O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

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sábado, 25 de setembro de 2021

OS VERDADEIROS HERÓIS DE HOJE

 


Roberto Gameiro


Vivemos uma época em que os valores são constantemente invertidos e subvertidos. É tão comum esperar-se das pessoas ações e reações com contravalores, que o pior virou rotina, a ponto de quando alguém age de forma honesta, verdadeira e autêntica, receber elogios e, nalguns casos, ser até visto e exaltado como um herói.

 

É o caso, por exemplo, da pessoa que procura devolver para o dono uma carteira com documentos e dinheiro achada na rua; esse fato, que deveria ser visto como uma obrigação natural e esperada de um cidadão, vai até parar nos jornais e nos sites como algo excepcional; vira notícia.


Um bombeiro que arrisca sua vida, num incêndio, para tirar uma criança do meio das chamas, é aclamado como   herói; nada mais justo e merecido. Entretanto, como aceitar que, na mesma noite, os participantes de um reality show sejam chamados de “heróis”? E como não aceitar, se o próprio dicionário “Aurélio” apresenta “herói” como “pessoa que por qualquer motivo é centro de atenções”? O bombeiro e os participantes do “reality show” cabem nessa definição.

 

Durma-se com esse “barulho”.


Para abrandar nossas inquietações a respeito, talvez seja conveniente considerarmos de pronto que alguém que é herói para mim pode não ser para você. E vice-versa. 


Claro que vamos excluir dessa nossa análise os heróis da ficção. Não nos interessam aqui o “Homem de Ferro”, o “Homem Aranha”, o “Batman”, o “Super Homem”, o “Capitão América”, a “Mulher Maravilha”...


Interessam-nos, isso sim, os heróis de “carne e osso”, pessoas reais que por seus feitos podem e devem ser assim denominados.


Afinal, o que é um herói?


No “Aurélio” encontramos, também, que herói é um “homem extraordinário por seus feitos guerreiros, seu valor ou sua magnanimidade”. Ainda bem. 


Essa segunda definição do “Aurélio” me leva a refletir que a caracterização de um feito como heroico depende de “onde”, de “como” e de “quando” ele ocorreu.

 

Assim, Martin Luther King Jr. foi um herói devido às suas ações no período histórico por que passavam os EUA (aliás, diga-se de passagem, Luther King seria um herói mesmo se estivesse vivendo hoje).


Mudam as épocas, mudam-se os valores, mudam as ideologias dominantes, e alguns personagens antes considerados heróis são hoje destronados dessa condição. Veja-se o movimento que acontece em várias partes do mundo com bustos e estátuas sendo derrubados e desonrados. Claro que nada justifica essa violência.


O “onde”, o “como” e o “quando” da minha reflexão nos coloca no centro da pandemia do Coronavírus e a forma como o ser humano está enfrentando esse difícil momento. 


Banksy (pseudônimo de um artista pintor de graffiti, pintor de telas e diretor de cinema britânico) tem uma obra de 2020 no Hospital da Universidade de Southampton, no sul da Inglaterra, que apresenta um menino que tem nas mãos o boneco de uma heroína, uma enfermeira, enquanto os bonecos do Batman e do Homem Aranha repousam esquecidos num cesto. (1)


Trata-se de uma justa e merecida homenagem porque esses são os nossos heróis de hoje. Médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares, verdadeiros guerreiros que por seus valores e sua magnanimidade, a despeito do perigo que corriam e correm, não deixaram de acolher e cuidar dos doentes, especialmente nos momentos mais desesperadores da pandemia mundo afora.

  

A vida é o dom mais precioso com que Deus nos dotou. Devemos cuidar dela com muito desvelo, agradecendo ao Criador, fazendo o bem e colocando-nos sempre a serviço do próximo.

 

Como disse Madre Teresa de Calcutá: “Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz!”.


Vida longa aos profissionais da saúde! Nossos verdadeiros heróis!


(1) Conheça a obra de Banksy: clique aqui  


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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional  e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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sábado, 12 de junho de 2021

EDUCAÇÃO E CORRUPÇÃO

 


Roberto Gameiro

Aristóteles, no livro I da sua obra “Retórica”, no capítulo 12, escreveu que as pessoas cometem injustiça quando pensam que a ação se pode cometer e ser cometida por elas ou porque entendem que seu ato não será descoberto, ou, se o for, que ficará impune, e, se for punido, a punição será menor do que o lucro que esperam para si mesmos ou para aqueles de quem cuidam.



