O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

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sábado, 8 de janeiro de 2022

PODCAST - A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA CURSIVA



PODCAST DE ROBERTO GAMEIRO


   A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA CURSIVA




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sábado, 24 de julho de 2021

PROFESSORES NÃO TÊM TODAS AS RESPOSTAS

 


Roberto Gameiro


Professor não é um super-homem

 

Entretanto, há os que pensam que são. Há, também, alguns que têm certeza de que são. Mas, talvez, pensassem assim qualquer que fosse a profissão que abraçassem.


Professores são seres de relações. Não que os super-heróis não sejam “seres de relações”; eles “existem” para fazer o bem e proteger a humanidade de malfeitos.


Professores são da vida real. Super-heróis são da ficção. 


Mas há outras atividades em que alguns profissionais pensam que são deus, enquanto outros têm certeza disso. Vejam que escrevi “deus” com letra minúscula por respeito ao Criador; mas, tenha certeza de que esses “pensam” com letra maiúscula. Você se recorda de alguma figura assim?


Aí, você poderá me perguntar: que raio de comparação esdrúxula é essa?


“Super-homens” têm respostas para tudo, sem titubear. São perfeitos e completos.

 

Professores são líderes. E, como tal, têm a missão de conduzir e orientar seus pupilos para que alcancem suas metas e objetivos na vida; ajudam-nos, pelo exemplo e posturas, inclusive a escolhê-las. Para isso, precisam ser honestos e verdadeiros, assumindo sua condição humana de incompletude.

 

Brené Brown, professora, escritora e conferencista norte-americana, escreveu: “este conceito de que o líder precisa estar “no comando” e “ter todas as respostas” é ultrapassado e paralisante. Ele causa um impacto prejudicial sobre as (outras) pessoas ao arraigar a ideia de que elas são bem menos e são inferiores.”. O “outras” foi acréscimo meu para melhorar o entendimento.


Já foi a época em que o professor era a fonte de todos os saberes decorrentes de conhecimentos, especialmente na sua área de magistério. Era a época do “ensino bancário”, em que os alunos eram depositórios dos ensinamentos vindos do professor. 


Tem razão a professora Brown ao dizer que o líder não precisa “ter todas as respostas”. O professor que se pretende “sabe tudo” não cabe mais no mundo atual. E isso vale para qualquer profissão ou atividade humana. 


Docente que tem essa postura, e ainda os há, faz um grande mal a si mesmo. Por ser “perfeccionista”, acha-se “invulnerável”. Acredito eu que ele viva com receio da próxima pergunta, do próximo questionamento. É, realmente, paralisante.

 

Aqui, a escritora nos socorre novamente, ao dizer que o perfeccionismo é autodestrutivo simplesmente porque a perfeição não existe, e que “a vulnerabilidade soa como verdade e sente-se como coragem. Verdade e coragem não são sempre confortáveis, mas elas nunca são fraqueza.”.


É preciso ser verdadeiro e corajoso para aceitar-se como “incompleto”, “imperfeito”, e, portanto, humano. Os conhecimentos estão aí disseminados pela internet. Cabe, agora, diferentemente do “ensino bancário”, saber o que fazer com eles. 


Um personagem humorístico da televisão tem um refrão que diz: “se sei, digo que sei; se não sei, digo que não sei”. Provoca risos, mas constitui uma corajosa verdade (embora as contradições do personagem).


Professor não tem resposta para tudo. Mas, como pesquisador por profissão, sabe conduzir-se e conduzir seus alunos para a busca de informações e saberes no amplo espaço online que aí está.


Portanto, nada vergonhoso em dizer para o aluno: “eu não sei a resposta para essa sua pergunta, mas vou pesquisar e te informo”; ao contrário, tudo de corajoso, verdadeiro e “vulnerável”.

 

Professor não é super-man. Professora não é super-woman.

 

E olha que eu nem falei da kryptonita...rsrs.


Deixo a indicação para que vejam um vídeo (dublado) da profa. Brené Brown sobre “vulnerabilidade”: https://www.youtube.com/watch?v=I52gMeIwbOMEla está, também, no Netflix, com outra apresentação; esta, sobre “coragem”. 


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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional  e em Design Instrucional. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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sábado, 10 de julho de 2021

sábado, 26 de junho de 2021

MENSAGEM - EMPREGOS - VAMOS ESPERAR NOVA CRISE SE INSTALAR?

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sábado, 19 de junho de 2021

PODCAST - PARA QUE SERVEM AS ESCOLAS?



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   PARA QUE SERVEM AS ESCOLAS?



