O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

domingo, 2 de agosto de 2020

A EDUCAÇÃO, A FAMÍLIA E A SOCIEDADE - Texto 3

Professor, Biblioteca, Livro, Médico


Texto 3/3 – Os Professores 


Roberto Gameiro

I - Ofício do Professor
O ofício de educar requer dos professores, além de sua competência técnica específica, uma prática reflexiva, entendendo que o processo ensino-aprendizagem se constrói ao longo de situações vivenciadas nos espaços-tempos escolares, que desafiem os estudantes a pensarem, a pesquisarem, a se comunicarem e a se ajudarem entre si. Nesse sentido, sugere-se que o professor oriente e acompanhe o desenvolvimento de atividades propostas aos alunos, atuando, sempre que possível, na ZDP (zona de desenvolvimento proximal) dos estudantes. De acordo com Vygotsky (Paganotti, 2011), esta diferença entre a zona de desenvolvimento potencial e  a real dos alunos, se bem trabalhada, ou seja, com a interferência positiva  de um colega ou de um adulto, pode desenvolver com eficácia o potencial deles. 

O aluno deve ser o centro do processo ensino-aprendizagem. Deve ser desafiado continuamente a pensar sobre as suas aquisições de saberes e o conhecimento que constrói. 

Para que isso aconteça, é necessário que a prática do educador contemple momentos significativos no processo ensino-aprendizagem a fim de que o estudante seja estimulado e orientado a percorrer alguns “caminhos” que o remetam à metacognição. Que exista uma relação de confiança entre as partes, orientação e acompanhamento do rendimento escolar e a busca contínua, de ambas, para superar possíveis defasagens ou dificuldades de aprendizagem apresentadas.
 
Segundo Hadji (2001) "a regulação (ação do professor) e a autorregulação (ação do aluno) do conhecimento são partes integrantes do processo, assim como a avaliação processual e o feedback contínuo. Os ajustes serão feitos desde que o professor tenha indicadores de aprendizagem que o levem a promover retomadas de conteúdos e situações que favoreçam aos alunos regular a sua própria aprendizagem.".
 
Zabala (1998) enfatiza a importância de ensinar aos estudantes além dos conteúdos conceituais, também os procedimentais e os atitudinais, elaborando situações de aprendizagem, como por exemplo as sequências didáticas e os projetos a fim de favorecer a investigação e o desenvolvimento de habilidades diversas, para atuar com competência frente a uma situação inusitada. 

Acrescente-se a necessidade de cuidados especiais com os estudantes. Os relacionamentos intramuros devem ser caracterizados pela atenção humanizada, em especial para a acolhida, para o “saber ouvir”, para o “estar junto” e para a presença significativa. Dessa forma, o aluno vai assumir o sentimento de pertença à instituição e o de parceria com o professor, vai produzir mais individualmente, em grupos e em pares, e haverá mais empatias e menos conflitos.

II - Formação continuada dos Professores

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), zelar pela aprendizagem dos alunos é responsabilidade do professor. Portanto investir em sua formação continuada e no desenvolvimento de uma práxis que entende a aprendizagem como interação entre os sujeitos favorece aos estudantes a construção dos conhecimentos e o alargamento da visão de mundo.

A propósito da formação continuada dos professores, Paulo Freire escreveu: "A segurança com que a autoridade docente se move implica uma outra, a que se funda na sua competência profissional. Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta competência. O professor que não leve a sério sua formação, que não estuda, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa, não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe.". (Freire, 1996)

Nos dias de hoje, o professor que não cuidar continuamente do seu aperfeiçoamento através da participação em cursos, palestras, seminários, congressos etc., corre o risco de ficar fora do mercado de trabalho em curto prazo. A formação continuada, entretanto, é processo cuja responsabilidade não deve ser atribuída apenas à instituição em que se trabalha, mas também, e principalmente, aos próprios professores e colaboradores.

Estamos, constantemente, em busca não apenas de novas teorias, nem apenas de novas práticas. Estamos em busca de uma práxis que signifique teoria que se aplica na prática e que, refletida, se torna nova teoria, e assim sucessivamente.

Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser tal modo concreto que quase se confunde com a prática. (Freire, 1996)

No processo pedagógico, trabalhamos no sentido de proporcionar às crianças e jovens oportunidades para que alcancem gradativamente a autonomia e, em consequência, passem a ser agentes do seu próprio desenvolvimento, como verdadeiros protagonistas da sua formação, tendo os professores como mediadores, orientadores, tutores. 

III - Novas Tecnologias – metodologias ativas – ensino híbrido

A utilização de novas tecnologias como facilitadoras das aprendizagens vem ao encontro das expectativas e necessidades desta nova geração, também chamada de geração do milênio ou geração da Internet, nascida numa época de grandes avanços tecnológicos e acostumada com a multitarefa. Agregam o tradicional ao contemporâneo, mudam a maneira de operacionalizar o processo de ensino e aprendizagem, relacionando-o aos meios de comunicação, à cultura, à socialização e à sociabilidade; contribuem para a formação de um sujeito crítico, interativo, sociável, solidário, mediador, empreendedor, enfim, um ser humano sério, comprometido, verdadeiro protagonista. 