Esse texto  foi  escrito  mais de trezentos anos antes de Cristo, e caracteriza muito do que temos visto no Brasil  de hoje nos mundos político, social, jurídico e empresarial.

Embora não possamos e nem devamos generalizar, assustam-nos as notícias que recebemos relatando os malfeitos, os processos, os indiciamentos, as delações, as prisões, de pessoas que deveriam ser exemplos de boa conduta e compostura.

Parece até que o texto bíblico Miquéias foi escrito hoje ((Mq 7, 3-4): Essa gente tem mãos habilidosas para praticar o mal: o príncipe exige, o juiz se deixa comprar, o grande mostra sua ambição. E assim distorcem tudo. O melhor deles é como espinheiro…O dia anunciado pela sentinela, o dia do castigo chegou: agora é a ruína deles.
Aqui está o busílis: como educar as crianças e os jovens para a justiça, num ambiente de notícias de injustiças, de corrupção e de mentiras?

A boa formação dos nossos filhos se dá fundamentalmente nos ambientes em que vivem, entre eles a família, a escola e a igreja. Nestas searas, o bom exemplo e o testemunho são muito relevantes. Essa formação também é influenciada pelas vivências com os amigos e, especialmente, pelas redes sociais.

A imprensa escrita, falada e televisiva, no exercício de suas funções, divulga, diariamente, os fatos que acontecem nas diversas esferas da sociedade, os bons e os maus, o que, obviamente, é absorvido pelos jovens; nem todos terão o bom senso de separar o “joio do trigo”, deixando-se influenciar mais pelo mal do que pelo bem.

Não podemos deixar nossos filhos à mercê dessa triste realidade nacional de corrupção, à qual se soma a violência urbana. Isso aumenta a responsabilidade dos adultos no sentido de ajudá-los através do diálogo, do bom exemplo e da proximidade constantes.
Entretanto, se você mente, furta pequenos objetos, fura filas, usa as filas preferenciais ou exclusivas sem ter direito, ultrapassa com seu carro em faixa contínua, para em fila dupla, transita pelo acostamento ou faixa de ônibus, passa em farol vermelho, não para em faixa de pedestres, excede os limites de velocidade, estaciona em locais proibidos para você como vagas especiais, dirige após beber, falsifica documentos ou assinaturas, compra CDs e DVDs piratas, pratica suborno ativo ou passivo, não paga impostos devidos, bate o ponto ou assina lista de chamada de colega, utiliza o WiFi do vizinho ou faz “gato”, não declara compras na alfândega, compra votos, cola ou passa cola nas provas, joga lixo pela janela ou nas ruas, não agradece favores, não cumprimenta as pessoas nem no elevador, não ajuda quem necessita, não cede seu lugar para um idoso ou uma gestante, não devolve o troco vindo a mais, não respeita seus pais, enfim, não evita nem assume seus erros e quer levar vantagem em tudo, você está dando péssimos exemplos de corrupção para as crianças e adolescentes. Tenha certeza de que você será cobrado por isso por eles mesmos quando forem adultos.
Seja, como adulto, digno, autêntico, honesto, verdadeiro. Isso não constitui diferencial a ser agradecido. Isso é obrigação de todo cidadão.

Precisamos preparar os jovens para terem participação ativa e honesta nos destinos do país, não se acomodando, mas intervindo positivamente nas realidades local, regional e nacional, para contribuir com a melhoria da qualidade de vida de todos.

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Artigo editado e publicado no jornal “O Popular” de Goiânia em 18/06/17.


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sábado, 29 de maio de 2021

MENSAGEM - BULLYING - ORIENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO

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sábado, 8 de maio de 2021

O NEGOCIÁVEL E O INEGOCIÁVEL


Roberto Gameiro


Certa vez, há muitos anos, estava eu numa loja de compra e venda de carros usados (hoje chamados eufemisticamente de “seminovos”), tentando vender o meu carro (já bem usado) para o proprietário, num longo “jogo” de idas e vindas. Ele oferecia um valor, eu pedia um pouco mais, e assim ia, oferta após oferta. Até que o comprador, espirituoso e brincalhão, fez a sua última proposta: eu lhe pago “x”, mais um maço de cigarros e uma caixa de fósforos! Rimos juntos e o negócio saiu.