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sábado, 22 de maio de 2021

PODCAST - CRIANÇAS ADORAM OUVIR HISTÓRIAS



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    CRIANÇAS ADORAM OUVIR HISTÓRIAS




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sábado, 20 de fevereiro de 2021

PODCAST - ERRANDO TAMBÉM SE APRENDE



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    ERRANDO TAMBÉM SE APRENDE

OPS...erro no texto sobre o erro...rss: quando me refiro ao site do SISU, onde digo “no início das inscrições, o correto é “no início da busca pelos resultados”. 



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sábado, 2 de janeiro de 2021

PODCAST - AS COMPETÊNCIAS NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM

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AS COMPETÊNCIAS NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM


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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

MENSAGEM - A PRÁTICA DOCENTE NOS CURSOS DE LICENCIATURA

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sábado, 5 de dezembro de 2020

PODCAST - O VALOR DA NOTA - PONTA DE ICEBERG

 


PODCAST DE ROBERTO GAMEIRO

O VALOR DA NOTA - PONTA DE ICEBERG

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domingo, 4 de outubro de 2020

AS CRIANÇAS, A NARRATIVA E A IMAGINAÇÃO

 

Atualizado em 20/05/21

Roberto Gameiro


É de Cecília Meireles (1901-1964) a frase: “Quando eu ainda não sabia ler, brincava com livros e imaginava-os cheios de vozes, contando o mundo”.


Este artigo já tem a sua versão editada e ou atualizada em PODCAST no SPOTIFY para sua comodidade ou para pessoas com deficiência. CLIQUE AQUI E OUÇA!


Todos sabemos como as crianças adoram ouvir histórias. Qual de nós não se lembra do quão prazeroso era escutar as histórias de vida contadas pelos mais velhos, e como a nossa imaginação navegava, emocionada, por possibilidades ora de mistério, ora de alegria, ou de tristeza, ou de esperança...


O período de vida que vai até os seis anos de idade é o que apresenta as maiores e melhores oportunidades para a aquisição das competências humanas; nele, os cérebros das crianças são como verdadeiras esponjas que absorvem com facilidade, e retêm, as informações que recebem. 


Muito apropriadamente, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda aos médicos que orientem as famílias a ler em voz alta diariamente para os pequenos, pois isso resulta no fortalecimento do vínculo familiar e da capacidade de aprendizado, com reflexos positivos até a vida adulta. 


E, ainda, que a escolha da hora de dormir é importante pois a leitura proporciona para a criança um adormecimento tranquilo (sem TV, tablet, celular ou computador), com a presença dos pais ao lado, num momento em que ela tem que se desligar do dia e entrar no mundo dos sonhos e fantasias.


Também a Academia Americana de Pediatria preconiza, há muito tempo, a importância da leitura em casa durante a infância, acrescentando que esse hábito pode aprimorar as habilidades da linguagem e ajudar no desenvolvimento da alfabetização.


Um estudo do Hospital Infantil de Cincinnati, localizado em Ohio nos Estados Unidos, e publicado em agosto de 2015 na revista “Pediatrics”, foi um passo largo para os estudos mais aprofundados que vieram depois.  


O estudo foi realizado com 19 crianças de 3 a 5 anos de idade usando imagens de ressonância magnética enquanto ouviam uma mulher lendo histórias, e demonstrou que em ambientes de leitura em casa, elas tinham maior atividade nas partes do cérebro que ajudam na compreensão narrativa e na imaginação visual.


Compreensão narrativa e imaginação visual... Vejam o cacife de ganhos para a formação da linguagem na criança. Enquanto ouve as histórias, ela, ao compreender a narrativa, “viaja”, através dos personagens, pelos cenários que cria na sua imaginação... Quanta riqueza na construção de novos conhecimentos nas memórias dos pequeninos!


Na área específica da Educação, vejamos o que consta da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) a respeito: “Na Educação Infantil, é importante promover experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois é na escuta de histórias, na participação em conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social.”


Não por menos, a palavra “histórias” aparece na BNCC exatas 79 vezes, ora como “objetivo de aprendizagem”, ora como “habilidade”. 