A capacitação dos professores, pessoal de apoio e estudantes para o uso de novas tecnologias é passo importante para a utilização adequada e para se tirar o maior proveito possível dessas ferramentas de aprendizagem. Dê-se destaque especial ao treinamento dos estudantes, que, bem preparados, tornam-se relevantes auxiliares dos professores, principalmente daqueles que têm alguma dificuldade para operar novos instrumentos tecnológicos. 

Já há muito tempo, se ouve que o professor não é mais o “dono do conhecimento”, mas, entre o discurso e a prática, tem havido um abismo. Muitas escolas (e professores) continuam com o tipo de ensino tradicional herdado dos séculos anteriores, carteiras enfileiradas, e usando as possíveis tecnologias disponíveis simplesmente para substituir a lousa e o giz. 

A pandemia do corona-vírus trouxe a necessidade emergencial do uso das metodologias ativas baseadas em atividades online para substituir, embora ainda de forma não muito competente, as atividades presenciais. Esse fato fez com que a comunidade educacional (professores, coordenadores, gestores e mantenedores) se abrisse para a valorização do ensino híbrido, que já vinha sendo usado por poucas instituições no país. 

O ensino híbrido se caracteriza pela realização de atividades online, naquilo que a Internet proporciona maior eficiência e eficácia para a aprendizagem, e  atividades presenciais de aprofundamento, debates, detalhamentos, troca de experiências etc. com a presença dos professores (e monitores) junto dos alunos.

Uma das modalidades do ensino híbrido é a aula invertida; aliás, “aula invertida” não é novidade. Muitos professores, inclusive eu, já usavam essa metodologia há muito tempo. A “novidade” agora é que com a valorização do uso da Internet, com o EAD, com as novas plataformas de ensino e com as planilhas de apoio e ajuda, o estudo anterior à atividade presencial, que no passado era feito através dos livros didáticos, dos paradidáticos, das enciclopédias e outros, agora é realizado prioritariamente através de meios eletrônicos como vídeos, textos e podcasts, e o estudante pode acessá-los quando e onde lhe seja mais acessível e confortável. Parece que esse tipo de processo de ensino e aprendizagem, agora, veio para ficar, o que é bom. 

O que a tecnologia traz hoje (nas metodologias ativas)(1) é a integração de todos os espaços e tempos. O ensinar e aprender acontece numa interligação simbiótica, profunda, constante entre o que chamamos mundo físico e mundo digital. Não são dois mundos ou espaços, mas um espaço estendido, uma sala de aula ampliada, que se mescla, hibridiza constantemente. Por isso a educação formal é cada vez mais blended, misturada, híbrida, porque não acontece só no espaço físico da sala de aula, mas nos múltiplos espaços do cotidiano, que incluem os digitais. O professor precisa seguir comunicando-se face a face com os alunos, mas também digitalmente, com as tecnologias móveis, equilibrando a interação com todos e com cada um. (Moran, 2013)

Significa, então, que os professores, agora, têm, também, a necessidade de aprenderem a usar essas novas possibilidades instrucionais. É, também, mais uma responsabilidade e obrigação de atualização dos currículos e dos programas dos cursos de licenciatura e pedagogia. 

Moran (2019) ainda complementa: "O papel docente mais relevante é ajudar os estudantes a aprender de forma profunda, ampla, experiencial, reflexiva. O docente será cada vez mais um orientador, um tutor e um mentor. Um orientador dos caminhos mais interessantes para aprender, das estratégias que fazem mais sentido para cada estudante e para os diversos grupos. Ele será um tutor que ajudará nas dúvidas mais significativas (as básicas a tecnologia o fará), a problematizar, a trazer outros pontos de vista."

Entretanto, há que se propiciar condições para todos os alunos e professores, das escolas privadas e públicas, terem acesso à Internet de boa qualidade e aos equipamentos. Um desafio para as redes e escolas privadas e um “grande desafio” para os governos federal, estaduais e municipais. 

(1) O texto entre parênteses é meu.

IV - Referências

BRASIL. Presidência da República. Lei 9394 de 20 dez. 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.


HADJI, Charles. Avaliação Desmistificada, Porto Alegre: Artmed, 2001.


MORAN, José. Ampliando as práticas de mentoria na educação, 2019. Disponível em:  http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2019/08/mentoria_Moran.pdf


MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas, 2013. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acessado em 29/07/2020.


PAGANOTTI, Ivan. Vygotsky e o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal. Revista Nova Escola, 2011 Disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/1972/vygotsky-e-o-conceito-de-zona-de-desenvolvimento-proximal. Acessado em 29/07/20.


ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.