Este artigo já tem a sua versão editada e ou atualizada em

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Na vida, estamos sempre fazendo negociações. Elas acontecem entre pais e filhos, entre amigos, entre colegas de escola, entre familiares, e entre pessoas que mal se conhecem, mas que as circunstâncias as levaram a estar em uma negociação. E acontecem com muita frequência no campo profissional, ou por força do cargo que exercemos, ou com colegas de trabalho. 


O dia a dia é pleno de “negociações”.

 

Entretanto, há determinados fatores que são inegociáveis. 


Nas empresas, os princípios que regem e suportam as suas imagens não são negociáveis, em nenhuma circunstância, sob pena de a organização perder a sua própria identidade e caminhar fragorosamente para a perda de conceito no mercado e de possíveis vantagens competitivas conquistadas ao longo do tempo. Às vezes, vale mais a pena perder um negócio, uma licitação, do que colocar em risco o nome e o conceito da instituição. 


As pessoas, homens e mulheres, que também têm princípios que regulam suas posturas e ações diante das circunstâncias, no seguimento do seu sentido de vida precisam tê-los muito claros e presentes sempre para não perder a sua identidade e, o que é pior, a sua dignidade. São esses critérios que projetam a forma como somos conhecidos e citados e, portanto, são também inegociáveis. 


E eles (os princípios) aparecem com força no processo de educação dos filhos, crianças e adolescentes. Quanto mais presentes estiverem no concerto das posturas do pai e da mãe, serão espelho nítido sob o qual as crianças vão crescer, se educar e formar. 


E os filhos, acreditem, sem terem estudado lhufas de teoria administrativa, sabem muito bem quais serão as reações do pai e da mãe diante de um pedido deles. Sabem quem vai dizer sim e quem vai dizer não; isso, mesmo no caso de não haver princípios explicitados pelo casal (o que é muito comum).  Os filhos sabem com quem negociar, pai ou mãe, de acordo com o tema da “negociação”.


A maioria das invenções e descobertas humanas se deu sob as premissas de “erro e erro”, “erro e acerto”. Isso se faz através de experiências. Às crianças, devemos propiciar oportunidades para vivenciar situações que lhes proporcionem a possibilidade de aprender fazendo. 


Daniel Becker, pesquisador do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, disse, em entrevista recente, que “Uma criança que brinca no parque com amigos vai aprender a negociar, interagir, ter empatia, ouvir o outro, se fazer ouvir, avaliar riscos, resolver problemas, desenvolver coragem, autorregulação, autoestímulo, criatividade, imaginação… Uma série de habilidades que nenhuma aula vai oferecer para ela.”.


Precisamos fazer com que nossas crianças e nossos adolescentes consigam discernir sobre o que é certo e o que é errado, o que é negociável e o que é inegociável. Assim, estarão preparadas para dizer o “sim” ou o “não” quando solicitadas a fazê-lo.


É de Cícero (106-43 a.C.) a frase: “Existem duas maneiras de resolver conflitos: através da violência ou através da negociação. A violência é para animais selvagens, a negociação é para seres humanos.”.


É isso.


A propósito, eu não recebi o maço de cigarros e a caixa de fósforos na venda do carro, até porque eu não fumo...rss.


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sábado, 1 de maio de 2021

PODCAST - A PANDEMIA E A VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES



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    A PANDEMIA E A VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES



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sábado, 27 de março de 2021

MENSAGEM - OS ADOLESCENTES E OS PALAVRÕES

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sábado, 14 de novembro de 2020

PODCAST - A FRAGILIDADE DO CARÁTER DE CERTOS INDIVÍDUOS

 

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A FRAGILIDADE DO CARÁTER DE CERTOS INDIVÍDUOS


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domingo, 25 de outubro de 2020

PODCAST: BULLYING - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

 

PODCAST DE ROBERTO GAMEIRO

BULLYING - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

MENSAGEM - "TERCEIRIZANDO" A EDUCAÇÃO DOS FILHOS

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domingo, 6 de setembro de 2020

“MUNDO VIRTUAL” – REPRESENTAÇÃO, ESPELHO OU PROSPECTIVA?

Vidros Cibernéticos, Cibernético, Óculos


Roberto Gameiro

Através das redes sociais, recebemos, diariamente, muitas mensagens através de textos e vídeos. Muitas delas não fazem por merecer compartilhamentos por não acrescentarem nada que possa agregar algum valor aos nossos conhecimentos e, por tabela, aos nossos saberes e aos dos outros. 

