosas, construtivas e sementes de reciprocidades promissoras.
Na Wikipédia, encontramos a palavra japonesa “Ikigai” que significa um estilo de vida que preconiza, entre outros propósitos, que “A busca pelo sentido na vida está (na sociedade moderna) profundamente ligada ao entendimento de quem somos (nossas crenças, relacionamentos, cultura, formação etc), mas também em boa parte sobre O Que Fazemos (profissão, vocação, trabalho, lazer, etc). Assim, em muitos casos nossa percepção sobre nossa Razão de Ser dificilmente estará completa sem encontrarmos consonância entre o que somos e o que fazemos.”. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ikigai)
Precisamos de líderes que realmente vivam a Boa Nova e sejam verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, para juntos promovermos as mudanças que a sociedade requer. Isso se faz melhor com alegria, amorosidade, diálogo e, principalmente, com sentido de vida bem construído na nossa individualidade; desta forma, poderemos colaborar para um sentido mais significativo de vida para todos.
A educação, na escola e na família, entre outras finalidades, deve ajudar o educando a criar, a inventar, a construir um sentido para a sua vida e a torná-lo uma pessoa do bem e comprometida com a construção de uma sociedade melhor.
Assim, talvez tenhamos menos jovens construindo sentido para suas vidas na adesão a propostas inconfessáveis e ou socialmente destrutivas.
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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 28/01/16, no “Jornal do Tocantins” em 30/01/16, no “Diário Indústria e Comércio” – digital – em 03/02/16, na revista “Brasília.com” em 01/03/16 e na revista "Nova família" em 11/03/20.

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quarta-feira, 10 de junho de 2020

MENSAGEM: NÃO É FÁCIL CRIAR E EDUCAR FILHOS HOJE


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domingo, 7 de junho de 2020

A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO ESCOLA-FAMÍLIA-ESCOLA

Família, Galeria, Geração, Memória, Home

Roberto Gameiro

Muito se tem escrito e ouvido a respeito das reais finalidades da escola no mundo de hoje. Sabe-se, por exemplo, que a escola tem assumido responsabilidades e atribuições que, tradicionalmente, pertenciam ao núcleo familiar. Isso tem acontecido principalmente devido ao novo formato das famílias nesta sociedade pós-moderna. Alguns dizem que a família está desestruturada; eu prefiro afirmar que a família está diferente.


No colégio que eu dirigia, há alguns anos, pesquisa realizada apontou um percentual de 30% de estudantes filhos de pais separados. Isso significava aproximadamente 900 meninos e meninas.  Trata-se, portanto, de um universo que não pode ser desconsiderado; ao contrário, a escola precisa, então, adequar o seu projeto educacional para atender, com qualidade, a essa parcela representativa de seus alunos e famílias.

Acrescente-se o fato de que as mães dos estudantes, na sua maioria, estão no mercado de trabalho. Guardadas as proporções em virtude das faixas socioeconômicas, as mães têm três expedientes diários: dois no trabalho e um em casa para resolver e encaminhar os assuntos da casa e dos filhos, inclusive o acompanhamento escolar. Muitas vezes, os filhos passam mais tempo sozinhos, ou com as babás, ou com os educadores, do que com os pais.

Note-se, portanto, que a escola ganha, cada vez mais, importância na vida das famílias e, consequentemente, crescem as expectativas de pais e mães na direção de uma escola parceira que se preocupa não apenas com a excelência acadêmica e a formação integral dos estudantes, mas, também, com essa realidade social, da qual não se tem como fugir.