A criança que agora “ouve histórias”, daqui a pouco, estará “contando histórias”. A educadora Rosa Costa escreve no seu artigo “A importância e o desafio da contação de histórias no desenvolvimento infantil: o conto e o reconto”, que “A contação de história no desenvolvimento escolar e cognitivo favorece, aguça e ativa o conhecimento da criança por meio do imaginário, do criar e recriar, do conte outra vez. Faz a criança apropriar-se de um mundo mágico, com grandes possibilidades de viagem pelo mundo do encantamento, proporciona abertura de portas, permitindo um desenvolvimento linguístico a partir do enriquecimento do seu vocabulário, além de todo um contexto que envolve a reprodução da literatura ou contação de história vivenciada."(https://www.construirnoticias.com.br/a-importancia-e-o-desafio-da-contacao-de-historias-no-desenvolvimento-infantil-o-conto-e-o-reconto/   


Ressalte-se, também, que ao ouvir histórias, a criança aprimora a competência do “saber ouvir os outros”, capacidade que perpassa os campos do cognitivo e do emocional, partes integrantes e inter-relacionadas do processo de aprendizagem. E aqui, vale enfatizar, no campo das emoções, as cinco habilidades socioemocionais preconizadas por Daniel Goleman: autoconsciência, autorregulação, automotivação, empatia e habilidades sociais, estas envolvidas na capacidade de interação social. Tudo a ver com a contação de histórias, não é?


É isso!


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 Roberto Gameiro é Palestrante, Consultor e Mentor nas áreas de “Gestão de escolas de Educação Básica” e “Educação de crianças e adolescentes”. Contato: textocontextopretexto@uol.com.br

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domingo, 27 de setembro de 2020

ESCOLA É MAIS DO QUE ISSO!

Teste, Testes, Formulário De Bolha

Atualizado em 15/06/21

Roberto Gameiro

Rubem Alves (1933-2014) escreveu certa vez: “É comum dizer-se que a função das escolas é preparar as crianças e os adolescentes para a vida. Como se a vida fosse algo que irá acontecer em algum ponto do futuro, depois da formatura. Mas a vida não acontece no futuro. Ela só acontece no aqui e no agora.”.



Certa vez, como diretor, recebi a visita de um possível futuro pai de aluno. Ele queria saber qual era a performance dos alunos da escola nos vestibulares e, especialmente, no ENEM.

Como percebi que o objetivo dele era bem restrito e delineado, respondi prontamente à pergunta, mostrando os últimos resultados da escola, que a situavam entre as mais bem classificadas da cidade. Ele ficou satisfeito e disse que matricularia o seu filho. Nada mais indagou.

Perguntei-lhe, então, para que série seria a matrícula, e ele respondeu: Maternal 1.

Situações como essa nos fazem perguntar quais são as expectativas dos pais em relação às escolas.

Cada família tem seus princípios e valores os quais norteiam a forma como vê o mundo e educa os filhos. A escolha da escola, portanto, deve ser orientada pelo casamento desses princípios e valores com os propostos pela escola.

Aprovação em vestibulares não constitui princípio, nem valor; quando muito, é um objetivo ou uma meta.

Enganam-se aqueles que medem a qualidade de uma escola pelos seus resultados no ENEM. Escola é muito mais do que isso.

No caso em questão, quinze anos letivos separam o “Maternal 1” do final da Educação Básica na qual, conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), “competências gerais se inter-relacionam, se desdobram e se articulam na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de valores”.

Conhecimentos, habilidades e valores constituem, portanto, o verdadeiro núcleo das competências a serem supridas pelas escolas na formação escolar dos estudantes; cada uma norteada pela sua missão, por seus princípios, por seus valores, e, no caso das confessionais, pelo Carisma. É um grande desafio!

Aprovações em vestibulares e ENEM são consequências naturais da aplicação da escola, do estudante e da família.

Que falta fazem as escolas e os professores na vida das crianças e dos adolescentes! A percepção dessa falta foi e está sendo sentida pelas famílias durante a pandemia do coronavírus que nos aflige neste momento histórico. É na falta que se valoriza o que não se tem, mesmo que temporariamente. 

Escola é caminhada. Escola é vida. Nela, pulsam corações, vibram mentes, transbordam emoções, constroem-se conhecimentos e saberes, numa travessia cheia de energias positivas, propositivas e prometedoras. 


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Artigo publicado em 08/05/2018 no jornal “O Popular” de Goiânia e atualizado no blogue em 15/06/21.

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domingo, 6 de setembro de 2020

“MUNDO VIRTUAL” – REPRESENTAÇÃO, ESPELHO OU PROSPECTIVA?

Vidros Cibernéticos, Cibernético, Óculos


Roberto Gameiro

Através das redes sociais, recebemos, diariamente, muitas mensagens através de textos e vídeos. Muitas delas não fazem por merecer compartilhamentos por não acrescentarem nada que possa agregar algum valor aos nossos conhecimentos e, por tabela, aos nossos saberes e aos dos outros. 

Isso deveria ser o estímulo que nos impeliria a questionar qualquer post que chega até nós pelo WhatsApp, pelo Messenger, pelo Instagram, pelo Twitter, pelo Telegram, pelo Facebook, pelo Linkedin... É verdade? Há evidências comprobatórias? Será útil para os meus amigos? Vai ajudar no dia a dia?  Vai auxiliar na educação das crianças e dos adolescentes? Vale a pena compartilhar? São algumas das perguntas que devemos nos fazer antes de compartilhar qualquer coisa. 