Isso deveria ser o estímulo que nos impeliria a questionar qualquer post que chega até nós pelo WhatsApp, pelo Messenger, pelo Instagram, pelo Twitter, pelo Telegram, pelo Facebook, pelo Linkedin... É verdade? Há evidências comprobatórias? Será útil para os meus amigos? Vai ajudar no dia a dia?  Vai auxiliar na educação das crianças e dos adolescentes? Vale a pena compartilhar? São algumas das perguntas que devemos nos fazer antes de compartilhar qualquer coisa. 

Por outro lado, há vídeos e textos maravilhosos que recebemos cujas mensagens nos fazem instintivamente aproximar mais da tela para prestar mais atenção, e, quando acabam, ficamos parados ali, olhando para a imagem estática pensando, refletindo, extasiados.

Por oportuno, vale aqui uma reflexão. Muitas vezes nos referimos ao “mundo virtual” em contraposição ao “mundo real”. Eu mesmo já usei essa estratégia semântica em alguns dos meus textos. Mas, agora, em consequência da pandemia, e com o uso mais intenso das redes sociais, eu tenho refletido acerca da veracidade total dessa proposição. Nunca a vida virtual significou tanto para a nossa vida real.  Muito do que postamos nas redes sociais é uma representação da realidade em que vivemos. Eu escrevi “representação”? Não será “espelho” ou outra definição à qual ainda não conseguimos chegar?

Ou, pensando bem, não será “prospectiva”? Até a ficção apresentada em filmes, vídeos e textos tem se tornado realidade com uma velocidade incrível. 

Vejam, por exemplo, os equipamentos utilizados pelos personagens da série televisiva “Star Trek – Jornada nas Estrelas”, que em 2016 completou 50 anos. Ali, nos foram apresentados o telefone celular, o computador pessoal, o tablet, os exames por imagens, o GPS, a memória USB, as telas planas gigantes e tantos outros; o teletransporte ainda não virou realidade, mas não estranhemos se chegarmos lá logo, logo. 

E nos "Jetsons", de 1962, já lá estavam a "aula online", a "videochamada", o "home office" e a "videoconsulta". 

Cada vez mais, a vida virtual se aproxima da vida real. Essa afirmação não nos traz muito a comemorar, ao contrário, muito a preocupar. 

Nada contra o virtual; ele agrega grandes vantagens nas comunicações, nos aprendizados, nas informações, conhecimentos, saberes e nas inovações tecnológicas. Entretanto, precisamos cuidar para que o mundo real não se transforme num mero coadjuvante do mundo virtual, no qual, entre outros perigos, as pessoas podem facilmente perder a própria identidade. Corremos um grande risco de as crianças e os jovens se entregarem “de corpo e alma” ao virtual e se esquecerem que corpo e alma são próprios do mundo real e espiritual. 

Rubem Alves escreveu: “O ser humano se vê em um mundo que não lhe pertence e, para tentar escapar deste, cria para si um outro em que o “princípio do prazer” se sobrepõe ao “princípio de realidade”. 

Muito “pano pra manga” nas nossas reflexões. 

Cuidemos. 

Vamos conversar com nossos filhos e alunos a respeito?


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 Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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domingo, 16 de agosto de 2020

AS MARAVILHAS QUE SOMOS E QUE POSSUÍMOS

Família, Férias, Juntos, Lazer, Verão

Roberto Gameiro

Um grande amigo de Olavo Bilac lhe pediu, numa ocasião, que fizesse uma descrição do sítio que possuía para o anúncio de venda pois acreditava que se ele descrevesse a propriedade seria fácil vendê-la. Bilac, que conhecia bem o sítio e o amigo, atendeu ao pedido e redigiu: "Vende-se encantadora propriedade onde cantam os pássaros, ao amanhecer, no extenso arvoredo. É cortada por cristalinas e refrescantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.". Algum tempo depois, os dois se encontraram e Bilac perguntou se tinha vendido o sítio, ao que o amigo respondeu que depois da descrição que ele havia feito da propriedade, percebeu a maravilha que possuía e resolveu não mais vendê-la.


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Essa historieta me fez refletir sobre como o amigo de Bilac estava fazendo mau uso da linda propriedade que tinha, não percebendo o quanto poderia usufruir de tudo aquilo. Foi preciso alguém “de fora” para fazer aflorar nele a percepção da maravilha que possuía; e a me perguntar: será que o poeta fez o texto com esse propósito? Se sim, mostrou-se realmente um grande amigo.