Essa necessidade pode ser uma excelente oportunidade para a implementação de diferenciais que tornem a escola especialmente importante para as famílias. Isso pode significar, entre outras possibilidades, suprir as famílias dos estudantes com informações, através de minicursos, palestras, workshops, reuniões, lives, que agreguem valor e instrumentalizem os pais para enfrentar esses novos desafios e necessidades, inclusive e para além dos processos pedagógicos. Como exemplos, cito os temas: alimentação, cuidados com as crianças menores, organização de horários na família, acompanhamento escolar, álcool na adolescência, amizades, tabagismo, festas e confraternizações, higiene, deveres de casa, tempo de estudo diário, diversidade, sustentabilidade, justiça, solidariedade, uso da internet, vida após a separação, filhos de pais separados...
 


Esses temas poderão ser abordados ou desenvolvidos pelos próprios pais, num trabalho voluntário, ou por professores, coordenadores, orientadores, diretores ou profissionais convidados. São iniciativas fáceis de serem implementadas, não precisando ser “grandes eventos”, podendo, ainda, ser feitas pelas redes sociais. 

Muitas escolas já têm esse diferencial há algum tempo; entretanto, é preciso perseverar nessas iniciativas, sem exagerar na periodicidade, garantindo-lhes qualidade e foco, de forma que, aos poucos se necessário, se crie essa “cultura” na comunidade escolar. Eu mesmo tive, mais de uma vez, experiência em que numa determinada palestra, havia, no auditório da escola, mais educadores da casa do que pais e mães. Mas, ainda assim, considerei válido o evento pois os presentes, educadores e pais, aproveitaram bem o conteúdo. 

A escola precisa ser tão importante para a família, que esse fato pesará consistentemente tanto na hora da decisão da escolha do colégio, quanto na fidelização, incluído aí o “boca a boca”.

(Este texto foi redigido antes da Pandemia da COVID-19. Para complementar o contexto, sugiro a leitura dos meus artigos “A pandemia da COVID-19 e os professores”, “COVID-19 – Crianças em casa. E agora?” e, ainda, “Aumento dos divórcios no Brasil”. Para isso, basta seguir a sequência dos links (Leia também) logo abaixo deste e dos demais artigos.)

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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional  e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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quarta-feira, 3 de junho de 2020

MENSAGEM: VALORES FAMILIARES, EXEMPLO E TESTEMUNHO


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domingo, 31 de maio de 2020

A PANDEMIA DA COVID-19 E OS PROFESSORES

Corona, Coronavírus, Vírus, Empresária

Roberto Gameiro

Por incrível que possa parecer, a pandemia da COVID-19 está trazendo um fato novo, esperado por todas as pessoas de bom senso, mas que se apresentava como difícil de ser concretizado nesta sociedade em que muitos querem fazer valer os seus direitos, ou pretensos direitos, mas cumprem pouco os seus deveres, mesmo aqueles subjetivos como a valorização do trabalho e das competências dos outros.


Ainda é cedo para afirmar se esse fato vai perdurar por muito tempo ou não, já que outra característica desta coletividade é a “memória curta”.

Refiro-me à valorização do trabalho, das competências e das responsabilidades dos professores, especialmente aqueles da Educação Básica.

De repente e inusitadamente, pais e mães estão em casa, isolados, 24 horas por dia, com seus filhos. É uma experiência nova que não pode ser comparada, por óbvio, com os períodos de férias escolares.

Antes da pandemia, podia parecer que tudo estava bem e indo como sempre nas escolas públicas e privadas. Muitos alunos continuavam a desrespeitar os professores, a desvalorizar o seu trabalho e, em muitos casos, a vê-los como empregados seus. Os professores continuavam a ser vigiados por alguns pais que, especialmente pelas redes sociais, não lhes davam trégua; idem em relação aos coordenadores, seus auxiliares e diretores. Embora esses pais talvez não percebessem, estavam fazendo mau uso do que tinham.

Parecia. Mas não estava “tudo bem”. Mas, sim, estava “tudo como sempre”.

Com os professores desprestigiados e desvalorizados, inclusive nos salários, em especial nas redes públicas, começou desde há alguns anos, a debandada docente para outras ocupações e a redução das matrículas nos cursos de licenciatura no país todo. Hoje, algumas escolas públicas não têm professores de determinadas disciplinas.