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quarta-feira, 29 de julho de 2020

MENSAGEM - A IDENTIDADE "FALA ALTO" E NOS REVELA


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domingo, 26 de julho de 2020

ADOLESCENTES E BORBOLETAS

Borboleta, Inseto, Verde, Azul, Distrito


Roberto Gameiro


Como disse Rubem Alves (1933-2014): "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.".

A mulher grávida é a síntese da beleza da natureza humana. Durante nove meses, um novo ser se constrói no ventre da mãe, e esta enfrenta esse período com um misto de alegria pelo amor que já nutre por aquele “serzinho” que está se formando, e tensão, pelo receio de que algo dê errado; e sofre por isso.

Este artigo já tem a sua versão editada e ou atualizada em PODCAST no SPOTIFY para sua comodidade ou para pessoas com deficiência. CLIQUE AQUI E OUÇA!

Esse ser nasce, cresce e se torna um adolescente. E aí, ele se torna “grávido de si mesmo”, como reflete o filósofo Mário Sérgio Cortella: “ele dará à luz ele mesmo em outro momento; alterações hormonais, dificuldades de humor, impasses no corpo e na mente e impaciência são algumas das características dessa fase”. Isso faz parte do ciclo de vida humana. Todos nós passamos por isso. 

Assim como a borboleta que vem da transformação da lagarta num processo que exige muito esforço e resiliência, os adolescentes enfrentam, ainda imaturos, momentos de transformações biológicas e psicossociais que lhes causam aflição e angústia. E sofrem por isso, assim como quem convive com eles. 

E por ser “fase”, esses momentos devem ser vistos como transitórios, como passagem de um estágio de maturidade para outro, mais aperfeiçoado. 

Para isso, precisam da ajuda dos adultos. Não adultos que se fazem de adolescentes para conquistar a simpatia dos meninos e meninas, mas adultos autênticos, conscientes de que são espelhos nos quais os jovens se miram na busca de segurança e de orientação positiva e assertiva. 

Mas não nos enganemos que, em função da “fase”, tudo seja permitido. O diálogo e a presença constantes dos adultos junto dos adolescentes propiciam as condições para a busca do equilíbrio que não aceita o desrespeito, a agressão física ou verbal, o uso de drogas ou bebidas alcoólicas etc. Isso se faz especialmente na família, na escola e na Igreja. 

E evita suicídios!

Como disse Rubem Alves (1933-2014): "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.".

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 26/06/18.


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quarta-feira, 22 de julho de 2020

MENSAGEM - O DESAFIO DAS MENTIRAS NAS REDES SOCIAIS


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domingo, 19 de julho de 2020

SOBRE O BULLYING


Roberto Gameiro
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) divulgou, em abril de 2017, os resultados de um estudo feito em 2015, com estudantes de 15 anos, que aponta que 17,5% deles já sofreram bullying. Desse total, 7,8% disseram que são excluídos pelos colegas, 9,3%, alvos de piadas, 4,1%, ameaçados, 3,2%, empurrados e agredidos fisicamente, 5,3% têm suas coisas destruídas por colegas, e 7,9%, disseram ser alvo de rumores maldosos.

Não pense, entretanto, que o menino ou menina que está praticando bullying contra seu filho ou filha é um marginal ou candidato a marginal no futuro.
Na maioria das vezes, eles carecem de orientação e acompanhamento. Eles ainda não estão formados, assim como os seus. Enquanto são crianças e adolescentes, ainda não têm todos os setores do cérebro desenvolvidos a contento para discernir totalmente entre o certo e o errado e a controlar as emoções.
Não pense, também, que a culpa é dos pais deles. Não necessariamente. Os pais deles provavelmente querem o melhor para eles, e o melhor que pais desejam para seus filhos não passa pelo desrespeito aos outros, ou pela delinquência. Talvez, eles também estejam surpresos com as atitudes do filho ou filha.
Claro que há exceções, as quais devem ser identificadas e acompanhadas por profissionais habilitados nos campos da orientação educacional, da psicologia, da medicina e, também, no campo da assistência social.
Geralmente, as ações de bullying acontecem na escola, ambiente propício e adequado para a gestação e desenvolvimento das “novidades” biológicas e psicossociais características dessas faixas etárias. Nesse ambiente, eles estão se descobrindo e descobrindo os outros com quem convivem; os conflitos são inevitáveis e fazem parte do crescimento social e psicológico deles, na busca da formação de suas personalidades.
Por isso, a importância de se viver plenamente a compreensão, que desculpa as falhas dos outros, reconhecendo que o erro é inerente à condição humana. Mas, ao mesmo tempo, há que se proteger, com firmeza e doçura, a nossa prole, não abdicando da busca de diálogo com todos os personagens que fazem parte do dia a dia dos filhos.
Entretanto, nem toda desavença existente entre crianças e ou adolescentes é bullying.
Bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos, ligados à agressividade verbal, física ou psicológica, contra uma pessoa indefesa, que podem causar danos físicos  e ou  psicológicos às vítimas, sendo exercidos de maneira continuada por parte de um indivíduo ou de um grupo.   
Assim, tanto a família quanto a escola devem permanecer sempre atentas às possíveis mudanças de comportamento dos seus alunos/filhos. Os pais e os professores podem perceber essas mudanças. Geralmente, o menino ou menina que está sofrendo bullying apresenta depressão, ansiedade, baixa autoestima, isolamento, exclusão, perdas materiais, queda no rendimento escolar, entre outras.
Numa época em que a violência reinante na sociedade como um todo adentra as escolas públicas e privadas, deteriorando relacionamentos que envolvem alunos, professores, pais, coordenadores e diretores, haja vista as manchetes que vemos sempre na mídia, há que se buscar um denominador comum que reconstrua a paz nesses vínculos.
Façamos, cada um de nós, a nossa parte e fiquemos “de olho” nos nossos “tesouros”.