 

Desejar o que ainda não se tem e lamentar aquilo que já não se tem são outras características comuns dos seres humanos.

 

Ela também me fez pensar sobre como o mote que nos é trazido por esse contexto pode ser pretexto para nos ajudar no processo de educação dos nossos filhos enquanto são crianças e adolescentes. Embora não tenham ainda todos os processos cerebrais amadurecidos, trata-se do momento da vida em que o testemunho e o exemplo dos pais mais ficam guardados na memória deles. Cada um de nós tem registros de fatos ocorridos quando tínhamos aquelas faixas etárias, que nos vêm à mente até com uma certa constância; os bons e os não tão bons.


Saber dar valor e fazer bom uso do que se é e do que se tem através do cultivo da autoestima, da perseverança, da resiliência e da espiritualidade, são elementos indispensáveis nos nossos diálogos com os filhos para que possam crescer não apenas em estatura, mas, também, em sabedoria; esta, com o sentido de prudência, moderação, temperança, sensatez e, especialmente, reflexão.


Assim, talvez, ao longo da vida, eles terão menos motivos para lamentar o que eventualmente perderam, já não tenham ou já não sejam, num ciclo virtuoso de autovalorização e de percepção de que na vida passamos por inúmeros estágios de acertos e erros, de ganhos e perdas, de sucessos e fracassos, procurando, porém, não nos afastar do que nos move sempre para a frente: os sonhos, a esperança e, especialmente, a crença em Deus.


Cora Coralina escreveu: “A verdadeira coragem é ir atrás dos seus sonhos mesmo quando todos dizem que é impossível.”.


Conheça a sua realidade, usando a razão e a emoção, e valorize o que você tem; não apenas bens materiais, mas também as pessoas que você ama, os seus familiares e amigos, seu emprego ou sua atividade laborativa, os seus conhecimentos, competências e habilidades, a sua saúde e a sua espiritualidade. Tudo isso somado constitui a verdadeira riqueza que uma pessoa pode possuir.


“O que você tem, todo mundo pode ter, mas o que você é ... ninguém pode ser.”. Esta frase é atribuída a Costanza Pascolato e, também, a Clarice Lispector. Independentemente de quem a formulou, ela nos traz a mensagem de que nós somos seres únicos criados à semelhança do Criador para, com as nossas qualidades e as nossas limitações, colocarmo-nos a serviço do próximo, fazendo bom uso do que temos e, especialmente, do que somos. 


Vamos, portanto, nos colocar a serviço como verdadeiros Discípulos  Missionários  de Jesus Cristo, disseminando a Boa-Nova no tempo oportuno e inoportuno, como nos ensina o texto Bíblico.

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domingo, 9 de agosto de 2020

QUAL A PRINCIPAL FUNÇÃO DO DIRETOR DE ESCOLA?




Roberto Gameiro

Muitas vezes, em conversas com crianças da primeira fase do Ensino Fundamental nas escolas que eu dirigia, vinha, de uma delas, a pergunta recorrente: o que faz o diretor da escola?


Devolvia a pergunta para elas e ouvia respostas como: dá bronca nos alunos, faz reuniões, manda professores embora, conversa com os pais, fica na porta da escola...

Uma delas, até me perguntou, certa vez, se eu não trabalhava; se só fazia reuniões...

Então, eu dava a elas a resposta de sempre: que a principal função do diretor é fazer com que todos na escola sejam felizes. 

A reação das crianças a essa resposta era de regozijo (muitas outras crianças já me tinham feito essa pergunta, recebendo a mesma resposta).

Depois de perceber a reação delas, eu perguntava: vocês são felizes aqui na escola? Se sim, levantem os braços. Geralmente, todas levantavam os braços com um sorriso encantador nos rostinhos.

E aí, eu provocava sorrindo: então, se a minha principal função é fazer vocês felizes e vocês já são, eu posso ir para casa, não é? 

NÃOOOOOOO!    Respondiam   elas quase   em uníssono (parece que elas gostavam da brincadeira). E isso me deixava especialmente feliz.

E a conversa continuava...

Noutro dia, estive rememorando esses momentos marcantes e me detive nessa expressão: “a principal função do diretor é fazer com que todos sejam felizes na escola.”. 

Daí, me lembrei de uma frase de Alexandre Dumas, pai (1802-1870), romancista francês, que diz: “O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes.”.