Agora, com a pandemia, muitas escolas continuam na sua missão de levar a aprendizagem aos seus alunos através da Internet. Os professores estão tendo de se superar exercendo uma ocupação para a qual não foram previamente capacitados, preparando e “dando” aulas e atividades para seus alunos através das redes sociais, com o objetivo de não interromper o processo de ensino, o que seria muito danoso. E as escolas, com a mesma preocupação, estão investindo nessa tecnologia, inclusive em algumas redes públicas, embora saibamos que um enorme contingente de famílias não tem acesso à Internet; e aqui está um óbice deveras preocupante que faz por merecer atenção especial das escolas e das autoridades constituídas.  

É neste momento que pais de diferentes perfis, ao ter de acompanhar, supervisionar e ajudar os filhos na execução das tarefas e atividades, têm reações divergentes a respeito dessa situação; alguns elogiam as escolas e os professores, outros reclamam porque entendem que as escolas e os professores estão a exigir muito de seus filhos (e deles); há que se compreender essas diferentes reações porque também os pais e os estudantes estão tendo de se adaptar a uma situação inédita que exige uma rotina diferenciada para a qual nem todos têm as competências necessárias (e não têm a obrigação de tê-las). 

Entretanto, devemos levar em conta que estamos no meio de um “furacão” chamado COVID-19 no mundo todo, e que numa pandemia como essa cada um de nós tem de se superar e enfrentar com discernimento e sem pânico o seu desafio particular, sem deixar de contribuir para o bem-estar da comunidade em que se insere.

De qualquer maneira, mesmo com as divergências, a sociedade como um todo agora parece ter um olhar diferente para o nobre trabalho das escolas e dos professores e lamenta o que já não tem, mesmo que temporariamente. Famílias estão percebendo a falta que fazem os professores e as escolas no dia a dia na formação e na educação dos seus filhos. É na falta que se valoriza o que não se tem.

E os pais podem perceber, segundo o meu olhar de ex-diretor de escola particular, em muitos momentos, a admiração que seus filhos têm pelos seus professores, que aparecem ali nas telinhas do smartphone e ou do computador, nas suas casas, aproximando-se deles com muito afeto, compreensão e ternura, admiração essa que muitos deles nem sabiam que tinham.

Quando a situação voltar à normalidade, acredito que a relação aluno-professor estará depurada, aperfeiçoada e, obviamente, melhorada, assim como a relação pais-professores-escola.

O ensino híbrido, que contempla atividades online e presenciais, que já era usado por poucos professores, agora, com esta pandemia, mostrou-se como uma possibilidade de enriquecimento do jeito de se desenvolver as aprendizagens escolares, e, ao que tudo indica, veio para ficar. Resta, entretanto, aos governos, prover os estudantes de famílias de pouco poder aquisitivo do acesso à Internet de banda larga e das ferramentas tecnológicas inerentes como smartphones e notebooks. É um grande desafio!


Já se disse que estamos numa “mudança de época”.

Espera-se que apesar dos males que essa pandemia está trazendo para o mundo todo, ocorra, no nosso país, uma vertiginosa guinada nos relacionamentos no campo da educação, com a necessária valorização das escolas e de seus professores. Talvez esse seja um largo passo para, como consequência, aumentarmos a eficiência e a eficácia das escolas, especialmente as públicas, e atingirmos melhores colocações nos rankings educacionais mundiais.

É uma oportunidade que não poderemos perder, mas investir nela.


Em tempo: o Papa Francisco, durante uma Missa na Casa Santa Marta, no Vaticano, dirigiu seu pensamento às dificuldades de docentes e alunos com as escolas fechadas em muitos países por causa da Covid-19. Veja o vídeo:   https://www.vaticannews.va/pt/papa-francisco/missa-santa-marta/2020-04/papa-francisco-missa-santa-marta-coronavirus-professores-alunos.html


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