O TEXTO NO CONTEXTO COMO PRETEXTO - Para debates em família e na escola - Roberto Gameiro

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sábado, 27 de maio de 2023

PODCAST - PROFESSORES NÃO TÊM TODAS AS RESPOSTAS


PODCAST DE ROBERTO GAMEIRO


PROFESSORES NÃO TÊM TODAS AS RESPOSTAS


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sábado, 22 de abril de 2023

RELACIONAMENTOS FAMILIARES

Roberto Gameiro

Era uma tarde quente de verão. Eu estava participando de um encontro profissional de planejamento estratégico que seguia por vários dias. No local da atividade, não havia sinal para funcionamento dos celulares (ainda na época dos “tijolões”). A única opção, para contato com as famílias, era um boteco tipo mercearia que havia a uns seiscentos metros do local do encontro, e que tinha um telefone público. 


E lá íamos nós, um grupo de uns dez colegas de trabalho, homens e mulheres, das mais diversas funções; tropeçando nos buracos da rua sem asfalto e “comendo” poeira pelo percurso.


No local, o espaço era exíguo ao lado do “orelhão”, de modo que ficávamos meio que “amontoados” aguardando a nossa vez de falar, e (por óbvio) ouvindo as conversas dos colegas com seus familiares.


Foi quando um de nós, já de certa idade, pegou o fone e ligou para sua casa.

 

Logo, alguém atendeu e ele começou um diálogo que nos emocionou sobremaneira.


- Olá, meu amor, meu amorzinho! Quanta saudade de você! Você está bem? Não vejo a hora de voltar para casa para estar com você minha querida...


O diálogo prosseguia muito meloso, e, ao que tudo indicava, com reciprocidade do outro lado da ligação. 


E nós, sussurrando, comentávamos como ele era cuidadoso com a esposa, alguns até com inveja de tamanha dedicação, carinho e afeição.


Num mundo cheio de violência, que bom ouvir uma conversa tão amorosa, respeitosa e apaixonante entre um casal que se ama.


Depois de um tempo, ele terminou aquele contato e, engrossando a voz, perguntou:


- E a cascavel, está aí?


Foi aí que percebemos que ele estava falando, primeiro, com a filha dele.


E a cascavel vocês podem imaginar quem era. 

 

Num mundo cheio de violência, que tristeza sentimos ao ouvir um marido se referir assim à sua esposa. 


Mas, não nos enganemos. Há muitos assim. Eu mesmo conheci vários no exercício da minha profissão de diretor escolar.


Entretanto, não podemos nem devemos nos precipitar no julgamento de quem quer que seja.


Eu mesmo tenho feito julgamentos precipitados, dos quais tenho me arrependido depois de ter a oportunidade de conhecer o outro lado do fato; estou procurando melhorar. 

 

Antes de qualquer coisa, devemos nos perguntar se temos o direito de fazer julgamento acerca de relacionamentos alheios.

 

Os relacionamentos humanos, em especial os conjugais, são complexos e cheios de nuances difíceis de serem entendidas e compreendidas por quem está de fora.


Há um ditado popular que diz “Em briga de marido e mulher, não metas a colher”.


É do jornalista, filósofo e professor Clóvis de Barros Filho a afirmação: “Pessoas de bem não gostam de machucar aquelas que amam. E a gente vai aprendendo a estabelecer acordos na vida para diminuir cada vez mais a chance de machucar as pessoas.”.


Costumo brincar dizendo que algumas pessoas não têm um órgão denominado “Desconfiômetro”, e que deveriam tomar um “medicamento” denominado “Simancol”.

 

Mas, brincadeira à parte, o episódio aqui narrado aconteceu na segunda metade dos anos 1990. Espero que hoje ele esteja chamando a filha e a esposa de “meu amor”, "meu amorzinho”.


Afinal, num relacionamento conjugal, “um precisa do outro tanto quanto o outro precisa do um”.


 Assim como os filhos precisam dos dois.


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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional  e em Design Instrucional. 

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sábado, 1 de abril de 2023

O CONCURSO DE POESIAS





Roberto Gameiro


Certa vez, fui convidado a participar como jurado de um concurso de poesias.


O concurso, realizado no auditório de uma escola de Educação Básica, reunia pessoas do colégio e da comunidade adjacente.