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 12/09/17.

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quarta-feira, 15 de julho de 2020

MENSAGEM - AS DECISÕES, O ALCANCE DAS METAS E A RESILIÊNCIA

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domingo, 12 de julho de 2020

A ESCOLA, A FAMÍLIA E A SOCIEDADE - Texto 2

Wikipédia, Livros, Livre, Temas, Mão

Texto 2/3 - A escola, a família e a sociedade – alguns subsídios  


Roberto Gameiro

A família e a escola estabelecem uma relação mútua, sendo ambas personagens constantes no cenário educacional de seus filhos/alunos, e responsáveis por caracterizar os tempos, espaços e ações que constituem esse cenário.

Com efeito, a cumplicidade positiva entre escola e família é pano de fundo necessário para que o processo de formação se dê com qualidade e para que se cumpram os objetivos educacionais esperados. 

Por isso, a família deve ser sempre bem-vinda na escola. Não apenas quando é chamada, mas também quando comparece espontaneamente. Neste sentido, sugere-se a formação de grupos de estudos e de troca de experiências, palestras sobre temas ligados à formação das crianças e jovens, atividades culturais, artísticas e esportivas, participação dos pais nas atividades de orientação vocacional e profissional, na análise de ambiente para formulação do Plano Estratégico, entre outras inúmeras possibilidades. 

Por outro lado, a escola não é uma ilha autossustentável que independe de interações com a sociedade em que se insere. Ao contrário, a escola deve se considerar parte (importante) de uma rede de relações que passa por todos os campos da atividade humana, e que, em conjunto com eles, constitui o aparato social, histórico e político que, na sua heterogeneidade, é lastro para a  fundamentação   e   implementação   do   seu  Projeto Político-Pedagógico (Projeto político-pastoral-pedagógico nas escolas confessionais).

Assim, num mundo globalizado, a escola precisa relacionar-se com seu entorno, indo ao seu encontro e trazendo-o para dentro dos seus muros. E, é claro, deve ir muito além do seu entorno, pois, sendo um centro educacional, a relação deve se dar com o mundo todo, aproveitando-se das tecnologias e das novas possibilidades de comunicação e movimentação.

Ratzinger (2009) registra que o movimento ecologista, diante das destruições do mundo e dos perigos que nos espreitam, entende que a natureza nos traz uma mensagem, e temos de prestar atenção a essa mensagem da natureza, acrescentando que a natureza também clama por justiça e se expressa, por vezes, de modo não verbal, de maneira a impor limites às nossas ambições. Acrescenta que as novas gerações já têm entendido tal recado, tendo acolhido a ideia do planeta como casa-comum, como comunidade ampliada onde tudo de bom ou ruim é compartilhado globalmente, e que, nesse sentido, fomentar uma cultura solidária de caráter ambiental vem se tornando um imperativo vital para o mundo globalizado.

A escola, lugar da prática educativa sistematizada, tem o poder de influência na realidade social, mesmo sendo por ela influenciada e, a conta-gotas, pode ir permeando conhecimentos e códigos culturais e sociais. Torna-se um dos mecanismos na grande engrenagem do mundo humano e um mecanismo com força de transformação. Mesmo sofrendo os percalços das mudanças da temporalidade, mesmo desvalorizada e sob a pressão dos interesses políticos e econômicos, é inegável que a educação possui sólidas estruturas, reconhecimento e legitimidade que muito contribuem no estabelecimento de transformações sociais. 

As desigualdades econômicas, bem como o descompromisso social, formam uma teia que impede a promoção humana, passando pelos fios de uma ideologia dominante. No caso brasileiro, percebemos um crescimento acelerado da desigualdade social, um reforço na separação das classes sociais, a crise do desemprego.

Tescarolo (2004) escreve que tanto quanto um sistema vivo, a escola precisa mudar para se preservar, e, todas as vezes que um novo elemento passa a fazer parte dela, propriedades inéditas emergirão; e, comparando a escola com o corpo humano, escreve que, neste, as moléculas vão sendo substituídas ao longo dos anos, de tal modo que ao final de dois anos quase todas terão sido substituídas, embora o sistema continue o mesmo, ou seja, a permanente transformação estrutural garante a preservação da organização do corpo humano.