Por outro lado, há vídeos e textos maravilhosos que recebemos cujas mensagens nos fazem instintivamente aproximar mais da tela para prestar mais atenção, e, quando acabam, ficamos parados ali, olhando para a imagem estática pensando, refletindo, extasiados.

Por oportuno, vale aqui uma reflexão. Muitas vezes nos referimos ao “mundo virtual” em contraposição ao “mundo real”. Eu mesmo já usei essa estratégia semântica em alguns dos meus textos. Mas, agora, em consequência da pandemia, e com o uso mais intenso das redes sociais, eu tenho refletido acerca da veracidade total dessa proposição. Nunca a vida virtual significou tanto para a nossa vida real.  Muito do que postamos nas redes sociais é uma representação da realidade em que vivemos. Eu escrevi “representação”? Não será “espelho” ou outra definição à qual ainda não conseguimos chegar?

Ou, pensando bem, não será “prospectiva”? Até a ficção apresentada em filmes, vídeos e textos tem se tornado realidade com uma velocidade incrível. 

Vejam, por exemplo, os equipamentos utilizados pelos personagens da série televisiva “Star Trek – Jornada nas Estrelas”, que em 2016 completou 50 anos. Ali, nos foram apresentados o telefone celular, o computador pessoal, o tablet, os exames por imagens, o GPS, a memória USB, as telas planas gigantes e tantos outros; o teletransporte ainda não virou realidade, mas não estranhemos se chegarmos lá logo, logo. 

E nos "Jetsons", de 1962, já lá estavam a "aula online", a "videochamada", o "home office" e a "videoconsulta". 

Cada vez mais, a vida virtual se aproxima da vida real. Essa afirmação não nos traz muito a comemorar, ao contrário, muito a preocupar. 

Nada contra o virtual; ele agrega grandes vantagens nas comunicações, nos aprendizados, nas informações, conhecimentos, saberes e nas inovações tecnológicas. Entretanto, precisamos cuidar para que o mundo real não se transforme num mero coadjuvante do mundo virtual, no qual, entre outros perigos, as pessoas podem facilmente perder a própria identidade. Corremos um grande risco de as crianças e os jovens se entregarem “de corpo e alma” ao virtual e se esquecerem que corpo e alma são próprios do mundo real e espiritual. 

Rubem Alves escreveu: “O ser humano se vê em um mundo que não lhe pertence e, para tentar escapar deste, cria para si um outro em que o “princípio do prazer” se sobrepõe ao “princípio de realidade”. 

Muito “pano pra manga” nas nossas reflexões. 

Cuidemos. 

Vamos conversar com nossos filhos e alunos a respeito?


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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

MENSAGEM - A PROVA É UM RETRATO DA PRÁXIS DOCENTE

 MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO
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domingo, 2 de agosto de 2020

A EDUCAÇÃO, A FAMÍLIA E A SOCIEDADE - Texto 3

Professor, Biblioteca, Livro, Médico


Texto 3/3 – Os Professores 


Roberto Gameiro

I - Ofício do Professor
O ofício de educar requer dos professores, além de sua competência técnica específica, uma prática reflexiva, entendendo que o processo ensino-aprendizagem se constrói ao longo de situações vivenciadas nos espaços-tempos escolares, que desafiem os estudantes a pensarem, a pesquisarem, a se comunicarem e a se ajudarem entre si. Nesse sentido, sugere-se que o professor oriente e acompanhe o desenvolvimento de atividades propostas aos alunos, atuando, sempre que possível, na ZDP (zona de desenvolvimento proximal) dos estudantes. De acordo com Vygotsky (Paganotti, 2011), esta diferença entre a zona de desenvolvimento potencial e  a real dos alunos, se bem trabalhada, ou seja, com a interferência positiva  de um colega ou de um adulto, pode desenvolver com eficácia o potencial deles. 

O aluno deve ser o centro do processo ensino-aprendizagem. Deve ser desafiado continuamente a pensar sobre as suas aquisições de saberes e o conhecimento que constrói. 

Para que isso aconteça, é necessário que a prática do educador contemple momentos significativos no processo ensino-aprendizagem a fim de que o estudante seja estimulado e orientado a percorrer alguns “caminhos” que o remetam à metacognição. Que exista uma relação de confiança entre as partes, orientação e acompanhamento do rendimento escolar e a busca contínua, de ambas, para superar possíveis defasagens ou dificuldades de aprendizagem apresentadas.
 