O auditório estava lotado e o ambiente tinha sido preparado com muito esmero, com iluminação bem feita e uma aparelhagem de som de primeira linha. 


Os jurados haviam sido escolhidos entre profissionais da educação da região, mas que não tinham vínculo direto com a escola promotora do evento. 


E lá estava eu, sentado à mesa do júri, acompanhado de quatro educadoras, aguardando as apresentações. 


As poesias deveriam ser da lavra da própria pessoa que as ia interpretar no palco, acompanhadas de um fundo musical especialmente escolhido para cada apresentação. Portanto, o contexto estava previamente definido.


Seriam dez apresentações, entre as quais, o grupo de jurados deveria escolher apenas uma como vencedora.


Começaram as apresentações, uma mais bonita do que a outra, o que já me sugeria dificuldades na escolha de apenas uma. 


Entretanto, lá pelas tantas, entrou no palco uma jovem mulher grávida, que, pelos meus cálculos, deveria estar lá pelo oitavo mês de gestação. Ela interpretou o seu poema que tinha como tema as emoções e os medos que sentia naquele momento que antecedia ao nascimento da sua filhinha. Ela nos emocionava com sua performance, o som ao fundo e a iluminação apropriada nos levava quase que às lágrimas. 


E eu pensava ... que bonito, uma jovem grávida colocar para fora as emoções que vive nesse momento tão especial da vida humana. A geração de um novo ser; um “serzinho” que já nascerá amado e esperado com carinho e dedicação ...


Naquele momento, o texto do poema já nem era o mais importante, porque  a sensibilidade que nos trazia o contexto como um todo nos dominava completamente.


Ao final, o público a aplaudiu em pé durante um bom tempo.  


E não deu outra. O resultado do concurso saiu rapidamente, e, por unanimidade, ela foi escolhida como vencedora do concurso.


Aí, chegou a hora da entrega do troféu e do diploma do concurso. 


Chamaram o nome dela.


Ela entrou toda feliz, acenando para o público e saracoteando pelo palco. Mas.. surpresa!


Ela não estava mais grávida!


Os cinco jurados quase caímos das nossas cadeiras. 


Ela tinha nos enganado! Foi essa a primeira reação que tivemos.


Mas, surpresa para nós, não surpresa para a plateia que, parecia, já a conhecia como membro da comunidade. 


Aí, eu entendi o porquê, talvez, de os jurados serem educadores sem vínculo com a escola. 


Tudo bem planejado, preparado e executado com primor.


Superada a surpresa, nós, jurados, nos voltamos uns para os outros, meio incrédulos, extasiados e sensibilizados na mente e no coração, e concluímos, também por unanimidade, que, na verdade, não tínhamos sido enganados. 


Tínhamos, isso sim, sido premiados com uma apresentação artística  com todas as nuances de uma interpretação que, embora amadora, tinha grandes méritos ao juntar o texto ao contexto. 


O texto como pretexto para criar um contexto que, além de agradável aos olhos, também estimulava os demais sentidos, criando uma atmosfera envolvente que comovia e emocionava.


Uma verdadeira produção artística.


E como escreveu Fernando Pessoa: “O poeta é um fingidor; finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente.”.


Foi isso.


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sábado, 11 de março de 2023

SENDO VOCÊ MESMO


Roberto Gameiro

Carlos Drummond de Andrade escreveu na sua "Obra poética", de 1989, que "Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar.".


Noutro dia, li que Charles Chaplin quis provar uma teoria inscrevendo-se num concurso de sósias dele mesmo.

Você já se imaginou participando de um concurso como esse?

Provavelmente, você procuraria ser o mais natural que possível, falando com a mesma entonação de sempre, assim como os gestos e a expressão facial, andando no mesmo compasso que o caracteriza, discorrendo sobre temas que fizeram-no se destacar no seu entorno.

(...)

Um concurso de sósias de mim mesmo! 

Que graça.

Impossível eu não ganhar esse concurso, pois ninguém é tão igual a mim quanto eu mesmo!

Vendo as apresentações dos outros candidatos, percebo tantas falhas, tantas incoerências, tanto do que nada tem a ver comigo...

(...)