A escola, assim como a família, precisa ter princípios e valores claros, dos quais deve procurar não se distanciar. Sabemos, entretanto que a sociedade muda constantemente; por isso, há que se permanecer sempre em busca das inovações, mantendo a identidade própria, incluindo os princípios e atualizando os valores sempre que necessário; e, nas confessionais, deve-se priorizar o Carisma, que é o motivo básico das suas existências.

O Professor Amaro França (2018) escreveu: "... a escola é um organismo vivo, assim como as pessoas, principalmente porque a força manifestada no serviço que a escola presta, vem das pessoas (profissionais) que a integram, e essas devem estar imbuídas da identidade constitutiva da própria escola. (...) os profissionais devem ser o reflexo dessa identidade organizacional.".
 
REFERÊNCIAS

FRANÇA, Amaro (org.); MELO, Elimar e outros. Diálogos educacionais. Belo Horizonte: Ramalhete, 2018. 

RATZINGER, Joseph; D’ARCAIS, Paolo Flores. Deus existe? São Paulo: Planeta, 2009.

TESCAROLO, Ricardo. A escola como sistema complexo: a ação, o poder e o sagrado. São Paulo: Escrituras Editoras, 20
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quarta-feira, 8 de julho de 2020

MENSAGEM - APROVEITANDO OPORTUNIDADES NA VIDA

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domingo, 5 de julho de 2020

A REMUNERAÇÃO DAS MULHERES



Negócios, Colaboração, Cooperação

Roberto Gameiro

Certa vez, o pai de uma estudante da escola em que eu trabalhava me procurou. Nitidamente chateado, ele me pediu para conversar com a filha dele, de 18 anos, do Ensino Médio, que estava faltando muito às aulas e ao emprego que tinha em um banco. Alguns dias depois, quando finalmente ela apareceu na escola, chamei-a para dialogar. Comecei, como diz o “protocolo” para esse tipo de conversa, com uma pergunta: qual o motivo de você estar faltando tanto às aulas e ao emprego?

A aluna, por sinal muito bem educada, após algumas ponderações, me disse que estava desencantada com os estudos porque estava vendo conhecidas dela, com formação superior, desempregadas ou trabalhando em funções que exigiam apenas o Ensino Fundamental, ou, ainda, como autônomas e empreendedoras. E, em relação ao emprego no banco, ela me perguntou: o senhor já viu alguma bancária ficar rica? 

Continuamos a conversa por um bom tempo, procurei mostrar a ela as possíveis contradições do posicionamento dela em relação a estudo e emprego, mas, confesso, não sei se a convenci. 

Lembrei-me desse fato após analisar os resultados do módulo de “Rendimentos de Todas as Fontes” da “PNAD Contínua”, divulgada pelo IBGE em 06/05/20, referente ao ano de 2019 (1)

Claro que temos de considerar agora o enorme contingente de desempregados que já tínhamos no país, aumentado consideravelmente com a Pandemia da COVID-19, especialmente após o mês de março/20, o que vai influenciar substancialmente os resultados já a partir do primeiro trimestre e o mercado de trabalho como um todo. 

Chamou-me a atenção, na notícia do IBGE sobre 2019, a informação de que os trabalhadores com ensino superior ganharam, em média, R$5.108,00, renda três vezes maior que a daqueles que tinham somente o Ensino Médio completo e cerca de seis vezes mais que o rendimento dos trabalhadores sem instrução. 

As pessoas que não possuíam instrução em 2019 ganhavam, em média, R$911,00, menos que o salário mínimo que era de R$998,00 na época. O rendimento das pessoas com ensino fundamental completo chegou a R$1.472,00.

“A pesquisa confirma que quanto maior o nível de instrução, maior o rendimento”, conforme a analista da pesquisa, Alessandra Scalioni Brito, que ainda informa que “os resultados constatam que o trabalhador brasileiro está mais escolarizado.”. 

Mas, por oportuna, aí vem a pergunta: e as mulheres? Como estão os patamares de remuneração delas?

“Os homens tiveram rendimento médio mensal 28,7% maior do que o das mulheres em 2019, considerando os ganhos de todos os trabalhos. Enquanto eles receberam R$2.555,00, acima da média nacional (R$2.308,00), elas ganharam R$1.985,00”, segundo a mesma fonte. 

Mais da metade da população em idade de trabalhar era de mulheres (52,4%). Entretanto, os homens eram 56,8% dos que trabalhavam, porque uma parte das mulheres não tem acesso a creches para deixar os filhos.

É difícil de se compreender o porquê dessa diferença na remuneração entre homens e mulheres, até porque, atualmente, percebe-se claramente a competência crescente delas no mercado de trabalho, superando, muitas vezes, os homens, e exercendo, cada vez mais, cargos executivos nas empresas, inclusive nas multinacionais que por aqui ancoraram. 