Mas, que felicidade é essa quando se considera toda a complexidade das relações interpessoais que acontecem diariamente no universo que compõe a escola, ou seja, professores, alunos, pais, coordenadores, orientadores, técnicos, fornecedores, prestadores de serviços etc.? (Uma das escolas que dirigi tinha 3.800 alunos)

Não se trata, por óbvio, de uma felicidade advinda do fato de que cada um faz o que quer, fala o que lhe “dá na telha”, um laisser-faire desmedido, mas, sim, de um bem-estar decorrente de posturas humanizadas, de missão, princípios, valores, normas, regras e visão de futuro coerentes, justas, conhecidas, compartilhadas e assumidas por todos. 

Sabemos que é quase impossível satisfazer aos desejos, às expectativas e necessidades de todos.

Nem num grupo de 3, nem num grupo de 3.800.

Nesses contextos, a disponibilidade ao diálogo, o saber ouvir, o respeito ao posicionamento do outro (mesmo que você não concorde com ele), a presença significativa, a coerência nas posturas e atitudes, a comunicação efetiva e afetiva, a empatia, o cumprimento dos procedimentos normatizados, o propósito e o foco bem definidos, a flexibilidade, a descentralização, o empoderamento, a corresponsabilidade, a resiliência, a perseverança e, especialmente, a alegria do encontro, são quesitos que provocam a existência de ambientes promissores e realizadores de relacionamentos saudáveis e felizes. 

"É comum dizer-se que a função das escolas é preparar as crianças e os adolescentes para a vida. Como se a vida fosse algo que irá acontecer em algum ponto do futuro, depois da formatura, depois de entrar no mercado do trabalho. Mas a vida não acontece no futuro. Ela só acontece no aqui e no agora. Viver é aprender. É nisso que está a excitação do viver. Caso contrário, a vida é um tédio insuportável. A aprendizagem só pode acontecer no espaço-tempo em que a vida está sendo vivida. (…)"  Rubem Alves

O Professor Amaro França, no seu livro "Gestão Humanizada" (2019), acrescenta que "Uma das maiores necessidades intrínsecas ao ser humano é ser valorizado, compreendido e sentir-se amado, e, quando a escuta empática é vivenciada, cria-se uma atmosfera psicológica favorável à resolução do problema.". 

Numa escola com essas características, de relacionamentos humanizados, as crianças e os adolescentes sentem prazer em ir e estar. Não veem a hora de as férias acabarem para a volta às aulas. E, assim, se sentem felizes na escola e contagiam a todos. 

O ambiente de atitudes respeitosas aproxima a todos e tem o condão de até evitar, ou, pelo menos, diminuir o bullying.

Como são gratificantes essas conversas do diretor com as crianças e com os adolescentes no ambiente escolar. Além de nos trazer e nos sensibilizar com toda a energia que possuem, com o seu modo peculiar de conversar, com a ausência de filtros na comunicação e outras características dessas faixas etárias, trazem, também, a oportunidade de conhecermos melhor o próprio ambiente interno escolar, sobre os relacionamentos interpessoais, sobre o andamento dos procedimentos normatizados etc. E você não precisa fazer muitas perguntas. Elas são espontâneas, verdadeiras e sinceras, o que deve ser respeitado e valorizado com muito afeto e sigilo. 

Feliz o diretor e a diretora que têm essa possibilidade de aproximação com os estudantes. 

Felizes, também, os coordenadores, orientadores e professores que têm o privilégio do contato diário com essas crianças e da possibilidade de conduzir suas aprendizagens e vivências numa direção sadia de crescimento relacional. 


Alegria, amorosidade, bem-querer. Palavras mágicas!

Os seus filhos e os seus alunos são felizes na escola?
Que tal conversar com eles a respeito?

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domingo, 19 de julho de 2020

SOBRE O BULLYING


Roberto Gameiro
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) divulgou, em abril de 2017, os resultados de um estudo feito em 2015, com estudantes de 15 anos, que aponta que 17,5% deles já sofreram bullying. Desse total, 7,8% disseram que são excluídos pelos colegas, 9,3%, alvos de piadas, 4,1%, ameaçados, 3,2%, empurrados e agredidos fisicamente, 5,3% têm suas coisas destruídas por colegas, e 7,9%, disseram ser alvo de rumores maldosos.