Pois bem; Chaplin ficou em terceiro lugar no concurso. 

Espirituoso como era, ele deve ter rido muito ao saber desse resultado. Rindo “por dentro”.

Como escrito no início do texto, Chaplin queria provar uma teoria. E provou. 

Provou o quê?


Charles Chaplin provou que se depender da opinião dos outros, você não serve nem para ser você mesmo.

Dessa afirmação, retiro a expressão  “ser você mesmo”.

É de Clarice Lispector a afirmação: “Depois que aprendi a pensar por mim mesma, nunca mais pensei igual aos outros.”.

Daí, decorre o fato de que a minha cognição é só minha. Não há outra igual. 

Isso, considerando a cognição, conforme o dicionário “Aurélio”, como “o conjunto dos processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação e no reconhecimento”.

Por trás dos “processos mentais” indicados pelo “Aurélio, sob o meu olhar, estão as competências ou capacidades da Taxionomia de Bloom”, especialmente a “análise”, a “síntese” e a “avaliação ou julgamento”.

Mas não basta ter uma cognição avantajada se o indivíduo não tiver aprendido a usá-la, a explorá-la. Vejam que a escritora escreveu “depois que aprendi a pensar por mim mesma...”.

Pensar por si mesmo é “ser você mesmo”, é ser autêntico, é não ser “Maria vai com as outras”, é ser reflexivo.

É saber usar em seu favor e em favor da sociedade como um todo, os recursos cognitivos ou conhecimentos que conquistou, que construiu ao longo da sua formação.

Mesmo que você fique em terceiro lugar num concurso de sósias de você mesmo. Rss. 

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sábado, 4 de março de 2023

PODCAST - A IMPORTÂNCIA DA ESCOLA PARA A FAMÍLIA

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sábado, 18 de fevereiro de 2023

PALAVRAS DE AMOR



Roberto Gameiro


Edgar Morin, sociólogo e filósofo francês escreveu que "O amor é poesia. Um amor nascente inunda o mundo de poesia; um amor duradouro irriga de poesia a vida cotidiana; o fim do amor devolve-nos a prosa.".  


Noutro dia, encontrei na Internet um texto de autor desconhecido que, sob o meu olhar, poderia ser parte do discurso de um orador de turma numa festa de formatura. 


Mensagem aos pais:

A vocês, que nos deram a vida e nos ensinaram a vivê-la com dignidade, não bastaria um obrigado. A vocês, que iluminaram os caminhos obscuros com afeto e dedicação para que os trilhássemos sem medo e cheios de esperanças, não bastaria um muito obrigado. A vocês, que se doaram inteiros e renunciaram aos seus sonhos, para que, muitas vezes, pudéssemos realizar os nossos. A vocês, pais por natureza, por opção e amor, não bastaria dizer que não temos palavras para agradecer tudo isso. Mas é o que nos acontece agora, quando procuramos arduamente uma forma verbal de exprimir uma emoção ímpar. Uma emoção que jamais será traduzida por palavras.

Amamos vocês!


Quanta verdade e quanta emoção encontra-se nesse texto.


No entanto, trata-se de um texto parecido com tantos outros que já ouvimos em cerimônias que tais. 


Mas, mudando o contexto e focando no nosso dia a dia, vem a pergunta que não quer calar:


- Qual foi a última vez que você se dirigiu aos seus pais, aos seus filhos, à sua esposa, ao seu marido, dizendo que os ama?


Te amo ... 


Duas palavras. 


Juntas, formam apenas três sílabas. 


Cinco letras que alegram e tocam fundo no coração e na mente de quem as profere e de quem as ouve.


Essa expressão pode ser usada ao exagero. Ela não se desgasta. Ao contrário, quanto mais é usada, mais ela incorpora e fortalece o seu próprio significado de unir pessoas, sentimentos, pertenças, carinho.


Ela pode ser escrita juntada a “um beijo”, ou falada frente a frente, olho no olho ... sempre.


E, sob o meu olhar (claro que você pode não concordar comigo), a resposta amorosamente assertiva, escrita ou falada, para um “Eu te amo”, deverá ser, no mínimo, um “Eu também te amo” (com todas as letras), e não um simples “Também”, ou, pior ainda, um “Tb.”, mesmo considerando que o contexto desse diálogo sugere reciprocidade de intenções. 