E não estranhemos se daqui a algum tempo essa relação mude. Elas vêm com tudo. Um exemplo? No último Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM 2019), entre os 53 participantes que conseguiram nota mil na redação, 32 eram mulheres, ou seja, 60,4%. De qualquer forma, há que se valorizar a meritocracia. 
  
O estudo, em todos os níveis e segmentos, não objetiva apenas a obtenção de um diploma ou certificado a ser apresentado aqui ou ali. E sempre é bom lembrar que o estudo deve capacitar o indivíduo para poder enfrentar os obstáculos e desafios que a vida fatalmente lhe trará, com a aquisição de competências e habilidades que o diferenciarão para melhor não só no mercado de trabalho mas também na vida pessoal e nas suas iniciativas como empreendedor ou autônomo; sejam homens, sejam mulheres. 

Augusto Cury escreveu: “Um ladrão rouba um tesouro, mas não furta a inteligência. Uma crise destrói uma herança, mas não uma profissão. Não importa se você não tem dinheiro; você é uma pessoa rica, pois possui o maior de todos os capitais: a sua inteligência. Invista nela. Estude!”.


Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 02/07/20. 


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quarta-feira, 1 de julho de 2020

MENSAGEM - ORATÓRIA VERSUS "ESCUTATÓRIA"

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domingo, 28 de junho de 2020

A EDUCAÇÃO, A FAMÍLIA E A SOCIEDADE - Texto 1

Livros, Página De Livro, Capa Do Livro

 Texto1/3 – Educação: conceitos básicos


Roberto Gameiro

Na visão do filósofo francês Edgar Morin (2000), a educação deve "curar a cegueira do conhecimento", "garantir o conhecimento pertinente", "ensinar a condição humana", a "identidade terrena" e a "compreensão", assim como preparar as pessoas para lidarem com as "incertezas" e promoverem uma "nova ética do gênero humano".

Neste primeiro texto, vou abordar alguns conceitos básicos importantes para a compreensão do contexto da educação, quais sejam: educação, ensino, inteligência emocional, aprendizagem, competência, conhecimento, informação e saber, e interdisciplinaridade. Espero que esta pequena revisão lhe seja útil.  

I - EDUCAÇÃO

É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. No dicionário “Aurélio”, encontra-se que “educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. Paulo Freire (2008) acrescenta que toda prática educativa seria, na verdade, um ato político; portanto, a educação seria uma prática eminentemente política.

II - ENSINO 

Corresponde, principalmente, às dimensões cognitiva e emocional, ao processo que favorecerá a aprendizagem de informações e conhecimentos. Praticado pelas escolas, com respaldo de conteúdo, forma, certificação, profissionais de educação, o ensino terá como consequência o desenvolvimento de proficiência intelectual. 

III - INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

De acordo com Daniel Goleman (1995), Inteligência Emocional é a capacidade que um indivíduo tem de identificar os seus próprios sentimentos e os dos outros, de se motivar e de gerir bem as emoções internas e nos relacionamentos. Segundo o autor, a inteligência emocional exige um conjunto de cinco habilidades: autoconsciência: capacidade de reconhecer as próprias emoções; autorregulação: capacidade de lidar com as próprias emoções; automotivação: capacidade de se motivar e de se manter motivado; empatia: capacidade de enxergar as situações pela perspectiva dos outros; habilidades sociais: conjunto de capacidades envolvidas na interação social.

IV - APRENDIZAGEM 

É assumida como atividade própria do sujeito, que se estabelece por meio de uma relação dialógica e dialética com os objetos de conhecimento, concreta e historicamente construídos pela humanidade, e com os outros atores sociais. O aprendiz aciona esquemas internos para apreender o mundo externo e construir representações cada vez mais complexas em relação aos objetos do conhecimento, em um processo pessoal e singular, ainda que mediatizado pelas interações socioculturais.

V - COMPETÊNCIA
 

É a capacidade do sujeito mobilizar recursos visando abordar e resolver uma situação complexa. O sujeito precisa mobilizar, pelo menos, cinco recursos na abordagem de uma situação complexa. São eles: conteúdos específicos, habilidades, linguagens, valores culturais e emoções; dependendo da situação, um recurso é mais exigido que outro, ou, muitas vezes, a falta de um deles pode bloquear todos os outros.


VI - CONHECIMENTO, INFORMAÇÃO E SABER


“O conhecimento é o resultado de uma experiência pessoal ligada à atividade de um sujeito provido de qualidades afetivo-cognitivas; como tal, é intransmissível, está sob a primazia da subjetividade; mas, é uma informação de que o sujeito se apropria. Desse ponto de vista, é também conhecimento, porém desvinculado do invólucro dogmático no qual a subjetividade tende a instalá-lo. O saber é produzido pelo sujeito confrontado a outros sujeitos, é construído em quadros metodológicos. Pode, portanto, entrar na ordem do objeto; e torna-se, então, um produto comunicável, uma informação disponível para outrem.” (Montiel,1985)

A mesma informação transmitida para dois sujeitos propiciará a construção de conhecimentos com características diferentes em cada um deles, na medida em que a construção de um novo conhecimento depende da interação que a nova informação terá com os conhecimentos prévios já existentes na memória de cada um deles. Por isso, o conhecimento é uma pertença do sujeito, ímpar nas suas particularidades. Quando, através da linguagem, você se propõe a “transmitir” um conhecimento, nesse momento ele volta à condição de informação e toma a forma de “saber”.