Segundo Hadji (2001) "a regulação (ação do professor) e a autorregulação (ação do aluno) do conhecimento são partes integrantes do processo, assim como a avaliação processual e o feedback contínuo. Os ajustes serão feitos desde que o professor tenha indicadores de aprendizagem que o levem a promover retomadas de conteúdos e situações que favoreçam aos alunos regular a sua própria aprendizagem.".
 
Zabala (1998) enfatiza a importância de ensinar aos estudantes além dos conteúdos conceituais, também os procedimentais e os atitudinais, elaborando situações de aprendizagem, como por exemplo as sequências didáticas e os projetos a fim de favorecer a investigação e o desenvolvimento de habilidades diversas, para atuar com competência frente a uma situação inusitada. 

Acrescente-se a necessidade de cuidados especiais com os estudantes. Os relacionamentos intramuros devem ser caracterizados pela atenção humanizada, em especial para a acolhida, para o “saber ouvir”, para o “estar junto” e para a presença significativa. Dessa forma, o aluno vai assumir o sentimento de pertença à instituição e o de parceria com o professor, vai produzir mais individualmente, em grupos e em pares, e haverá mais empatias e menos conflitos.

II - Formação continuada dos Professores

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Brasil, 1996), zelar pela aprendizagem dos alunos é responsabilidade do professor. Portanto investir em sua formação continuada e no desenvolvimento de uma práxis que entende a aprendizagem como interação entre os sujeitos favorece aos estudantes a construção dos conhecimentos e o alargamento da visão de mundo.

A propósito da formação continuada dos professores, Paulo Freire escreveu: "A segurança com que a autoridade docente se move implica uma outra, a que se funda na sua competência profissional. Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta competência. O professor que não leve a sério sua formação, que não estuda, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa, não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe.". (Freire, 1996)

Nos dias de hoje, o professor que não cuidar continuamente do seu aperfeiçoamento através da participação em cursos, palestras, seminários, congressos etc., corre o risco de ficar fora do mercado de trabalho em curto prazo. A formação continuada, entretanto, é processo cuja responsabilidade não deve ser atribuída apenas à instituição em que se trabalha, mas também, e principalmente, aos próprios professores e colaboradores.

Estamos, constantemente, em busca não apenas de novas teorias, nem apenas de novas práticas. Estamos em busca de uma práxis que signifique teoria que se aplica na prática e que, refletida, se torna nova teoria, e assim sucessivamente.

Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser tal modo concreto que quase se confunde com a prática. (Freire, 1996)

No processo pedagógico, trabalhamos no sentido de proporcionar às crianças e jovens oportunidades para que alcancem gradativamente a autonomia e, em consequência, passem a ser agentes do seu próprio desenvolvimento, como verdadeiros protagonistas da sua formação, tendo os professores como mediadores, orientadores, tutores. 

III - Novas Tecnologias – metodologias ativas – ensino híbrido

A utilização de novas tecnologias como facilitadoras das aprendizagens vem ao encontro das expectativas e necessidades desta nova geração, também chamada de geração do milênio ou geração da Internet, nascida numa época de grandes avanços tecnológicos e acostumada com a multitarefa. Agregam o tradicional ao contemporâneo, mudam a maneira de operacionalizar o processo de ensino e aprendizagem, relacionando-o aos meios de comunicação, à cultura, à socialização e à sociabilidade; contribuem para a formação de um sujeito crítico, interativo, sociável, solidário, mediador, empreendedor, enfim, um ser humano sério, comprometido, verdadeiro protagonista. 

A capacitação dos professores, pessoal de apoio e estudantes para o uso de novas tecnologias é passo importante para a utilização adequada e para se tirar o maior proveito possível dessas ferramentas de aprendizagem. Dê-se destaque especial ao treinamento dos estudantes, que, bem preparados, tornam-se relevantes auxiliares dos professores, principalmente daqueles que têm alguma dificuldade para operar novos instrumentos tecnológicos. 

Já há muito tempo, se ouve que o professor não é mais o “dono do conhecimento”, mas, entre o discurso e a prática, tem havido um abismo. Muitas escolas (e professores) continuam com o tipo de ensino tradicional herdado dos séculos anteriores, carteiras enfileiradas, e usando as possíveis tecnologias disponíveis simplesmente para substituir a lousa e o giz. 

A pandemia do corona-vírus trouxe a necessidade emergencial do uso das metodologias ativas baseadas em atividades online para substituir, embora ainda de forma não muito competente, as atividades presenciais. Esse fato fez com que a comunidade educacional (professores, coordenadores, gestores e mantenedores) se abrisse para a valorização do ensino híbrido, que já vinha sendo usado por poucas instituições no país. 