O texto bíblico ensina: "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.". (1 Coríntios 13,4-7)


Amor de pais, de filhos, de cônjuges; cada um tem seu jeito especial de expressar e de viver o amor que os une.


Portanto, não deixe para dizer "te amo" apenas num contexto em que já caberá inexoravelmente outra palavra - de cinco letras também...


Adeus ...


Uma palavra.


Cinco letras que choram e tocam fundo no coração e na mente de quem as profere.


Até porque, como escreveu José Saramago, “A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver.”. 


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sábado, 11 de fevereiro de 2023

PODCAST - GESTOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - SINFONIA DE ENCANTOS

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GESTOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Sinfonia de encantos

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sábado, 28 de janeiro de 2023

REDUNDÂNCIAS NA LÍNGUA PORTUGUESA



 Roberto Gameiro


Conta-se, acredito que de forma jocosa, que um senhor estava na sala de espera de um médico oftalmologista. Ele era o segundo a ser atendido. O primeiro, para puxar conversa, perguntou a ele o porquê de ele estar ali. Ele respondeu que era porque estava com conjuntivite nos olhos. O outro retrucou: “conjuntivite nos olhos, não; isso é pleonasmo”; nesse momento, o médico o chamou e ele entrou no consultório. Aí, a paciente que estava do seu outro lado, fez-lhe a mesma pergunta, ao que ele respondeu que até há pouco ele acreditava que estava com conjuntivite nos olhos, mas segundo aquele senhor que entrara no consultório, o que ele tinha era uma doença chamada pleonasmo...


O pleonasmo é uma figura de linguagem em que se repete desnecessariamente uma palavra já contida na frase. Conjuntivite só ocorre nos olhos. Outros tipos de pleonasmo são “entrar para dentro”, “subir para cima”, “duas metades iguais”, “sair para fora”, “gritar alto”, “multidão de pessoas”, “elo de ligação” e tantos outros. 


Mas há um pleonasmo que constitui uma redundância imperdoável: é o famoso “há anos atrás” e suas variantes, que ouvimos diariamente, usado por pessoas das mais diversas classes sociais e profissionais. É tão simples lembrar que quando se usa o “há” não se usa o “atrás”; quando se usa o atrás, não se usa o há. Como exemplos: “Há dez anos” e “Dez anos atrás”.


Mas não estranhemos se de repente essa redundância venha a ser aceita como correta, pois essa hipótese já é defendida por alguns gramáticos pelo fato de a expressão estar consagrada pelo uso.


A língua portuguesa é pródiga em exceções à regra. Quando finalmente aprendemos uma regra, descobrimos que há exceções que devemos conhecer para não errar.

 

Você já passou por isso?


Ademais, encontramos, às vezes, situações risíveis de mau uso da língua materna. Vejam, por exemplo, a propaganda de uma faculdade, anos atrás, oferecendo como vantagem para o aluno: “um seguro educacional gratuito já incluso na mensalidade”.

  

Realmente, a língua portuguesa não é fácil. Em qualquer dos seus aspectos, o ortográfico, o fonético e o semântico; mesmo nós que a usamos no nosso ofício, enfrentamos, de vez em quando, dúvidas que nos impelem a consultar dicionários e até o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa).


Mas, por outro lado, como é linda a nossa língua portuguesa, mesmo sendo originada do Latim vulgar falado por soldados, camponeses e camadas populares. Quanto orgulho nos traz. Na prosa e na poesia ...

  

“Última flor do Lácio (*), inculta e bela; és a um tempo esplendor e sepultura. Ouro Nativo, que na ganga impura, a bruta mina entre os cascalhos vela ...”. Olavo Bilac

(*) Lácio – região da Itália na qual foi fundada a cidade de Roma. 

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

DIÁLOGOS FRUTÍFEROS E INFRUTÍFEROS

Roberto Gameiro


Vivemos nos construindo e nos reconstruindo. Como seres humanos, procuramos construir conhecimentos por meio das informações que recebemos constantemente nas nossas vivências com as outras pessoas, seja pessoalmente, ou através das diversas mídias que nos cercam por todos os lados; as boas e as más. 