VII - INTERDISCIPLINARIDADE


A abordagem interdisciplinar reúne diferentes componentes curriculares num contexto mais coletivo no tratamento dos fenômenos a serem estudados ou, ainda, das situações-problema em destaque. É uma abordagem que exige compromisso do professor com a intercomunicação, ampliação e ressignificação de conteúdos, conceitos e terminologias. O trabalho integrado interdisciplinar alarga as possibilidades de compreensão, construção e recontextualização dos conhecimentos, dos saberes e dos fazeres e flexibiliza o fazer pedagógico, explicitando as formas de relação, de reciprocidade e de aproximação em diferentes áreas.


VIII - REFERÊNCIAS


FREIRE, Paulo. Pedagogia do compromisso: América Latina e educação popular. Indaiatuba, SP: Villa das Letras, 2008.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, c 1995. 

MONTEIL, Jean-Marc. Dynamique sociale et systèmes de formation. Paris: Éditions Universitaires, 1985.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortês; Brasília, DF: UNESCO, 2000


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quarta-feira, 24 de junho de 2020

MENSAGEM: DIZEMOS MUITOS "NÃOS" PARA OS FILHOS?

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domingo, 21 de junho de 2020

TOMADA DE DECISÃO




Roberto Gameiro

Jean Paul Sartre escreveu: "A escolha é possível, em certo sentido, porém o que não é possível é não escolher. Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei escolhendo. Contudo, viver é isso: Ficar se equilibrando o tempo todo, entre escolhas e consequências."


Vivemos tomando decisões. Seja nos aspectos pessoais, seja nos sociais e, especialmente, nos profissionais.

Quando usamos um medicamento, preocupamo-nos com os possíveis efeitos colaterais que esse uso poderá nos trazer. Essa também é a preocupação do médico que nos receitou o remédio, em função da doença que nos acomete. O diálogo entre o médico e o paciente a respeito desses possíveis efeitos é fundamental para a tomada de decisão quanto ao uso ou não daquela droga. Também a forma de administração (oral, retal ou intravenosa) é levada em conta nessas tomadas de decisão na conformidade dos possíveis efeitos colaterais. Geralmente, quando a doença é grave, os efeitos colaterais tornam-se mais “suportáveis” pelo paciente.

Analogamente, nas organizações, sejam elas educacionais, comerciais, industriais, bancárias ou de serviços, como gestores, estamos constantemente tomando decisões, algumas simples, outras complexas e outras muito complexas porque podem interferir até na própria viabilidade a curto, médio ou longo prazos do empreendimento. 

No complexo mercado da concorrência que vivemos hoje, as circunstâncias levam organizações a tomar decisões, muitas vezes amargas, para a sua “sobrevivência”, ou “manutenção”, ou até “crescimento” e “desenvolvimento”. Decisões mal tomadas podem trazer efeitos colaterais nocivos, especialmente se a empresa estiver na situação de “sobrevivência”.

Como exemplo de efeitos colaterais nocivos, vejam os casos de empresas que nos momentos de crise demitem colaboradores altamente qualificados que, quando o mercado voltar a crescer, farão muita falta e, pior, sua substituição será muito onerosa, incluindo o necessário investimento para desenvolvimento dos novos colaboradores. A melhor decisão poderia ter sido adequar as metas para a situação de “manutenção”, ou “sobrevivência”, não demitir, e ganhar a longo prazo. A Análise de Ambiente, também chamada de SWOT, é caminho certeiro para aprimorar esse processo, análise essa que deve ser feita de forma compartilhada envolvendo todos os escalões da instituição.

O exemplo acima é relevante também no campo da educação, no que se refere aos professores, coordenadores, orientadores e auxiliares. Cada escola possui a sua identidade, representada pela sua missão, pela visão de futuro, pelos princípios e valores, e, no caso das confessionais, pelo Carisma, que são exaustivamente trabalhados com seus colaboradores para atingir suas metas e objetivos educacionais; e   procura formá-los ao longo do tempo oferecendo a participação em encontros, cursos, workshops, seminários, congressos etc. Isso forma uma equipe. Numa equipe todos os integrantes são membros preciosos que precisam ser mantidos, preservados, valorizados e cativados. Perder qualquer deles num momento de crise causa um retrocesso difícil e demorado para ser compensado na contratação posterior de um substituto.
  
É de Alvin Toffler (1928-2016) a frase: “O futuro é construído pelas nossas decisões diárias, inconstantes e mutáveis, e cada evento influencia todos os outros.”.