O ensino híbrido se caracteriza pela realização de atividades online, naquilo que a Internet proporciona maior eficiência e eficácia para a aprendizagem, e  atividades presenciais de aprofundamento, debates, detalhamentos, troca de experiências etc. com a presença dos professores (e monitores) junto dos alunos.

Uma das modalidades do ensino híbrido é a aula invertida; aliás, “aula invertida” não é novidade. Muitos professores, inclusive eu, já usavam essa metodologia há muito tempo. A “novidade” agora é que com a valorização do uso da Internet, com o EAD, com as novas plataformas de ensino e com as planilhas de apoio e ajuda, o estudo anterior à atividade presencial, que no passado era feito através dos livros didáticos, dos paradidáticos, das enciclopédias e outros, agora é realizado prioritariamente através de meios eletrônicos como vídeos, textos e podcasts, e o estudante pode acessá-los quando e onde lhe seja mais acessível e confortável. Parece que esse tipo de processo de ensino e aprendizagem, agora, veio para ficar, o que é bom. 

O que a tecnologia traz hoje (nas metodologias ativas)(1) é a integração de todos os espaços e tempos. O ensinar e aprender acontece numa interligação simbiótica, profunda, constante entre o que chamamos mundo físico e mundo digital. Não são dois mundos ou espaços, mas um espaço estendido, uma sala de aula ampliada, que se mescla, hibridiza constantemente. Por isso a educação formal é cada vez mais blended, misturada, híbrida, porque não acontece só no espaço físico da sala de aula, mas nos múltiplos espaços do cotidiano, que incluem os digitais. O professor precisa seguir comunicando-se face a face com os alunos, mas também digitalmente, com as tecnologias móveis, equilibrando a interação com todos e com cada um. (Moran, 2013)

Significa, então, que os professores, agora, têm, também, a necessidade de aprenderem a usar essas novas possibilidades instrucionais. É, também, mais uma responsabilidade e obrigação de atualização dos currículos e dos programas dos cursos de licenciatura e pedagogia. 

Moran (2019) ainda complementa: "O papel docente mais relevante é ajudar os estudantes a aprender de forma profunda, ampla, experiencial, reflexiva. O docente será cada vez mais um orientador, um tutor e um mentor. Um orientador dos caminhos mais interessantes para aprender, das estratégias que fazem mais sentido para cada estudante e para os diversos grupos. Ele será um tutor que ajudará nas dúvidas mais significativas (as básicas a tecnologia o fará), a problematizar, a trazer outros pontos de vista."

Entretanto, há que se propiciar condições para todos os alunos e professores, das escolas privadas e públicas, terem acesso à Internet de boa qualidade e aos equipamentos. Um desafio para as redes e escolas privadas e um “grande desafio” para os governos federal, estaduais e municipais. 

(1) O texto entre parênteses é meu.

IV - Referências

BRASIL. Presidência da República. Lei 9394 de 20 dez. 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.


HADJI, Charles. Avaliação Desmistificada, Porto Alegre: Artmed, 2001.


MORAN, José. Ampliando as práticas de mentoria na educação, 2019. Disponível em:  http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2019/08/mentoria_Moran.pdf


MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas, 2013. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acessado em 29/07/2020.


PAGANOTTI, Ivan. Vygotsky e o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal. Revista Nova Escola, 2011 Disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/1972/vygotsky-e-o-conceito-de-zona-de-desenvolvimento-proximal. Acessado em 29/07/20.


ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.


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domingo, 12 de julho de 2020

A ESCOLA, A FAMÍLIA E A SOCIEDADE - Texto 2

Wikipédia, Livros, Livre, Temas, Mão

Texto 2/3 - A escola, a família e a sociedade – alguns subsídios  


Roberto Gameiro

A família e a escola estabelecem uma relação mútua, sendo ambas personagens constantes no cenário educacional de seus filhos/alunos, e responsáveis por caracterizar os tempos, espaços e ações que constituem esse cenário.

Com efeito, a cumplicidade positiva entre escola e família é pano de fundo necessário para que o processo de formação se dê com qualidade e para que se cumpram os objetivos educacionais esperados. 

Por isso, a família deve ser sempre bem-vinda na escola. Não apenas quando é chamada, mas também quando comparece espontaneamente. Neste sentido, sugere-se a formação de grupos de estudos e de troca de experiências, palestras sobre temas ligados à formação das crianças e jovens, atividades culturais, artísticas e esportivas, participação dos pais nas atividades de orientação vocacional e profissional, na análise de ambiente para formulação do Plano Estratégico, entre outras inúmeras possibilidades. 