Neste texto, permito-me abordar em especial   os inter-relacionamentos dialógicos, ou seja, através dos diálogos.


À medida que vamos convivendo com conhecidos, amigos e parentes, vamos conhecendo as suas posturas, suas formas de ver o mundo, seus assuntos prediletos, suas peculiaridades e suas aspirações. Daí, com o tempo, vamos nos adequando à forma de conversar com cada um deles para tentar tornar os diálogos frutíferos.


Vamos conhecer alguns deles.


Há os que só falam em doenças, médicos, exames, remédios, dores aqui e ali. Com esses, evite a pergunta trivial “Como você está?”


Há os que só falam de si o tempo todo para mostrar o quão competentes são, suas conquistas, suas realizações.


Há os que falam o tempo todo e não deixam você falar; quando você consegue uma deixa para falar, é perda de tempo porque eles não o ouvem; estão apenas esperando uma deixa sua para continuar a falar e falar e falar... Pior ainda, aqueles que o interrompem intempestivamente no meio de uma argumentação, não lhe permitindo completar um raciocínio.


Há os que só falam de um determinado assunto o tempo todo, seja futebol, política, governo ...


Há os que têm sempre uma fofoca para contar sobre alguém. Cuidado com o que fala para esses, pois para os outros ele vai fazer fofoca sobre você.


Há os que são desbocados e falam palavrões o tempo todo porque acham bonitinho e todos riem dos seus impropérios. Agem como adolescentes. Não seja muito constante com esses; seja forte, pois você corre o risco de fazer o mesmo nalgum momento.


Há os que não têm humildade e entendem que sabem de tudo e têm respostas para tudo. Muitos são verdadeiros parlapatões (1). A propósito destes, o filósofo Mário Sergio Cortella tem um texto bem apropriado: “Humilde é aquela pessoa que sabe que não sabe tudo, que sabe que outra pessoa sabe o que ela não sabe, que ela e outra pessoa saberão muitas coisas juntas, que ela e outra pessoa nunca saberão tudo o que pode ser sabido.”.


Há aqueles que quando lhe falam sobre João, você fica sabendo mais sobre eles mesmos do que sobre João. Cuidado com esses também.


Você conhece, ou já conheceu alguma figura dessas? Se sim, que tal deixar um comentário a respeito? É claro, sem identificar a pessoa.


É através da convivência, dos diálogos, com os outros que nos tornamos “pessoa”. Para isso, o ideal é que a alegria esteja sempre presente nos encontros, nos reencontros, na partilha, na convivência fraterna, no respeito mútuo. O afeto, o “sorriso nos lábios”, o brilho no olhar são fatores catalisadores de relações sadias, autênticas, amorosas, construtivas e sementes de reciprocidades promissoras. (este parágrafo, editado, consta também do meu artigo "Construindo um sentido para a vida".)


Nesse sentido, o diálogo, para ser frutífero, deve ser precedido por uma postura de abertura para ele. É um “saber ouvir” e saber quando falar, respeitando o tempo do outro. É o encontro da fala com a escuta, ou como diz Rubem Alves: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de 'escutatória'. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir”. E acrescentou, com a sabedoria que lhe era peculiar, que: "Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.”. 


Lembremo-nos sempre de que a pedagogia de Jesus é feita através de diálogos.


Este é um bom tema para conversar com os filhos e alunos. 


Vamos lá?


(1) Parlapatão - Característica de quem vive contando mentiras ou vantagens.



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sábado, 12 de novembro de 2022

O TEXTO, O CONTEXTO E O PRETEXTO



Roberto Gameiro


Neste artigo, faço uma breve análise de três significantes da língua portuguesa, "texto, contexto e pretexto", relacionando-os à abordagem didática da "interdisciplinaridade", e, por tabela, indico o porquê do nome do meu blogue "O texto no contexto como pretexto".


Vamos lá?


Tudo o que vemos, ouvimos ou lemos pertence a um determinado contexto. O contexto representa a realidade em que se insere determinado fato ou acontecimento. Uma mesma frase falada ou ouvida em contextos diferentes pode ter significados diferentes, ainda mais se os contextos estiverem em momentos históricos ou geográficos diversos.


Portanto, cada texto precisa ser lido e interpretado tendo em vista o momento histórico e o local em que foi escrito, ou seja, o contexto.