Afinal, todos queremos que nossas decisões tragam muitos efeitos positivos em qualquer segmento em que estejamos.

Artigo publicado originalmente em 01/12/17 e atualizado em 20/06/20. 


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quarta-feira, 17 de junho de 2020

MENSAGEM: PROFESSORES - VERDADEIROS GESTORES DAS APRENDIZAGENS


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sábado, 13 de junho de 2020

CONSTRUINDO UM SENTIDO PARA A VIDA


Roberto Gameiro
Educar as crianças e os jovens é uma nobre missão e um grande desafio que pais e educadores enfrentam no seu dia a dia nesta sociedade globalizada em que os relacionamentos se tornam cada vez mais complexos, as individualidades prosperam e costumes antes muito valorizados deixam de sê-lo, contribuindo para uma certa anestesia social, um descompromisso com o outro, um descompasso relacional.
Por isso, é sempre bom valorizarmos, priorizarmos e enfatizarmos aquelas posturas que dão norte saudável aos relacionamentos e contribuem positivamente para que a vida seja mais leve, mais agradável e com mais qualidade.
Jung Mo Sung escreveu que é preciso assumir um sentido para a sua vida para que as coisas e pessoas possam ser “organizadas” dentro de sua visão do mundo. Sem um sentido último da vida, nós não conseguimos estabelecer uma certa direção para a nossa vida. E acrescenta que é por isso que pessoas que não encontraram o sentido para a sua vida se sentem perdidas e têm muita dificuldade em articular os fatos e experiências da sua vida. (Educar para reencantar a vida – 2007)
A alegria é a força que contagia as pessoas e melhora os ambientes,  tornando-os lugares de aconchego, ternura, carinho, e valorizando as maravilhas da criação e da cultura humana, exaltando os acontecimentos que aquecem o coração e conduzem à paz.
Paulo Freire acrescenta que “a minha abertura ao querer bem significa a minha disponibilidade à alegria de viver. Justa alegria de viver, que, assumida plenamente, não permite que me transforme num ser “adocicado”, nem tampouco num ser arestoso e amargo.”. (Pedagogia da autonomia – 2000)
A amorosidade é, também, tema recorrente em Paulo Freire, que relacionando amor e diálogo,  escreveu:
Sendo fundamento do diálogo, o amor é, também, diálogo. (…) Ao fundar-se no amor, na humildade, na fé nos homens, o diálogo se faz uma relação horizontal, em que a confiança de um polo no outro é consequência óbvia. Seria uma contradição se, amoroso, humilde e cheio de fé, o diálogo não provocasse este clima de confiança entre seus sujeitos. (Pedagogia do Oprimido – 1987)
Mas, por que relacionar “alegria“, “amorosidade” e “diálogo” com “sentido de vida”?
Sentido de vida não se “busca”. Sentido de vida se constrói. Para se construir um projeto de vida deve-se sonhar, planejar e viver em um movimento dinâmico de construção e reconstrução de si mesmo.
Nada disso se faz sem a necessária alegria que deve estar sempre presente nos encontros, nos reencontros, na partilha, na convivência fraterna, no respeito mútuo, ou seja, nos diálogos. O afeto, a alegria, o "sorriso nos lábios", o brilho no olhar são fatores catalisadores de relações sadias, autênticas, amorosas, construtivas e sementes de reciprocidades promissoras.
Na Wikipédia, encontramos a palavra japonesa “Ikigai” que significa um estilo de vida que preconiza, entre outros propósitos, que “A busca pelo sentido na vida está (na sociedade moderna) profundamente ligada ao entendimento de quem somos (nossas crenças, relacionamentos, cultura, formação etc), mas também em boa parte sobre O Que Fazemos (profissão, vocação, trabalho, lazer, etc). Assim, em muitos casos nossa percepção sobre nossa Razão de Ser dificilmente estará completa sem encontrarmos consonância entre o que somos e o que fazemos.”. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ikigai)
Precisamos de líderes que realmente vivam a Boa Nova e sejam verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, para juntos promovermos as mudanças que a sociedade requer. Isso se faz melhor com alegria, amorosidade, diálogo e, principalmente, com sentido de vida bem construído na nossa individualidade; desta forma, poderemos colaborar para um sentido mais significativo de vida para todos.
A educação, na escola e na família, entre outras finalidades, deve ajudar o educando a criar, a inventar, a construir um sentido para a sua vida e a torná-lo uma pessoa do bem e comprometida com a construção de uma sociedade melhor.
Assim, talvez tenhamos menos jovens construindo sentido para suas vidas na adesão a propostas inconfessáveis e ou socialmente destrutivas.
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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 28/01/16, no “Jornal do Tocantins” em 30/01/16, no “Diário Indústria e Comércio” – digital – em 03/02/16, na revista “Brasília.com” em 01/03/16 e na revista "Nova família" em 11/03/20.

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