Não pense, entretanto, que o menino ou menina que está praticando bullying contra seu filho ou filha é um marginal ou candidato a marginal no futuro.
Na maioria das vezes, eles carecem de orientação e acompanhamento. Eles ainda não estão formados, assim como os seus. Enquanto são crianças e adolescentes, ainda não têm todos os setores do cérebro desenvolvidos a contento para discernir totalmente entre o certo e o errado e a controlar as emoções.
Não pense, também, que a culpa é dos pais deles. Não necessariamente. Os pais deles provavelmente querem o melhor para eles, e o melhor que pais desejam para seus filhos não passa pelo desrespeito aos outros, ou pela delinquência. Talvez, eles também estejam surpresos com as atitudes do filho ou filha.
Claro que há exceções, as quais devem ser identificadas e acompanhadas por profissionais habilitados nos campos da orientação educacional, da psicologia, da medicina e, também, no campo da assistência social.
Geralmente, as ações de bullying acontecem na escola, ambiente propício e adequado para a gestação e desenvolvimento das “novidades” biológicas e psicossociais características dessas faixas etárias. Nesse ambiente, eles estão se descobrindo e descobrindo os outros com quem convivem; os conflitos são inevitáveis e fazem parte do crescimento social e psicológico deles, na busca da formação de suas personalidades.
Por isso, a importância de se viver plenamente a compreensão, que desculpa as falhas dos outros, reconhecendo que o erro é inerente à condição humana. Mas, ao mesmo tempo, há que se proteger, com firmeza e doçura, a nossa prole, não abdicando da busca de diálogo com todos os personagens que fazem parte do dia a dia dos filhos.
Entretanto, nem toda desavença existente entre crianças e ou adolescentes é bullying.
Bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos, ligados à agressividade verbal, física ou psicológica, contra uma pessoa indefesa, que podem causar danos físicos  e ou  psicológicos às vítimas, sendo exercidos de maneira continuada por parte de um indivíduo ou de um grupo.   
Assim, tanto a família quanto a escola devem permanecer sempre atentas às possíveis mudanças de comportamento dos seus alunos/filhos. Os pais e os professores podem perceber essas mudanças. Geralmente, o menino ou menina que está sofrendo bullying apresenta depressão, ansiedade, baixa autoestima, isolamento, exclusão, perdas materiais, queda no rendimento escolar, entre outras.
Numa época em que a violência reinante na sociedade como um todo adentra as escolas públicas e privadas, deteriorando relacionamentos que envolvem alunos, professores, pais, coordenadores e diretores, haja vista as manchetes que vemos sempre na mídia, há que se buscar um denominador comum que reconstrua a paz nesses vínculos.
Façamos, cada um de nós, a nossa parte e fiquemos “de olho” nos nossos “tesouros”.

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Artigo publicado no jornal "O Popular" de Goiânia em 12/09/17.

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Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor na área de “Gestão de escolas de Educação Básica”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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quarta-feira, 1 de julho de 2020

MENSAGEM - ORATÓRIA VERSUS "ESCUTATÓRIA"

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domingo, 31 de maio de 2020

A PANDEMIA DA COVID-19 E OS PROFESSORES

Corona, Coronavírus, Vírus, Empresária

Roberto Gameiro

Por incrível que possa parecer, a pandemia da COVID-19 está trazendo um fato novo, esperado por todas as pessoas de bom senso, mas que se apresentava como difícil de ser concretizado nesta sociedade em que muitos querem fazer valer os seus direitos, ou pretensos direitos, mas cumprem pouco os seus deveres, mesmo aqueles subjetivos como a valorização do trabalho e das competências dos outros.


Ainda é cedo para afirmar se esse fato vai perdurar por muito tempo ou não, já que outra característica desta coletividade é a “memória curta”.

Refiro-me à valorização do trabalho, das competências e das responsabilidades dos professores, especialmente aqueles da Educação Básica.

De repente e inusitadamente, pais e mães estão em casa, isolados, 24 horas por dia, com seus filhos. É uma experiência nova que não pode ser comparada, por óbvio, com os períodos de férias escolares.

Antes da pandemia, podia parecer que tudo estava bem e indo como sempre nas escolas públicas e privadas. Muitos alunos continuavam a desrespeitar os professores, a desvalorizar o seu trabalho e, em muitos casos, a vê-los como empregados seus. Os professores continuavam a ser vigiados por alguns pais que, especialmente pelas redes sociais, não lhes davam trégua; idem em relação aos coordenadores, seus auxiliares e diretores. Embora esses pais talvez não percebessem, estavam fazendo mau uso do que tinham.