 

Por outro lado, cada texto tem uma motivação pela qual foi escrito, ou seja, o pretexto, nas acepções de “porquê, razão, fim e propósito”, por mim escolhidas entre os diversos sinônimos apontados nos dicionários.

  

Quando se lê um texto escrito cinquenta anos atrás e se o interpreta com o olhar sociocultural de hoje, corre-se o risco de tirar conclusões equivocadas, especialmente com palavras que tiveram seus sentidos semânticos ressignificados cultural, moral ou eticamente. 


Os vestibulares, o ENEM e os concursos, exploram textos de livros, revistas, sites e jornais das mais diversas épocas. Por isso, também, o mote deste texto merece atenção especial dos professores, especialmente, por óbvio, os de Língua Portuguesa, História, Literatura, e seus congêneres.


Como se percebe, então, para melhor se interpretar um texto, quaisquer que sejam a época e o local em que ele foi escrito, há que se utilizar, idealmente, uma abordagem interdisciplinar.


A abordagem interdisciplinar reúne diferentes componentes curriculares num contexto mais coletivo no tratamento dos fenômenos a serem estudados ou, ainda, das situações-problema em destaque. É uma abordagem que exige compromisso do professor com a intercomunicação, ampliação e ressignificação de conteúdos, conceitos e terminologias. O trabalho integrado interdisciplinar alarga as possibilidades de compreensão, construção, contextualização e recontextualização dos conhecimentos, dos saberes e dos fazeres, e flexibiliza o fazer pedagógico, explicitando as formas de relação, de reciprocidade e de aproximação em diferentes áreas, facilitando, assim, o ensino e a aprendizagem. (Este parágrafo encontra-se também no meu artigo "A escola, a família e a sociedade - texto1")

Nesse contexto interdisciplinar, todos os professores trabalham em equipe com seus conteúdos sincronizados e nenhum deles pode ser uma “ilha” em relação aos demais docentes; e todos ganham, especialmente os alunos.


Feliz a escola que consegue implementar, com sua equipe de técnicos e professores, um projeto pedagógico que priorize, realmente, a interdisciplinaridade. 


Felizes, os alunos dessa escola.


Ah, sim; o nome do blogue: o texto (o quê) no contexto (o onde) como pretexto (o porquê).


Abraços. 


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sábado, 8 de outubro de 2022

PODCAST - MUNDO VIRTUAL - Representação, espelho ou prospectiva?

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      MUNDO VIRTUAL - Representação, espelho ou prospectiva?




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segunda-feira, 13 de junho de 2022

MENSAGEM - CRIANÇAS OUVEM E CONTAM HISTÓRIAS


  MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO
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TEXTO PARA VERSÕES EM OUTRAS LÍNGUAS
TEXT FOR VERSIONS IN OTHER LANGUAGES 

Todos sabemos como as crianças adoram ouvir histórias. Qual de nós não se lembra do quão prazeroso era escutar as histórias de vida contadas pelos mais velhos, e como a nossa imaginação navegava, emocionada, por possibilidades ora de mistério, ora de alegria, ou de tristeza, ou de esperança. A criança que agora "ouve histórias", daqui a pouco estará "contando histórias". Ressalte-se, também, que ao ouvir histórias, a criança aprimora a competência do "saber ouvir os outros", capacidade que perpassa os campos do cognitivo e do emocional, partes integrantes e inter-relacionadas do processo de aprendizagem.

Roberto Gameiro

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sábado, 7 de maio de 2022

MENSAGEM - ESCOLA É CAMINHADA. ESCOLA É VIDA!

 MENSAGEM DE ROBERTO GAMEIRO
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 TEXTO PARA VERSÕES EM OUTRAS LÍNGUAS

Escola é caminhada. Escola é vida. Nela, pulsam corações, vibram mentes, transbordam emoções, constroem-se conhecimentos e saberes, numa travessia cheia de energias positivas, propositivas e prometedoras. Enganam-se aqueles que medem a qualidade de uma escola pelos seus resultados no ENEM e nos vestibulares. Escola é muito mais do que isso. Conhecimentos, habilidades e valores constituem o verdadeiro núcleo das competências a serem supridas pelas escolas na formação escolar dos estudantes; cada uma norteada pela sua missão, por seus princípios, por seus valores, e, no caso das confessionais, pelo Carisma. É um grande desafio!