Por outro lado, a escola não é uma ilha autossustentável que independe de interações com a sociedade em que se insere. Ao contrário, a escola deve se considerar parte (importante) de uma rede de relações que passa por todos os campos da atividade humana, e que, em conjunto com eles, constitui o aparato social, histórico e político que, na sua heterogeneidade, é lastro para a  fundamentação   e   implementação   do   seu  Projeto Político-Pedagógico (Projeto político-pastoral-pedagógico nas escolas confessionais).

Assim, num mundo globalizado, a escola precisa relacionar-se com seu entorno, indo ao seu encontro e trazendo-o para dentro dos seus muros. E, é claro, deve ir muito além do seu entorno, pois, sendo um centro educacional, a relação deve se dar com o mundo todo, aproveitando-se das tecnologias e das novas possibilidades de comunicação e movimentação.

Ratzinger (2009) registra que o movimento ecologista, diante das destruições do mundo e dos perigos que nos espreitam, entende que a natureza nos traz uma mensagem, e temos de prestar atenção a essa mensagem da natureza, acrescentando que a natureza também clama por justiça e se expressa, por vezes, de modo não verbal, de maneira a impor limites às nossas ambições. Acrescenta que as novas gerações já têm entendido tal recado, tendo acolhido a ideia do planeta como casa-comum, como comunidade ampliada onde tudo de bom ou ruim é compartilhado globalmente, e que, nesse sentido, fomentar uma cultura solidária de caráter ambiental vem se tornando um imperativo vital para o mundo globalizado.

A escola, lugar da prática educativa sistematizada, tem o poder de influência na realidade social, mesmo sendo por ela influenciada e, a conta-gotas, pode ir permeando conhecimentos e códigos culturais e sociais. Torna-se um dos mecanismos na grande engrenagem do mundo humano e um mecanismo com força de transformação. Mesmo sofrendo os percalços das mudanças da temporalidade, mesmo desvalorizada e sob a pressão dos interesses políticos e econômicos, é inegável que a educação possui sólidas estruturas, reconhecimento e legitimidade que muito contribuem no estabelecimento de transformações sociais. 

As desigualdades econômicas, bem como o descompromisso social, formam uma teia que impede a promoção humana, passando pelos fios de uma ideologia dominante. No caso brasileiro, percebemos um crescimento acelerado da desigualdade social, um reforço na separação das classes sociais, a crise do desemprego.

Tescarolo (2004) escreve que tanto quanto um sistema vivo, a escola precisa mudar para se preservar, e, todas as vezes que um novo elemento passa a fazer parte dela, propriedades inéditas emergirão; e, comparando a escola com o corpo humano, escreve que, neste, as moléculas vão sendo substituídas ao longo dos anos, de tal modo que ao final de dois anos quase todas terão sido substituídas, embora o sistema continue o mesmo, ou seja, a permanente transformação estrutural garante a preservação da organização do corpo humano.

A escola, assim como a família, precisa ter princípios e valores claros, dos quais deve procurar não se distanciar. Sabemos, entretanto que a sociedade muda constantemente; por isso, há que se permanecer sempre em busca das inovações, mantendo a identidade própria, incluindo os princípios e atualizando os valores sempre que necessário; e, nas confessionais, deve-se priorizar o Carisma, que é o motivo básico das suas existências.

O Professor Amaro França (2018) escreveu: "... a escola é um organismo vivo, assim como as pessoas, principalmente porque a força manifestada no serviço que a escola presta, vem das pessoas (profissionais) que a integram, e essas devem estar imbuídas da identidade constitutiva da própria escola. (...) os profissionais devem ser o reflexo dessa identidade organizacional.".
 
REFERÊNCIAS

FRANÇA, Amaro (org.); MELO, Elimar e outros. Diálogos educacionais. Belo Horizonte: Ramalhete, 2018. 

RATZINGER, Joseph; D’ARCAIS, Paolo Flores. Deus existe? São Paulo: Planeta, 2009.

TESCAROLO, Ricardo. A escola como sistema complexo: a ação, o poder e o sagrado. São Paulo: Escrituras Editoras, 20
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domingo, 28 de junho de 2020

A EDUCAÇÃO, A FAMÍLIA E A SOCIEDADE - Texto 1

Livros, Página De Livro, Capa Do Livro

 Texto1/3 – Educação: conceitos básicos


Roberto Gameiro

Na visão do filósofo francês Edgar Morin (2000), a educação deve "curar a cegueira do conhecimento", "garantir o conhecimento pertinente", "ensinar a condição humana", a "identidade terrena" e a "compreensão", assim como preparar as pessoas para lidarem com as "incertezas" e promoverem uma "nova ética do gênero humano".

