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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br
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Uma garota segurava em suas mãos duas maçãs. Sua mãe entrou e lhe pediu com uma voz doce e um belo sorriso: – Querida, você poderia dar uma de suas maçãs para a mamãe? A menina levanta os olhos para sua mãe durante alguns segundos, e morde subitamente uma das maçãs e, logo em seguida, a outra. A mãe sente seu rosto esfriar e perde o sorriso. Ela tenta não mostrar sua decepção, quando sua filha lhe dá uma de suas maçãs mordidas; a pequena olha sua mãe com um sorriso de anjo e diz: – A mais doce é essa! Muitas vezes, as aparências enganam, mas não nos culpemos, também apressadamente, por equívocos dessa natureza. Somos humanos e, portanto, incompletos. Estamos sempre em busca de aperfeiçoamento. Deus ainda não completou a sua obra em nós, assim como nos nossos irmãos.
Roberto Gameiro
Há muitos anos, numa noite chuvosa, estava eu saindo de um sanitário de posto de combustível de estrada, quando dei de frente com um senhorzinho que me olhou com um olhar de tristeza, abatido, debilitado, e me perguntou: “o senhor é sacerdote?". Rapidamente, respondi que não, segui em direção ao meu carro e parti. Até hoje, quando me lembro desse episódio, dói-me até a alma. Acredito que ao me perguntar se eu era sacerdote, ele procurava alguém que pudesse ouvi-lo, escutar com bondade as suas possíveis mazelas e, talvez, apaziguar o seu coração. Ora, mesmo sem ser sacerdote, eu poderia tê-lo ouvido e ajudado.
Rubem Alves (1933-2014), educador e teólogo brasileiro, escreveu no seu texto “A Escutatória”: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir”. E acrescentou, com a sabedoria que lhe era peculiar, que: "Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também”.
No processo de formação de nossos filhos, as competências ligadas à comunicação devem ocupar um espaço privilegiado, com ênfase na habilidade de saber ouvir os outros.
Nos relacionamentos pessoais, sociais e profissionais, a “escutatória” faz por merecer atenção tão ou mais importante que a “oratória”.
Que triste é a figura de uma pessoa que não lhe permite terminar a sua fala, a sua argumentação, e o interrompe intempestivamente. Pior se você for subordinado a essa figura, ou, ainda, se for seu marido ou sua esposa, companheiro ou companheira.
Então, o “saber ouvir” deve ser antecedido por uma atitude de predisposição a fazê-lo. Isso significa postura constante de abertura ao diálogo, na qual, ao “ouvir de verdade”, você procura se colocar no lugar do outro respeitando a individualidade dele, seus sentimentos, seus pontos de vista e seus argumentos (mesmo que você não concorde com eles).
Saber ouvir o outro é sinal de respeito, de bondade, de acolhida, de valorização do outro, de abertura ao diálogo franco e verdadeiro, constituindo característica positiva dos verdadeiros líderes, aqueles que conseguem fazer a diferença nos diversos segmentos da sociedade; ouvindo, completam-se, corrigem-se, aprimoram-se.
Como disse Mahatma Gandhi (1869-1948): “Não precisamos apagar a luz do próximo para que a nossa brilhe”.
Publicado originalmente em 21/11/2018
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Roberto Gameiro
Era um domingo ensolarado. Estávamos em um restaurante. O casal, o marido à frente e a esposa atrás, saía em um silêncio que era absurdamente atropelado pelos gritos estridentes do filho, de uns cinco anos, que, ao lado da mãe, batia nela e bradava repetidamente: - Eu não quero, porr ...!
Quando tinha mais ou menos essa idade, eu gritei essa mesma interjeição. Em fração de segundo, levei um safanão da minha mãe, que me fez rodar feito um pião. Até hoje, idoso, não consigo pronunciá-la. E isso não fez com que diminuísse o amor que sempre senti pela minha mãe. Tempos diferentes.
Não.