Roberto Gameiro

 




























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sábado, 5 de março de 2022

EDUCAÇÃO x APRENDIZAGEM

Mão Manter Puzzle Dedo Concordar Inserir L


Roberto Gameiro


Os alunos estavam em filas, bem-comportados e ansiosos por chegar a sua vez de serem atendidos, no pátio interno da escola, na maratona empreendida pelos educadores, naquela manhã de muito calor de um mês de outubro.


Não se tratava de uma atividade pedagógica, ou de uma olimpíada do conhecimento, nem mesmo de uma distribuição de livros para leituras extraclasse.


Tratava-se, isso sim, de uma iniciativa da escola própria de uma multinacional, com mais de 2000 alunos, para tentar erradicar um surto de piolhos que atingia a maioria dos alunos.


Nesse dia, ao invés de usar o giz, os professores, os diretores, as equipes técnica e de apoio, ajudados por alguns pais e mães, aplicavam um medicamento friccionando o couro cabeludo das crianças e adolescentes na esperança de resolver o problema preocupante.


Esse é um exemplo, talvez exagerado, confesso, mas real, que demonstra que desde há muito a escola extrapola as funções para as quais foi criada.


São responsabilidades da família, entre outras, o cuidado da saúde e a educação dos filhos para valores morais e éticos. À escola cabe a escolarização das crianças e adolescentes, como provedora das competências gerais que consubstanciam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, bem como o reforço à educação que vem de casa.


Entretanto, enganam-se aqueles que querem acreditar que essa divisão de tarefas entre a família e a escola aconteça realmente no dia a dia.


Isso acontece não como decorrência de uma reconfiguração da escola (que, diga-se de passagem, precisa de muitas reconfigurações), mas de uma reconfiguração das famílias. Alguns dizem que famílias estão desestruturadas. Prefiro dizer que as famílias estão diferentes.


E, por estarem diferentes na sua estrutura e na sua práxis, muitas famílias já não conseguem dar conta de algumas de suas atribuições, e as delegam para a escola, que não tem essa responsabilidade. E esperam que a escola dê conta de tudo.


Noutro dia, encontrei numa rede social um texto interessante que foi afixado na recepção de uma escola num dia de reunião de pais e professores. Desconheço a autoria. 

O texto é este:

“Lembramos aos Srs. Pais que é em casa que se aprende as palavras mágicas: bom dia, boa tarde, por favor, com licença, desculpe e muito obrigado. É em casa que também se aprende a ser honesto, não mentir, ser correto, ser pontual, não xingar, ser solidário, respeitar os amigos, os mais velhos e os professores. Também em casa é que se aprende a ser limpo, não falar de boca cheia e não jogar lixo no chão. Ainda é em casa que se aprende a ser organizado, cuidar de suas próprias coisas e a não mexer nas coisas dos outros. 

Aqui na escola ensinamos matemática, português, história, ciências, geografia, inglês e educação física, e, apenas, reforçamos a educação que deve ser adquirida em casa.”.


As famílias, via de regra, não delegam essas atribuições por negligência, mas como consequência do que a vida em sociedade hoje demanda para pais e, principalmente, para mães que trabalham fora, e que, em consequência, têm geralmente, três turnos de trabalho. Um deles em casa após o expediente laboral.


E não existe fórmula conhecida para resolver essa situação que, muitas vezes, coloca famílias e escolas em conflito. A atenuante tem um nome: “parceria”.


Na parceria responsável, cada parte entende e compreende a dificuldade da outra e coloca-se sensatamente a serviço do somatório de energias positivas na busca do equilíbrio de ações convergentes em prol da boa educação e formação das crianças e dos adolescentes. 


Família e escola se complementam.


Publicado originalmente em 07/08/18. Atualizado em 02/03/22


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Roberto Gameiro é Mestre em Administração com ênfase em gestão estratégica de organizações, marketing e competitividade; habilitado em Pedagogia (Administração e Supervisão); licenciado em Letras; pós-graduado (lato sensu) em Avaliação Educacional  e em Design Instrucional. 

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