Parecia. Mas não estava “tudo bem”. Mas, sim, estava “tudo como sempre”.

Com os professores desprestigiados e desvalorizados, inclusive nos salários, em especial nas redes públicas, começou desde há alguns anos, a debandada docente para outras ocupações e a redução das matrículas nos cursos de licenciatura no país todo. Hoje, algumas escolas públicas não têm professores de determinadas disciplinas.

Agora, com a pandemia, muitas escolas continuam na sua missão de levar a aprendizagem aos seus alunos através da Internet. Os professores estão tendo de se superar exercendo uma ocupação para a qual não foram previamente capacitados, preparando e “dando” aulas e atividades para seus alunos através das redes sociais, com o objetivo de não interromper o processo de ensino, o que seria muito danoso. E as escolas, com a mesma preocupação, estão investindo nessa tecnologia, inclusive em algumas redes públicas, embora saibamos que um enorme contingente de famílias não tem acesso à Internet; e aqui está um óbice deveras preocupante que faz por merecer atenção especial das escolas e das autoridades constituídas.  

É neste momento que pais de diferentes perfis, ao ter de acompanhar, supervisionar e ajudar os filhos na execução das tarefas e atividades, têm reações divergentes a respeito dessa situação; alguns elogiam as escolas e os professores, outros reclamam porque entendem que as escolas e os professores estão a exigir muito de seus filhos (e deles); há que se compreender essas diferentes reações porque também os pais e os estudantes estão tendo de se adaptar a uma situação inédita que exige uma rotina diferenciada para a qual nem todos têm as competências necessárias (e não têm a obrigação de tê-las). 

Entretanto, devemos levar em conta que estamos no meio de um “furacão” chamado COVID-19 no mundo todo, e que numa pandemia como essa cada um de nós tem de se superar e enfrentar com discernimento e sem pânico o seu desafio particular, sem deixar de contribuir para o bem-estar da comunidade em que se insere.

De qualquer maneira, mesmo com as divergências, a sociedade como um todo agora parece ter um olhar diferente para o nobre trabalho das escolas e dos professores e lamenta o que já não tem, mesmo que temporariamente. Famílias estão percebendo a falta que fazem os professores e as escolas no dia a dia na formação e na educação dos seus filhos. É na falta que se valoriza o que não se tem.

E os pais podem perceber, segundo o meu olhar de ex-diretor de escola particular, em muitos momentos, a admiração que seus filhos têm pelos seus professores, que aparecem ali nas telinhas do smartphone e ou do computador, nas suas casas, aproximando-se deles com muito afeto, compreensão e ternura, admiração essa que muitos deles nem sabiam que tinham.

Quando a situação voltar à normalidade, acredito que a relação aluno-professor estará depurada, aperfeiçoada e, obviamente, melhorada, assim como a relação pais-professores-escola.

O ensino híbrido, que contempla atividades online e presenciais, que já era usado por poucos professores, agora, com esta pandemia, mostrou-se como uma possibilidade de enriquecimento do jeito de se desenvolver as aprendizagens escolares, e, ao que tudo indica, veio para ficar. Resta, entretanto, aos governos, prover os estudantes de famílias de pouco poder aquisitivo do acesso à Internet de banda larga e das ferramentas tecnológicas inerentes como smartphones e notebooks. É um grande desafio!


Já se disse que estamos numa “mudança de época”.

Espera-se que apesar dos males que essa pandemia está trazendo para o mundo todo, ocorra, no nosso país, uma vertiginosa guinada nos relacionamentos no campo da educação, com a necessária valorização das escolas e de seus professores. Talvez esse seja um largo passo para, como consequência, aumentarmos a eficiência e a eficácia das escolas, especialmente as públicas, e atingirmos melhores colocações nos rankings educacionais mundiais.

É uma oportunidade que não poderemos perder, mas investir nela.


Em tempo: o Papa Francisco, durante uma Missa na Casa Santa Marta, no Vaticano, dirigiu seu pensamento às dificuldades de docentes e alunos com as escolas fechadas em muitos países por causa da Covid-19. Veja o vídeo:   https://www.vaticannews.va/pt/papa-francisco/missa-santa-marta/2020-04/papa-francisco-missa-santa-marta-coronavirus-professores-alunos.html


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