Neste primeiro texto, vou abordar alguns conceitos básicos importantes para a compreensão do contexto da educação, quais sejam: educação, ensino, inteligência emocional, aprendizagem, competência, conhecimento, informação e saber, e interdisciplinaridade. Espero que esta pequena revisão lhe seja útil.  

I - EDUCAÇÃO

É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. No dicionário “Aurélio”, encontra-se que “educação é um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. Paulo Freire (2008) acrescenta que toda prática educativa seria, na verdade, um ato político; portanto, a educação seria uma prática eminentemente política.

II - ENSINO 

Corresponde, principalmente, às dimensões cognitiva e emocional, ao processo que favorecerá a aprendizagem de informações e conhecimentos. Praticado pelas escolas, com respaldo de conteúdo, forma, certificação, profissionais de educação, o ensino terá como consequência o desenvolvimento de proficiência intelectual. 

III - INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

De acordo com Daniel Goleman (1995), Inteligência Emocional é a capacidade que um indivíduo tem de identificar os seus próprios sentimentos e os dos outros, de se motivar e de gerir bem as emoções internas e nos relacionamentos. Segundo o autor, a inteligência emocional exige um conjunto de cinco habilidades: autoconsciência: capacidade de reconhecer as próprias emoções; autorregulação: capacidade de lidar com as próprias emoções; automotivação: capacidade de se motivar e de se manter motivado; empatia: capacidade de enxergar as situações pela perspectiva dos outros; habilidades sociais: conjunto de capacidades envolvidas na interação social.

IV - APRENDIZAGEM 

É assumida como atividade própria do sujeito, que se estabelece por meio de uma relação dialógica e dialética com os objetos de conhecimento, concreta e historicamente construídos pela humanidade, e com os outros atores sociais. O aprendiz aciona esquemas internos para apreender o mundo externo e construir representações cada vez mais complexas em relação aos objetos do conhecimento, em um processo pessoal e singular, ainda que mediatizado pelas interações socioculturais.

V - COMPETÊNCIA
 

É a capacidade do sujeito mobilizar recursos visando abordar e resolver uma situação complexa. O sujeito precisa mobilizar, pelo menos, cinco recursos na abordagem de uma situação complexa. São eles: conteúdos específicos, habilidades, linguagens, valores culturais e emoções; dependendo da situação, um recurso é mais exigido que outro, ou, muitas vezes, a falta de um deles pode bloquear todos os outros.


VI - CONHECIMENTO, INFORMAÇÃO E SABER


“O conhecimento é o resultado de uma experiência pessoal ligada à atividade de um sujeito provido de qualidades afetivo-cognitivas; como tal, é intransmissível, está sob a primazia da subjetividade; mas, é uma informação de que o sujeito se apropria. Desse ponto de vista, é também conhecimento, porém desvinculado do invólucro dogmático no qual a subjetividade tende a instalá-lo. O saber é produzido pelo sujeito confrontado a outros sujeitos, é construído em quadros metodológicos. Pode, portanto, entrar na ordem do objeto; e torna-se, então, um produto comunicável, uma informação disponível para outrem.” (Montiel,1985)

A mesma informação transmitida para dois sujeitos propiciará a construção de conhecimentos com características diferentes em cada um deles, na medida em que a construção de um novo conhecimento depende da interação que a nova informação terá com os conhecimentos prévios já existentes na memória de cada um deles. Por isso, o conhecimento é uma pertença do sujeito, ímpar nas suas particularidades. Quando, através da linguagem, você se propõe a “transmitir” um conhecimento, nesse momento ele volta à condição de informação e toma a forma de “saber”.


VII - INTERDISCIPLINARIDADE


A abordagem interdisciplinar reúne diferentes componentes curriculares num contexto mais coletivo no tratamento dos fenômenos a serem estudados ou, ainda, das situações-problema em destaque. É uma abordagem que exige compromisso do professor com a intercomunicação, ampliação e ressignificação de conteúdos, conceitos e terminologias. O trabalho integrado interdisciplinar alarga as possibilidades de compreensão, construção e recontextualização dos conhecimentos, dos saberes e dos fazeres e flexibiliza o fazer pedagógico, explicitando as formas de relação, de reciprocidade e de aproximação em diferentes áreas.


VIII - REFERÊNCIAS


FREIRE, Paulo. Pedagogia do compromisso: América Latina e educação popular. Indaiatuba, SP: Villa das Letras, 2008.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, c 1995. 

MONTEIL, Jean-Marc. Dynamique sociale et systèmes de formation. Paris: Éditions Universitaires, 1985.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortês; Brasília, DF: UNESCO, 2000


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