Não estou incentivando que se bata nos filhos. Até porque, acertadamente, esse tipo de atitude agora é proibido por Lei no Brasil.
Entretanto, cenas grotescas como essa aqui narrada no primeiro parágrafo acontecem com lamentável constância em shoppings, restaurantes, clubes e congêneres.
São cenas que carregam intensas sensações de desconforto em quem as vive e em quem as presencia.
Há os que focam a atenção nos pais. Há os que focam na criança.
Nessas situações, as pessoas veem os pais e a criança ora como culpados, ora como vítimas; assim como, na forma de pano de fundo, reina em muitos o sentimento de “atire a primeira pedra quem nunca ...”
Aos meus filhos, quando faziam algo de errado, bastava um olhar firme da mãe, que eles chamavam de “olhar 43”, para tudo voltar à normalidade.
De qualquer maneira, a obrigação de colocar limites comportamentais nas crianças, desde a mais tenra idade, é dos pais. Essa obrigação não pode ser transferida aos professores. Os pais educam; os professores ensinam e reforçam a educação que os alunos trazem de casa.
Certo é que para colocar limites nos filhos, os pais precisam, antes de tudo, definir os seus próprios limites comportamentais através de um elenco de princípios e valores significativos que norteiem as suas posturas e ações e que sirvam de exemplos para a condução da educação da prole.
Como já escrevi num outro artigo, se os pais não colocarem limites nos filhos, quem vai fazer isso no futuro? A polícia?
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Roberto Gameiro
O primeiro deu uma resposta “atravessada”, cheia de grosserias, para o amigo; este, sentindo-se ofendido, retrucou no mesmo baixo nível. O bate-boca terminou com o que parecia ser o fim de uma amizade de muitos anos.
Passados alguns meses, o primeiro procurou o “amigo” e pediu-lhe desculpas pela forma como o tratou; disse que estava num dia ruim, com problemas pessoais e profissionais, e “descarregou” nele. Estava arrependido.
O amigo, por sua vez, também se desculpou pela sua contrapartida, e que igualmente se arrependia da forma como agiu. A amizade voltou à normalidade.
Você já teve, ou soube, de alguma situação assim?
É mais comum do que parece.
Mas, muitas vezes, o desfecho é definitivo e grandes amizades, que tinham tudo para prosperar, acabam, por motivo fútil ou desnecessário.
E, pasmem; acontece muito entre irmãos.
Entre dois, quando um não quer, não tem briga.
Entre dois, um deles precisa ter a iniciativa da reconciliação.
Mas, o ideal é que não se chegue ao “bate-boca”.
Por mais próximo que o outro seja de nós, amigo ou parente, não conhecemos os desafios e dificuldades que ele está enfrentando no momento; por isso, eventualmente podemos encontrá-lo de mau humor e irritadiço. Nestes casos, não é aconselhável responder da mesma forma. Ao contrário, devemos assumir uma postura dialogal de simpatia e empatia. Talvez, seja disso que ele esteja precisando.
Nos relacionamentos sociais, familiares e profissionais, a postura de bondade, positividade e alegria pode ser um divisor de águas que aplaca a irritabilidade e produz empatia e compreensão mútuas.
Ofereça um sorriso acompanhado de um olhar compreensivo. Esse simples gesto pode ser significativo o bastante para provocar um clima ameno e aproximativo, que poderá desbancar a negatividade do outro, assim como a água morna desfaz um bloco de neve.
Também nossos filhos e alunos passam por momentos difíceis, principalmente na adolescência, para enfrentar seus desafios na construção e amadurecimento das estruturas mentais. Por isso, a importância da presença significativa e constante dos adultos, especialmente dos pais, durante o processo de educação deles.
Dessa forma, seremos agentes de positividades, contribuindo para a construção de ambientes interativos que poderão impactar a vida daqueles com quem nos relacionamos.
E como escreveu Mahatma Gandhi ...
“Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores ... tornam-se seu destino.”
É isso!
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Autorizadas, desde que com a inclusão dos nomes do blogue e do autor.